Após a queda da mítica Atlântida, poderes são aprisionados no Cometa-Prisão e a libertação deles dão início a uma nova ordem.
 
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 Episódio 09 - O Pecado da Ganância

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Iara Werena
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Iara Werena

Iara Werena


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MensagemAssunto: Re: Episódio 09 - O Pecado da Ganância   Episódio 09 - O Pecado da Ganância - Página 2 EmptyDom Fev 20, 2022 1:57 pm

Aquele urro amedrontador faz Werena cair de joelhos, não conhecia sensação tão ruim. Se viu desolada, e não fosse pelo manto seria um alvo fácil enquanto lágrimas salgadas  descem pelo belo rosto da Amazona. "Ancestrais, não me abandonem, por favor... Eu nunca estive tão sozinha, por favor, por favor, Yaci sua filha está desamparada" sussurrava abraçando os joelhos.

Até que a luz da lua cheia se revela. Apesar de marcar contrastes tenebrosos naquela cidade maldita, também gerava nova força para Werena, que sente sua prece gerar resposta, parando seu choro ela se levanta, e mesmo invisível é possível notar uma silhueta cintilante que passaria despercebida aos olhos desatentos, seus seios ganham peso e seu pênis e testículos se contraem até formar-se em clitóris e vulva. No seu interno um útero pulsa vida e magia. O lamento de morte já não poderia vencer a Icamiaba no auge de sua conexão com suas ancestrais.

Enquanto Turk se vangloria de seu plano, Tyler parece conversar com o cão que os acompanhava. Eles pareciam ter algo a resolver, e Werena confiava em Tyler, ganharia tempo para ele. Ainda oculta ela passa por ele passando os dedos por sua nuca e deslizando por seus cabelos para ele note sua presença. Iria ganhar tempo para o que quer que ele estivesse planejando.  

Invisível ela ataca Turk com seu escudo de forma violenta, contava com o fator surpresa e o vil ego de seu adversário. A estratégia de Werena é usar o manto para se revelar e ocultar para confundir Turk enquanto brada ameaças e deboches para confundir e desestabilizar Turk.

— Turk, Turk, Turk... Exageram e muito. Tens o rosto de um miserável desesperado! Apelar para forças tão sombrias só expõem seu frágil ego! Esse poder não é seu, e eu rirei quando o consumir! Agora é você quem me conhecerá. Werena que derrotou seus lacaios um a um, e com você não será diferente! Eu sou toda a fúria e o legado de cada amazona! Icamiaba! Aquela coloca homens de joelhos!

Apesar das palavras, a iara não se permitiria ser descuidada. Os ataques de Turk poderiam complicar e muito sua investida, a forma incorpórea e algumas manobras evasivas aprimoradas pela agilidade de sua Comunhão seriam suas táticas para evitar seus truques abissais. Escudadas e Disparos também estavam em seu leque de ações para se mostrar uma ameaça letal contra o vilão. Assim que Tyler se juntasse ao combate em sua nova forma, por meio da Sincronia realizariam uma dança fulminante com Werena procurando abrir brechas para um ataque impetuoso de Tyler. Atacariam com a intenção de matar.

— Turk... Que alma decadente. Ardiloso, mas sozinho não é metade da ameaça que vocifera — Werena olha para si e o estado do cômodo após o combate, o sangue derramado lavaria o de suas irmãs? Voltou-se para o presente - A noite ainda é longa... Tyler... Você está... selvático.

Ao lado de Werena, era até difícil dizer que aquela criatura de pelugem dourada e manchada de sangue era Tyler. Sua boca estava manchada, bem como suas novas garras. Tinha se servido da vingança que queria... a vingança pelos seus amigos.

— Bem que você dissera que era hora de uivar de novo... — pondo sua pata sobre o corpo de Turk, Tyler uivou para os céus, algo saído do mais profundo de sua garganta.

A amazona sentiu um tremor ao ouvir o uivo. Aquela fera diante de si era mortífera, mas ao mesmo tempo majestosa, seu medo era respeito por algo tão corpulento, conseguia sentir seu peso apenas de observá-lo. Se aproximando do lobisomem, a voz dele ganhava mais profundidade, mas ainda reconhecia os olhos de ouro líquido de Tyler. Ela pousa a mão próximo a orelha dele e dá uma leve coçadinha.

— A lua cheia nos chama, hora de nos entregarmos a nossa natureza — ela pousa a outra mão sobre seu útero sentindo-o pulsar magia e o mundo a sua volta ganhar novos tons sob o luar.

Ao sentir o suave toque de Werena, o lobisomem se virou a ela, olhando em seus olhos e se permitindo inclinar para que a carícia seguisse. Sua cauda entregava sua felicidade ali, e seu focinho encostava na testa dela.

— Seu cheiro está melhor ainda... — Tyler devolveu a carícia com uma lambida na orelha de Werena. — Eu... não me sinto mais perdido, Werena... — o licantropo olha as próprias mãos e o corpo lupino, vendo restos do que vestia espalhados pela sala. — ...mas vou precisar de outra roupa.

Ela ri com a lambida se acanhando. Ver Tyler sentindo-se tão vivo confortava seu coração, racionalmente não compreendia o que acontecera com seu companheiro, mas a amazona sempre fora guiada pela intuição e sentimentos. Seus olhos  saem do encontro com os de Tyler e vão descendo, até encontrar com o sangue. O cheiro de magia putrefata começa a chegar no hospital.

— Guie-nos Tyler, iremos onde precisar. Mas agora temos a criação de Turk para impedir... Espero que nossos aliados ainda estejam vivos, Haermys me alertou sobre o perigo de um pecado.

Tyler ainda se mantinha junto à Werena. Seu corpo parecia plenamente despertado. Ansiava por compartilhar aquilo com ela. Mas o cheiro podre que vinha de fora atrapalhavam as coisas.

— Haermys falou com você novamente? — Tyler se aproximou do que restava de suas vestes, pegando novamente a coroa lunar. Ela parecia menor agora. — Que pecado está aqui presente?

— Foi antes de nossa partida... Não sei dizer, mas acredito que saberemos em breve. Vou destruir toda obra de Turk até que seu nome seja esquecido da história!

— Você pode contar comigo para isso... pode contar com a fúria dos Greymane — O jeito de falar de Tyler ainda claramente era o mesmo. Mas... dessa vez ele parecia ter maior convicção nisso. — ...pelo menos espero que eles estejam vivos... e me procurando. — Tyler agora se encolhia um pouco. E se... estivesse sozinho ainda? Seus pais, seus irmãos... estariam bem? Mesmo depois de tantos anos?

A dupla se organiza para verificar a situação com o pecado e auxiliarem como puderem. Com Werena montada no licantropo e sentindo a pelagem sobre suas coxas, o vento nos cabelos, a amazona tem furor em seus olhos. Se agarra firme ao pescoço de Tyler com uma mão e a outra mira nos espectros  que voavam ao redor do grupo. Tornando ambos Incorpóreos quando precisassem evitar investidas adversárias. Varreriam todos os inimigos que surgissem pela frente.

— Tyler, me mostre a fera que você é... Eles não são páreo contra nós!

Correndo pelo campo de batalha indo em quatro patas, o lobisomem conduzia Werena a Sincronia resultava numa comitiva que destroçava espectros e esqueletos com suas poderosas mordidas e garras, trombando contra as criaturas.

— Segura firme, amazona! Temos uma guerra a vencer!

Ao final dessa cavalgada selvagem, Werena desce do dorso próximo aos aliados buscando ver sua condição. Ainda havendo inimigos próximos, seus disparos e escudadas os derrubaria enquanto o manto de Saturno a manteria a salvo.

[OFF]
• Resistir ao lamento da morte, ND Inferior (2-6) X Werena
3  ♥ + 3 ♣ + Misticismo 2 JOK + Comunhão 1  JOK + 2 Esforço = 6

• Derrotar Turk, ND Superior (18-22)  
Werena
3 ♣  + 3 ♥ + Manipulação 2 ♥ + Misticismo 2 JOK  + Comunhão 1 JOK + Sincronia 1 ♠  + Invisibilidade 2 ♠ + Esforço 1 - 1 Dupla = 14

Tyler
4 ♠ + 4 ♦ + Luta 2 ♦ + Garras 1 ♦ + Sentidos Aguçados 1 ♣  + Esforço 1 - 1 Dupla = 12


• Derrotar a Horda de Mortos-Vivos que o Cemitério-Vivo irá produzir após vencido / ND Difícil (14-18) para Sombras
X Tyler e Werena

Werena
3 ♣  + Misticismo 2 JOK + Sincronia 1 ♠ + Incorpóreo 2 JOK + Esforço 1 - 1 Dupla = 8

Tyler
4 ♠ + 4 ♦+ Luta 2 ♦ + Garras 1 ♦ + Sentidos Aguçados 1 ♣  + Esforço 1 - 1 Dupla = 12


• Derrotar a Horda de Mortos-Vivos que o Cemitério-Vivo irá produzir após vencido / ND Médio (10-14) para Esqueletos X Tyler e Werena

Werena
3 ♣  + Misticismo 2 JOK + Sincronia 1 ♠ + Incorpóreo 2 JOK + Esforço 1 - 1 Dupla = 8

Tyler
4 ♠ + 4 ♦+ Luta 2 ♦ + Garras 1 ♦ + Sentidos Aguçados 1 ♣  + Esforço 1 - 1 Dupla = 12

• Derrotar a Horda de Mortos-Vivos que o Cemitério-Vivo irá produzir após vencido / ND Fácil (6-10) para Zumbis

1  ♠ + 3 ♣ + 1  ♦  + Misticismo 2 JOK + Sincronia 1 ♠ + 2 Incorpóreo  JOK + Esforço 1 = 11


Última edição por Iara Werena em Qua Fev 23, 2022 7:46 pm, editado 3 vez(es)
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Mick Fear

Mick Fear


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MensagemAssunto: Re: Episódio 09 - O Pecado da Ganância   Episódio 09 - O Pecado da Ganância - Página 2 EmptyDom Fev 20, 2022 11:27 pm

Enquanto todos parecem sentir um medo causado por algum tipo de magia, Mick sente medo por finalmente aceitar que a magia existe. Essa constatação faz tudo o que ele conhece parecer frágil demais. A coroa avalônica não estava preparada para enfrentar ameaças como aquele monstrengo gigante que estava ali e isso deixa o espião patriota em pânico.

Para piorar tudo, outra criatura aparece. Um tubarão humanóide surge atrás de Mick, acompanhado de um homem com vestimenta de xerife, os dois parecem ter a intenção de enfrentar a criatura. Mick entende que precisava agir também. Ele puxa Franklin, que estava paralisado, para um esconderijo atrás da cerca de uma residência.

— Respire fundo, Franklin. Tudo vai ficar bem. Eu voltarei por você e quando isso tudo acabar, tomaremos aquele chá de pêssego juntos.

Voltando para o campo de batalha, Mick tenta chamar atenção dos possíveis heróis ao seu redor. Ele fala como um capitão experiente para todos ouvirem, tentando coordenar a ação e inspirá-los.

— Sobreviventes de Sfantu Greuceanu, uni-vos! Só de forma organizada poderemos enfrentar essa criatura. Eu tenho algo que pode ferí-la, mas preciso de vocês para conseguir atingí-la. — Ele levanta o menir sobre a cabeça.

— Como posso ajudar? — Viktor pergunta prontamente, mas é interrompido por um alto barulho de moto.

— Aquela coisa vai unir seu corpo no dele se você não ficar quieto. — Swanda chega no momento em que Mick começa a ensaia um discurso para a população. —  Da isso aqui. — Ela puxa a mão do agente e olha mais de perto o objeto. —  Isso é algum tipo de magia? Tem um botão nele pra lançar alguma coisa? Como isso vai nos ajudar?

— Eu acho que é um tipo de lança. Podemos atirar ou chegar até lá para enfiar no bicho.

— Não sei se é bom chegarmos perto e não dá pra construir uma besta agora... — Ela olha em volta, vê o monstro e depois o esqueleto decrépito. — Rápido, me ajuda à tirar essas coisas da moto. — Swanda vai até a sua moto e começa a tirar varias peças que deixavam o veiculo pesado. — Pronto. Qual a chance de um esqueleto conseguir pilotar uma moto esquelética?

Mick engole em seco com mais uma demonstração de magia. Em vez de responder, ele olha ao redor.

— Vamos precisar abrir caminho para a moto. — Ele conta as balas na pistola. — Deixa essa parte comigo.

— Eu vou com você. — Diz Viktor.

Swanda pega o menir e prende aonde um dia esteve o farol da moto. O espião e o xerife correm na direção do colosso, procurando locais estratégicos para se posicionar de onde poderiam atirar e de forma que chamasse atenção para si, deixando-o de costas para a moto.

— Soldados, ataquem comigo! — Ele grita para o tubarão e quem mais estiver por perto.

Contando com a distração, Swanda irá mandar o esqueleto subir na moto dela e pretende controla-lo com sua hipnose para conduzir a moto na direção do monstro e cravar o menir no inimigo.

Mick:
♠1 + ♣2 + ♥1 + 2♥ (Manipulação) + 2♣ (Tiro) - 2 (Desvantagens) + 3 Esforço + 2 (Bonus do Menir) = 11

Swanda:
2♣ + 1♠ + maquinas 2 ♣ + inventora 1♣ +1♣ (Hipnose) + 3 (Esforço) + 2 (Bonus) = 12

Viktor:
• Resistir ao lamento da morte, ND Inferior (2-6)
Viktor: ♥1 + 1 (Código de Honra) + 1 Esforço = 3

• Destruir o Cemitério-Vivo, ND Extremo (23+).
Viktor: 3♠ + 2♣(Tiro) + 1 (Código de Honra) + 3 Esforço = 9


Última edição por Mick Fear em Seg Fev 21, 2022 5:36 pm, editado 1 vez(es)
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Tyler Greymane

Tyler Greymane


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MensagemAssunto: Re: Episódio 09 - O Pecado da Ganância   Episódio 09 - O Pecado da Ganância - Página 2 EmptySeg Fev 21, 2022 3:01 pm

Desde que entrou junto dos outros sobreviventes na escola, Tyler tinha se dado muito bem com o cão de Viktor, Quotar. Os dois, de certa forma, trabalharam juntos na escola, no caminho até o hospital, e até mesmo na batalha. O avalônico se sentia surpreso muitas vezes em ver como o cão parecia lutar da mesma forma que ele. O que ele não esperava era a transformação daquele pequeno cachorro num poderoso lobisomem de pelugem mesclada e musculatura definida.

— Mas que diabos... — Tyler recuou alguns passos ao ver Quotar falando. Seus olhos estavam fixos no cão, com o mercenário dando uma boa olhada em sua forma. Mesmo assim... por algum motivo, Tyler não o temia. Só estava sem palavras. — Quotar!? Você... você...

— Sim, sou como você... Acho. — Quotar o respondeu, olhando em seus olhos.

A energia que o licantropo emanava era quase tátil para Tyler, e mesmo assim ele não recuava.

— Mas eu não... argh! — o avalônico urrou, levando as mãos à cabeça e se apoiando em um dos joelhos. A presença de Quotar o fazia se lembrar de cenas mais vívidas. Se via numa jaula, sendo arrastado para outro canto. Via quatro pessoas... sim, quatro ciganos, podia reconhecê-los pelas roupas. Via a cena de um dos ciganos dando um chute na jaula, e gritando ofensas. "Cala a boca, filhote de lobo!". Ele gritava isso...

— Eu... eu lembro... filhote de lobo... — Tyler voltou a se levantar, mantendo a mão na cabeça, sentindo uma dor imensa. — Quotar, por que não me disse antes o que era!? Foi... foi por isso que ficou próximo a mim todos esses dias?

— Eu... não sei. Acho que queria ter certeza que eras diferente — Tyler viu o lobisomem o responder e inclinar a cabeça dum modo bastante canino. E o via inspirar profundamente, apreciando os aromas suspensos no ar. — É, sinto cheiro de lobo, mas é bem fraco, está guardado lá dentro... acho.

Tyler olhava confuso, e parecia temeroso. Seus olhos encontravam os do lobisomem a todo instante. E flashes pulsavam em sua mente. Via uma pessoa como Quotar, mas era uma mulher... não, era uma lobisomem. Via sua pelugem avermelhada e branca, seu olhar penetrante... e amoroso. Via sua mãe, tinha plena certeza disso. Via mais pessoas também. Conseguira ver seu pai. Seus irmãos. Sua casa. Sua família... e o desespero no olhar de sua mãe quando foi jogado dentro daquele maldito ritual. Para quem visse de fora, teria a impressão da lua impregnar-se mais no avalônico. Seu próprio odor lupino parecia ficar mais forte. O lobo estava acordando. E estava gritando por socorro.

— Eles... eles me tiraram da minha família... — a voz do mercenário era sofrida. Lágrimas escorriam de seu rosto, e ele parecia ficar mais transtornado, enfiando as duas palmatórias no rosto. — Os malditos roubaram minha vida!

Mais cenas pipocavam em sua cabeça. Estava na sua cidade-natal, Glasgow. Estava próximo às possessões dos Greymane. Era a semana de seu ritual, quando completava 15 anos de vida. Tinha conhecido uma nova pessoa, Olivia, uma silvana que residia próxima à cidade. Tinha ido com ela até uma feira de ciganos, seria praticamente a "despedida" de sua vida comum, e passaria a assumir na linha de frente ao lado de sua mãe. Se lembrou de ter dançado até com uma das ciganas... e ouvira um simples "Durma" em seu ouvido. Só se recordava de acordar na jaula...

— Quotar, me diga! — Tyler já estava desesperado. Seus olhos cruzavam novamente os de Quotar, e seu olhar era o de quem sabia. De quem não temia alguém de sua própria raça. — Você conhece minha família!? Conhece os Greymane!? ME DIGA!

— Greymane, os lordes do norte, sim, sei quem são, Arlinn é vossa matriarca... acho. — Viu o lobisomem bufar diante de sua pergunta. Notou sua inclinação, já que, daquele jeito, era menor que o licantropo. Ouviu sua inquisição diante de sua fala. — E o que tem vós a ver com os Greymane? Não é um caçador? Sinto o cheiro da morte em suas mãos.

Foi ouvir aquele nome que Tyler desabou de vez. As lágrimas já escorriam de seu rosto. Arlinn... sua mãe. Suas lembranças eram mais vívidas agora. Lembrava sua face, e lembrava sua verdadeira forma. Lembrava de sua criação amorosa, como lobos sempre fazem a seus filhotes. Apesar da rigidez em treinos, que Tyler sempre soube contornar, e de toda aquela pressão sobre ele, sempre teve o apoio de Arlinn. Se recordava das histórias. Ela era uma das mais temidas lobisomens do mundo. Desde que matou o próprio pai, o tirano Edward Greymane, ela impôs domínio e ordem nas questões dos licantropos do norte, usando suas habilidades inerentes à raça e seu domínio de magia. E seu primogênito fruto de sua relação com John Redtooth era um substituto ideal... esse era Tyler. O herdeiro dos Greymane, que poderia superar a própria mãe. Isso o fazia ser visado... até demais.

Flashback:

— Arlinn!? — Tyler praticamente saltou em cima de Quotar, tocando seus ombros. — Arlinn é minha mãe! — o avalônico recuou em seguida, atordoado.

— Quer me dizer que você, caçador, é herdeiro de Arlinn? — Quotar por um segundo ficou atônito, depois soltou uma gargalhada rouca e cortante. Um rosnado brotou do fundo da garganta do lobisomem. — Quer me fazer de idiota?

Tyler não se intimidou com o rosnado do lobisomem, o encarando no fundo dos olhos, parecendo até rosnar de volta.

— Você está duvidando de mim? — O olhar frio e direto de Tyler fazia uma pressão imensa sobre Quotar, ao ponto até de que ele parecia flertar. — Nunca ouviu falar do filho de Arlinn que fora sequestrado!?

— Sim, levado por bruxos ciganos da Silvânia... acho. — Quotar voltou a ficar taciturno.

— Os ciganos roubaram minha vida! Me lançaram naquela bruxaria maldita! E você ainda duvida de minha história!? — Tyler urrava de dor, levando as mãos à cabeça. Ele praticamente ignorava o que acontecia ao seu redor. Seu senso de caçador ainda sabia que Werena estava dando conta de Turk. Seu cheiro lupino se intensificava. — Minha mãe... ela precisa de mim... eu preciso dela...

— Se Arlinn é vossa mãe, portanto deve rumar para o Norte, lá que é seu domínio. — Quotar seguia sem demonstrar muitas expressões, diante do homem que parecia à beira da loucura.

— Eu sei onde é minha casa! — Tyler encara Quotar, mas parecia mais desesperado do que tudo. — Quotar... me liberte disso! — o mercenário toca os ombros do licantropo. — Somos irmãos de raça! Eu sei disso!

O lobisomem manteve-se imóvel por um momento, o estrangeiro parecia realmente desesperado. Tyler sofria com isso. As memórias de anos bombardeavam sua mente.

— Eu não sei o que os ciganos fizeram com você, caçador. Mas ainda sinto o cheiro de lobo em você. Busque em seu íntimo e poderá resgatar-se... acho — e levantando a cabeça ele uivou, saudando a lua, sua rainha verdadeira, mãe de todos os licantropos.

Tyler ouviu aquele uivo como algo muito libertador. Sentia vontade de se juntar àquele belíssimo cântico dos filhos da lua, e sentia como se o lobo fosse rasgar seu corpo a qualquer instante. Então se ajoelhou, ficando com a face diante da cintura de Quotar, olhando para ele. Seu olhar era suplicante. Clamava pela mordida. Clamava pelo ritual. O licantropo agora era quem mantinha seu olhar para Tyler, vendo seu desespero estampado. Parecia se questionar mentalmente. Então, ele se agachou, lentamente se aproximou da face de Tyler, agarrando seus ombros.

— Só um coisa que eu posso fazer portanto... acho. — e Quotar cravou seus dentes no ombro de Tyler, sentindo o gosto salgado e ferroso de sangue.

Diante daquela criatura magnífica, Tyler sentia a energia lunar carregada em Quotar. E a mordida o transmitia aquilo, primeiro com o mercenário dando gritos de dor, em seguida de prazer. Sentia-se renascer, com vários ferimentos menores se fechando de imediato, e seu corpo esquentando rapidamente. Quando Quotar o soltou, Tyler já tinha o olhar de um nobre lobo. E sorria.

— Obrigado... agora vá ajudar lá fora. Turk... é meu... assunto...

Se virando para o local de combate, Tyler sentia a energia o inundar, e começava a grunhir de prazer ao chão. Seu corpo começava a deformar-se e a crescer, rasgando suas vestes para revelar um crescente couro de pelugem dourada que ia tomando conta de seu corpo, misturando seus cabelos à pelugem lupina que tomava seu ser. Os coturnos negros explodiram para dar lugar a poderosas patas lupinas douradas, com longas garras escuras arranhando o chão daquele hospital. Suas poderosas mãos pareciam ficar ainda mais perigosas, tanto por conta das longas garras que apareciam ali, quanto pela musculatura destas, realçada pela pelugem que crescia pelos fortes braços. Seus longos cabelos e barba se mesclavam numa dourada juba lupina, e sua face se alongava num focinho e com presas feitas para arrancar carne. Seus olhos âmbar ainda estavam presentes, mas agora pareciam, de fato, pertencer a sua origem, dando o tom animalesco junto às orelhas pontudas. E, assim que sua longa cauda terminou de se formar, do meio daqueles restos de roupas, saía o mais novo lobisomem da Terra, dando um uivo aos céus anunciando seu nascimento.

Seu olhar de predador foi direto encontrar John Turk. Seu coração pulsava pedindo por vingança. Seu faro podia dar conta de que Werena estava lutando. E o licantropo correu pela sala, apoiado pelas quatro patas, tomando um impulso e saltando na direção de seu ex-chefe, daquele que matou seus amigos.

— MORRA, SEU DESGRAÇADO! — Tyler vociferou, abrindo as mãos para enfincar as garras no tórax de Turk.

Os movimentos de Tyler eram diretos e potentes. Seu foco era em ferir Turk ao máximo, usando suas garras para cortar o máximo de carne que podia, mantendo seus sentidos duplamente atentos às movimentações de Turk. Focava-se em concluir o que Werena estava fazendo, aproveitando as distrações dela para girar em torno de Turk, e golpeá-lo em seus pontos mais fracos, focando as garras em arrancar-lhe a sustentação das pernas e em impedi-lo de usar suas armas agarrando seus braços e tentando quebrá-los com sua força licantrópica.

— Você sabia de minha história! Eu sei que sabia! — A selvageria do novo lobisomem era total, queria banhar-se no sangue de Turk, queria vingar-se por seus amigos. — Você se aproveitou de mim! Agora está feliz em ver o monstro à sua frente!? — Tyler lançava seu corpo contra Turk, e agarrava objetos jogados ao chão para arremessar contra seu desafeto. — ESTÁ FELIZ EM TER ME TRAÍDO!?

Sincronizando seus movimentos com os de Werena, Tyler buscaria pegar a última brecha para desferir seu último ataque. Pretendia morder Turk na jugular. E, assim que visse Turk morto ao chão, poderia sossegar de vez.

— Tyler... Você está... selvático.

O licantropo se virou para Werena, sangue ainda gotejava de suas mãos e de sua boca. Mas o cheiro da amazona o tranquilizava. E ele sorria.

— Bem que você dissera que era hora de uivar de novo... — pondo sua pata sobre o corpo de Turk, Tyler uivou para os céus, arqueando seu corpo e estufando o tórax, liberando algo saído do mais profundo de si. Então, sentiu o toque e a carícia de Werena, se virando a ela e arfando feito um cão, até para tranquilizá-la, movendo sua cauda em alegria. Depois, Tyler tocou seu focinho na testa de Werena, se inclinando para que a carícia continuasse.

— Seu cheiro está melhor ainda... — Tyler devolveu a carícia com uma lambida na orelha da amazona. — Eu... não me sinto mais perdido, Werena... — o licantropo olha as próprias mãos e o corpo lupino, vendo restos do que vestia espalhados pela sala. — ...mas vou precisar de outra roupa.

— Guie-nos Tyler, iremos onde precisar. Mas agora temos a criação de Turk para impedir... Espero que nossos aliados ainda estejam vivos, Haermys me alertou sobre o perigo de um pecado.

Tyler ainda se mantinha junto à Werena. Seu corpo parecia plenamente despertado. Ansiava por compartilhar aquilo com ela. Mas o cheiro podre que vinha de fora atrapalhavam as coisas.

— Haermys falou com você novamente? — Tyler se aproximou do que restava de suas vestes, pegando novamente a coroa lunar. Ela parecia menor agora. — Que pecado está aqui presente?

— Foi antes de nossa partida... Não sei dizer, mas acredito que saberemos em breve. Vou destruir toda obra de Turk até que seu nome seja esquecido da história!

— Você pode contar comigo para isso... pode contar com a fúria dos Greymane — O jeito de falar de Tyler ainda claramente era o mesmo. Mas... dessa vez ele parecia ter maior convicção nisso. — ...pelo menos espero que eles estejam vivos... e me procurando. — Tyler agora se encolhia um pouco. E se... estivesse sozinho ainda? Seus pais, seus irmãos... estariam bem? Mesmo depois de tantos anos?

Depois de recuperar a coroa lunar e a posicionar em sua cabeça, Tyler se abaixou para que a amazona pudesse montá-lo. A dupla então se organiza para verificar a situação com o pecado e auxiliarem como puderem. Com Werena montada no licantropo e sentindo a pelagem sobre suas coxas, o vento nos cabelos, a amazona tem furor em seus olhos. Se agarra firme ao pescoço de Tyler com uma mão e a outra estende em direção aos espectros  que voavam ao redor do grupo. Conjurando Poeira Lunar com a intenção de varrê-los de sua frente a brisa da noite se torna em vendavais que assoviam freneticamente.

— Tyler, me mostre a fera que você é... Eles não são páreo contra nós

Correndo pelo campo de batalha indo em quatro patas, o lobisomem conduzia Werena a Sincronia resultava numa comitiva que destroçava espectros e esqueletos com suas poderosas mordidas e garras, trombando contra as criaturas e se guiando pelos sentidos pelo campo de batalha.

— Segura firme, amazona! Temos uma guerra a vencer!

Vendo que ainda sobravam zumbis, assim que Werena descer de cima dele, Tyler irá se levantar e puxar a coroa lunar da sua cabeça. Com seus novos sentidos licantrópicos, passaria a atacar os zumbis com flechas-rede, golpeando com garras aqueles que ousassem se aproximar.


Testes:
• Derrotar Turk, ND Superior (18-22) vs. Tyler e Werena
Werena: 3 ♣ + 3 ♥ + Manipulação 2 ♥ + Misticismo 2 JOK + Comunhão 1 JOK + Sincronia 1 ♠ + Invisibilidade 2 ♠ + Esforço 1 - 1 Dupla = 14
Tyler: 4 ♠ + 4 ♦ + Lobisomem 1 JOK + Luta 2 ♦ + Garras 1 ♦ + Sentidos Aguçados 1 ♣ + Esforço 1 - 1 Dupla = 13
Total: 27

• Derrotar a Horda de Mortos-Vivos que o Cemitério-Vivo irá produzir após vencido / ND Difícil (14-18) para Sombras vs. Tyler e Werena
Werena: 3 ♣ + Misticismo 2 JOK + Sincronia 1 ♠ + Esforço 1 - 1 Dupla = 6
Tyler: 4 ♠ + 4 ♦ + Lobisomem 1 JOK + Luta 2 ♦ + Garras 1 ♦ + Sentidos Aguçados 1 ♣ + Esforço 1 - 1 Dupla = 13
Total: 19

• Derrotar a Horda de Mortos-Vivos que o Cemitério-Vivo irá produzir após vencido / ND Médio (10-14) para Esqueletos vs. Tyler e Werena
Werena: 3 ♣ + Misticismo 2 JOK + Sincronia 1 ♠ + Esforço 1 - 1 Dupla = 6
Tyler: 4 ♠ + 4 ♦ + Lobisomem 1 JOK + Luta 2 ♦ + Garras 1 ♦ + Sentidos Aguçados 1 ♣ + Esforço 1 - 1 Dupla = 13
Total: 19

• Derrotar a Horda de Mortos-Vivos que o Cemitério-Vivo irá produzir após vencido / ND Fácil (6-10) para Zumbis (solo)
4 ♠ + 4 ♦ + Lobisomem 1 JOK + Luta 2 ♦ + Garras 1 ♦ + Sentidos Aguçados 1 ♣ + Tiro 2 ♣ + Flecha-Rede 1 + Esforço 1 = 17


Última edição por Tyler Greymane em Ter Fev 22, 2022 4:06 pm, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Episódio 09 - O Pecado da Ganância   Episódio 09 - O Pecado da Ganância - Página 2 EmptyTer Fev 22, 2022 3:29 pm

Quotar, ou melhor, Zsigmond se afastou um pouco enquanto Tyler terminava sua transformação, tinha pena e ao mesmo tempo respeito por aquele homem. Sempre enxergara sua Maldição do Lobo como isso, uma maldição, mas para os Greymane e aparentemente para Tyler também, era uma dádiva, dali conquistaram seus poderes e riqueza. O fim da transformação tirou o lobisomem de seu leve torpor.

— Obrigado... agora vá ajudar lá fora. Turk... é meu... assunto...

Disse o Avalônico.
O Silvano apenas assentiu e partiu correndo em direção ao monstro gigantesco que se erguia sobre o hospital. Não pensou muito, apenas deixou seu instinto lupino tomar conta enquanto mordia, arranhava e rasgava o que pudesse, seus sentidos o indicavam onde havia concentrações de energia no mostro, portanto o Lobo focou nesses pontos. Passou também pelo seu companheiro monstro do pântano, que parecia bastante empenhado em fazer o mesmo.

A criatura lamacenta parecia praticamente imune a seus golpes, mas Zsigmond persistiu, era a única forma que enxergava para parar o monstro, apenas poderia fazer aquilo ou Sfantu estaria perdida.

• Destruir o Cemitério-Vivo, ND Extremo (23+).
2 ♠  + 1 ♣  + 3 ♦ + Lobisomem (1 JOK ) + Garras (1 ♦ ) + Sentidos Aguçados (1 ♣ ) + 3 Esforço = 12
• Derrotar a Horda de Mortos-Vivos (14-18)
2 ♠  + 1 ♣  + 3 ♦ + Lobisomem (1 JOK ) + Garras (1 ♦ ) + Sentidos Aguçados (1 ♣ ) + 2 Esforço = 11


Última edição por Quotar em Ter Fev 22, 2022 3:33 pm, editado 1 vez(es)
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Ban

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MensagemAssunto: Re: Episódio 09 - O Pecado da Ganância   Episódio 09 - O Pecado da Ganância - Página 2 EmptyTer Fev 22, 2022 3:30 pm

Frio...Escuro...Vazio.
Ban estava preso em lugar nenhum, flutuando como em um sonho, não sentia nada e ao mesmo tempo sentia tudo que já sentiu alguma vez na vida.
Alegria, medo, carinho, fome, dor, prazer...

Tudo isso percorria o corpo de Ban inúmeras vezes, ou melhor, percorria sua mente, sua alma, a essência que o formara e que agora pendia no nada, ansiando pelo último sopro para que pudesse esvaecer e se juntar ao infinito, com um Dente-de-Leão nos vales verdes de Longshan... Mas esse sopro não veio.

O dragão, ou aquele que já fora chamado de dragão, despertou novamente. Respirou fundo por puro reflexo, mas o ar preenchia seus pulmões de forma indiferente, não parecia ter necessidade mais daquilo. Piscou os olhos repetidas vezes mas sua visão continuava embaçada, o movimento lhe pareceu estranho, como se não precisasse mais fazer aquilo também.

Ele então sentou-se e olhou ao redor, mas o fez de maneira meio lenta, quase entorpecida. Viu que a sua volta o chão estava enegrecido, haviam árvores queimadas e partidas ao meio, um verdadeiro cenário pós-catástrofe.
Após 1 minuto de leve espanto por aquilo o monge olhou para o próprio corpo, isso realmente o deixou estarrecido. Sua pele tinha um tom azulado frio, salpicada de manchas mais escuras e alguns pontos esverdeados, ele parecia um hematoma gigante. Levou mais um momento para que percebesse a verdade derradeira, estava morto.

Quis rir, chorar, correr, gritar de ódio, mas só permaneceu ali, imóvel. Aquela existência maldita não cabia a Ban, era um espírito livre, um viajante, um lutador, um rufião... Agora era só um cadáver, animado por qualquer que seja a magia negra que animara os outros. " O que Brenda faria se me visse assim? Ou Stephanie?"  Seus amigos provavelmente tentariam destruí-lo, achando que era mais um lacaio. Por fim, o dragão só queria morrer. deitou portanto e decidiu aguardar a terra se alimentar de seu corpo e suga-lo para as profundezas, talvez aquele fosse finalmente um fim digno para sua história, mal sabia o que ainda estava por vir.

Um lamento gutural percorreu as ruas de Sfantu Greuceanu até chegar a Ban, para muitos aquele lamento era doloroso de se ouvir, quase enlouquecedor, mas para o monge foi como um chamado. Sentiu que aquele lamento estava ligado á mesma energia que o mantinha naquele estado cadavérico, levantou-se portanto e partiu em direção ao som, com passos trôpegos e vacilantes.

Chegando ao Hospital deparou-se com mais uma cena apocalíptica, um monstro gigantesco feito de destroços se erguia sobre o edifício, onde antes presumia ser o cemitério. Aquilo foi suficiente para Ban saber que tinha de destruir aquilo custe o que custar.

Seu corpo voltou a crepitar, mas agora de uma forma diferente, fagulhas púrpuras e bruxuelantes saltavam. Seu chi estava mudado, não sabia se estava mais poderoso ou não, mas não pensou muito nisso, queria ir de encontro ao combate.

Com a velocidade do talismã ele logo alcançou a criatura, seus golpes eram poderosos, sua energia parecia ressecar e endurecer a lama que formava o monstro, tornando o mais destrutivo, Ban corria a volta da criatura, fragilizando-a em diversos pontos para depois quebra-los, viu que um homem estranho, forte e peludo, o acompanhava nos golpes. Viu também que Nick escalava a criatura enquanto segura algo entre os dentes, alguns soldados o ajudavam. Juntos poderiam destruir aquela besta.


• Destruir o Cemitério-Vivo, ND Extremo (23+).
3 ♠ + 1 ♣ + 3 ♦ + Patrono (1 JOK ) + Ataque Chi ( 1 ♠ ) + Chi Elemental (1 ♣ ) + Luta (2 ♠ ) + 5 Esforço = 17

• Derrotar a Horda de Mortos-Vivos (14-18)
3 ♠ + 1 ♣ + 3 ♦ + Patrono (1 JOK ) + Ataque Chi ( 1 ♠ ) + Chi Elemental (1 ♣ ) + Luta (2 ♠ ) + 3 Esforço = 15
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MensagemAssunto: Re: Episódio 09 - O Pecado da Ganância   Episódio 09 - O Pecado da Ganância - Página 2 EmptyQua maio 11, 2022 4:35 pm

CENA FINAL
A Origem de Tyler


Enquanto Turk se vangloria de seu plano, Tyler parece conversar com o cão que os acompanhava. Desde que entrou junto dos outros sobreviventes na escola, Tyler tinha se dado muito bem com o cão de Viktor, Quotar. Os dois, de certa forma, trabalharam juntos na escola, no caminho até o hospital, e até mesmo na batalha. O avalônico se sentia surpreso muitas vezes em ver como o cão parecia lutar da mesma forma que ele. O que ele não esperava era a transformação daquele pequeno cachorro num poderoso lobisomem de pelugem mesclada e musculatura definida.

— Mas que diabos... — Tyler recuou alguns passos ao ver Quotar falando. Seus olhos estavam fixos no cão, com o mercenário dando uma boa olhada em sua forma. Mesmo assim, por algum motivo, Tyler não o temia. Só estava sem palavras. — Quotar!? Você... você...

— Sim, sou como você... Acho. — Quotar o respondeu, olhando em seus olhos.

A energia que o licantropo emanava era quase tátil para Tyler e, mesmo assim, ele não recuava.

— Mas eu não... argh! — o avalônico urrou, levando as mãos à cabeça e se apoiando em um dos joelhos. A presença de Quotar o fazia se lembrar de cenas mais vívidas. Via-se numa jaula, sendo arrastado para outro canto. Via quatro pessoas. Quatro ciganos, podia reconhecê-los pelas roupas. Via a cena de um dos ciganos dando um chute na jaula, e gritando ofensas. "Cala a boca, filhote de lobo!". Ele gritava.

— Eu... eu lembro... filhote de lobo... — Tyler voltou a se levantar, mantendo a mão na cabeça, sentindo uma dor imensa. — Quotar, por que não me disse antes o que era!? Foi... foi por isso que ficou próximo a mim todos esses dias?

— Eu... não sei. Acho que queria ter certeza de que era diferente — Tyler viu o lobisomem o responder e inclinar a cabeça dum modo bastante canino. E o via inspirar profundamente, apreciando os aromas suspensos no ar. — É, sinto cheiro de lobo, mas é bem fraco, está guardado lá dentro... acho.

Tyler olhava confuso, e parecia temeroso. Seus olhos encontravam os do lobisomem a todo instante. E flashes pulsavam em sua mente. Via uma pessoa como Quotar, mas era uma mulher. Não, era uma lobisomem. Via sua pelugem avermelhada e branca, seu olhar penetrante e amoroso. Via sua mãe, tinha plena certeza disso. Via mais pessoas também. Conseguira ver seu pai. Seus irmãos. Sua casa. Sua família. E o desespero no olhar de sua mãe quando foi jogado dentro daquele maldito ritual. Para quem visse de fora, teria a impressão da lua impregnar-se mais no avalônico. Seu próprio odor lupino parecia ficar mais forte. O lobo estava acordando. E estava gritando por socorro.

— Eles... eles me tiraram da minha família... — a voz do mercenário era sofrida. Lágrimas escorriam de seu rosto, e ele parecia ficar mais transtornado, enfiando as duas palmatórias no rosto. — Os malditos roubaram minha vida!

Mais cenas pipocavam em sua cabeça. Estava na sua cidade-natal, Glas-Kaw. Estava próximo às possessões dos Greymane. Era a semana de seu ritual, quando completava 15 anos de vida. Tinha conhecido uma nova pessoa, Olivia, uma silvana que residia próxima à cidade. Tinha ido com ela até uma feira de ciganos, seria praticamente a "despedida" de sua vida comum, e passaria a assumir na linha de frente ao lado de sua mãe. Lembrou-se de ter dançado até com uma das ciganas e ouvira um simples "durma" em seu ouvido. Só se recordava de acordar na jaula.

— Quotar, me diga! — Tyler já estava desesperado. Seus olhos cruzavam novamente os de Quotar, e seu olhar era o de quem sabia. De quem não temia alguém de sua própria raça. — Você conhece minha família!? Conhece os Greymane!? ME DIGA!

— Greymane, os lordes do norte, sim, sei quem são, Arlinn é vossa matriarca... acho. — Viu o lobisomem bufar diante de sua pergunta. Notou sua inclinação, já que, daquele jeito, era menor que o licantropo. Ouviu sua inquisição diante de sua fala. — E o que tem vós a ver com os Greymane? Não é um caçador? Sinto o cheiro da morte em suas mãos.

Foi ouvir aquele nome que Tyler desabou de vez. As lágrimas já escorriam de seu rosto. Arlinn. Sua mãe. Suas lembranças eram mais vívidas agora. Lembrava sua face, e lembrava sua verdadeira forma. Lembrava de sua criação amorosa, como os lobos sempre fazem a seus filhotes. Apesar da rigidez em treinos, que Tyler sempre soube contornar, e de toda aquela pressão sobre ele, sempre teve o apoio de Arlinn. Recordava-se das histórias. Ela era uma das mais temidas lobisomens do mundo. Desde que matou o próprio pai, o tirano Edward Greymane, ela impôs domínio e ordem nas questões dos licantropos do norte, usando suas habilidades inerentes à raça e seu domínio de magia. E seu primogênito fruto de sua relação com John Redtooth era um substituto ideal. Esse era Tyler, o herdeiro dos Greymane, que poderia superar a própria mãe. Isso o fazia ser visado. Até demais.

Anos antes, em Glas-Kaw, Tyler era arrastado até um círculo de pedra. Tinha ouvido muitas coisas a respeito de seu futuro, por parte daqueles bruxos ciganos. Ouvia seus nomes. Velkan era o que insistia em chutar-lhe a todo instante. Stefania era o nome daquela bruxa desgraçada. Ouvia claramente na sua cabeça o que eles diziam.

— Por que simplesmente não o mata, Stefania? Estando vivo, esse desgraçado irá trazer problemas apenas!

— Velkan, meus planos para esse garoto são outros... — Stefania sorria. — Eu preciso dele vivo. E inteiro. Ele irá me servir bem.

No círculo, fora desamarrado e arremessado em seu centro. Tentou fugir algumas vezes, mas não tinha muito o que fazer. Sendo praticamente linchado, o jovem ficou jogado ao chão, sangrando e com inchaços e ferimentos por todo seu corpo.

— Não tente fugir novamente, filhote — a bruxa girou o corpo de Tyler para que este ficasse com as costas contra o chão. — Nós sabemos como parar um lobisomem.

— Vocês vão ver só... — Tyler rosnou, cuspindo sangue. — Minha mãe irá matá-los! Um por um! E irá se banhar no sangue impuro de vocês!

— Heh... se é que sua mãe vai te achar vivo ainda — Stefania se afastou, puxando um livro e o posicionando sobre um pilar de pedra.

Viu a posição que a bruxa tomou para si, e viu os demais ciganos formarem uma roda, cercando a área. Todos passaram a entoar um cântico num idioma selvagem para Tyler, e o céu nublado começava a girar sobre suas cabeças, formando um funil que ia diretamente ao local da magia.

— O que estão fazendo!? — o herdeiro se arrastou no chão, olhando assustado para todos os lados. O vento parecia correr totalmente para dentro do círculo, e então subir aos céus. Os cabelos mais longos de Tyler esvoaçavam para cima, bem como os da bruxa.

— Estamos separando o homem do lobo! — Stefania gritou, erguendo novamente os braços. A longa túnica que usava agora esvoaçava, revelando um corpo repleto de tatuagens. Os outros ciganos reagiam com urros sincronizados ao cântico. — A esperança dos lobos morrerá! Um novo poder nascerá!

As pedras começavam a brilhar num fortíssimo tom azulado, e tentáculos de energia se aproximavam de Tyler, até que todos se uniram em um só ao centro do círculo, descendo com tudo e perfurando o tórax do jovem. Ele tentava urrar, tentava reclamar por socorro, mas se sentia sendo rasgado por dentro. Como se injetassem prata em seu sangue, sentia tudo queimar internamente, e já não tinha contato com o chão. Foi quando, num último resquício de força, se lembrou de sua mãe lhe instruir sobre o que fazer quando fosse pego numa emboscada.

— Filho, a alcateia é sua força. Nunca pense que está sozinho e, se estiver se sentindo isolado... uive.

E foi isso o que Tyler fez antes de entrar num estado catatônico. O uivo tomou os céus, e foi respondido por outros que pareciam vir de todas as direções.

— Você não deveria ser capaz disso! — a bruxa arregalou os olhos, perdendo um pouco da concentração brevemente. Em seguida, ela encarou seus companheiros. — Mudança de planos imediata! Eu vou apagar o lobo apenas! Contenham a alcateia de Arlinn!

Os ciganos prontamente se espalharam pela mata, e rapidamente era possível ouvir gritos humanos seguidos pelo som da carne sendo rasgada. Enquanto isso, as memórias de Tyler iam sendo substituídas. O amor que tinha pela sua raça se tornava ódio pela existência. As ideias de proteção a seu povo e seus protegidos se tornava uma obsessão doentia pelo poder. O sentimento de alcateia dava lugar à individualidade do caçador. E mesmo com tudo isso, o lobo resistia. Ele recuava cada vez mais para o fundo do espírito do avalônico, enquanto sua mente ia sendo rasgada, quebrada, destruída. E foi quando o lobo adormeceu que Tyler viu, pela última vez, sua mãe. A lobisomem aparecera no meio da mata, pronta para matar aqueles que ousaram sequestrar seu filho. E viu a figura de Orville, aquele que se tornaria seu patrono e protetor no futuro... se despedindo de Stefania.

— Orville, você precisa levar o herdeiro para longe. — Stefania retrucou, sua voz até estava tranquila, mesmo com a morte se aproximando. — Eu não irei sobreviver a isso, mas você precisa garantir que o garoto faça o que deve ser feito. Torne-o num caçador. Faça-o matar o máximo de bestas que puder. Cumpra nosso destino! Eu não consegui terminar o feitiço, mas fiz o suficiente. Ele vai se lembrar de você como seu protetor... dê continuidade a isso — Stefania ergueu uma das mãos, a girando e criando uma espécie de portal brilhante. — Garanta que ele siga nossos objetivos.

Orville carregou Tyler ao portal, e o jovem ouviu apenas uma coisa antes de atravessar aquela ponte mística.

— FILHO!!

— Arlinn!? — Tyler praticamente saltou em cima de Quotar, tocando seus ombros. — Arlinn é minha mãe! — o avalônico recuou em seguida, atordoado.

— Quer me dizer que você, caçador, é herdeiro de Arlinn? — Quotar por um segundo ficou atônito, depois soltou uma gargalhada rouca e cortante. Um rosnado brotou do fundo da garganta do lobisomem. — Quer me fazer de idiota?

Tyler não se intimidou com o rosnado do lobisomem, o encarando no fundo dos olhos, parecendo até rosnar de volta.

— Você está duvidando de mim? — O olhar frio e direto de Tyler fazia uma pressão imensa sobre Quotar, ao ponto até de que ele parecia flertar. — Nunca ouviu falar do filho de Arlinn que fora sequestrado!?

— Sim, levado por bruxos ciganos da Silvânia... acho. — Quotar voltou a ficar taciturno.

— Os ciganos roubaram minha vida! Me lançaram naquela bruxaria maldita! E você ainda duvida de minha história!? — Tyler urrava de dor, levando as mãos à cabeça. Ele praticamente ignorava o que acontecia ao seu redor. Seu senso de caçador ainda sabia que Werena estava dando conta de Turk. Seu cheiro lupino se intensificava. — Minha mãe... ela precisa de mim... eu preciso dela...

— Se Arlinn é vossa mãe, portanto deve rumar para o Norte, lá que é seu domínio. — Quotar seguia sem demonstrar muitas expressões, diante do homem que parecia à beira da loucura.

— Eu sei onde é minha casa! — Tyler encara Quotar, mas parecia mais desesperado do que tudo. — Quotar... me liberte disso! — o mercenário toca os ombros do licantropo. — Somos irmãos de raça! Eu sei disso!

O lobisomem manteve-se imóvel por um momento, o estrangeiro parecia realmente desesperado. Tyler sofria com isso. As memórias de anos bombardeavam sua mente.

— Eu não sei o que os ciganos fizeram com você, caçador. Mas ainda sinto o cheiro de lobo em você. Busque em seu íntimo e poderá se resgatar... acho — e levantando a cabeça ele uivou, saudando a lua, sua rainha verdadeira, mãe de todos os licantropos.

Tyler ouviu aquele uivo como algo muito libertador. Sentia vontade de se juntar àquele belíssimo cântico dos filhos da lua, e sentia como se o lobo fosse rasgar seu corpo a qualquer instante. Então se ajoelhou, ficando com a face diante da cintura de Quotar, olhando para ele. Seu olhar era suplicante. Clamava pela mordida. Clamava pelo ritual. O licantropo agora era quem mantinha seu olhar para Tyler, vendo seu desespero estampado. Parecia se questionar mentalmente. Então, ele se agachou, lentamente se aproximou da face de Tyler, agarrando seus ombros.

— Só há uma coisa que eu posso fazer, portanto... acho. — e Quotar cravou seus dentes no ombro de Tyler, sentindo o gosto salgado e ferroso de sangue.

Diante daquela criatura magnífica, Tyler sentia a energia lunar carregada em Quotar. E a mordida o transmitia aquilo, primeiro com o mercenário dando gritos de dor, em seguida de prazer. Sentia-se renascer, com vários ferimentos menores se fechando de imediato, e seu corpo esquentando rapidamente. Quotar, ou melhor, Zsigmond se afastou um pouco enquanto Tyler terminava sua transformação, tinha pena e ao mesmo tempo respeito por aquele homem. Sempre enxergara sua Maldição do Lobo como isso, uma maldição, mas, para os Greymane e, aparentemente, para Tyler também, era uma dádiva, dali conquistaram seus poderes e riqueza. O fim da transformação tirou o lobisomem de seu leve torpor. Quando Quotar se aproximou, Tyler já tinha o olhar de um nobre lobo. E sorria.

— Obrigado... agora vá ajudar lá fora. Turk... é meu... assunto...

O lobisomem voltou à sua forma lupina, não havia mais por que se esconder como um cão, mas não voltou à cidade. Precisava ver como o novato se saíria. Apesar de Tyler pertencer ao clã Greymane por sangue, por maldição, ele é um Pricolici. Se ele se revelar mesmo tão poderoso como as lendas avalônicas dizem, este poder pertence aos lobos de Silvânia, não de Avalon.


[CONTINUA...]


Última edição por Anfitrião em Sex maio 13, 2022 2:09 pm, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Episódio 09 - O Pecado da Ganância   Episódio 09 - O Pecado da Ganância - Página 2 EmptySex maio 13, 2022 2:01 pm

CENA FINAL
O Cemitério Vivo


Enquanto isso, o Cemitério Vivo se ergue como um monstro gigante do fundo do Pântano do Diabo. Mick e Franklin correram de volta para a margem, deixando Adrian para trás. Era impossível salvá-lo. O monstro absorveu-o, aumentando de tamanho e ganhando nova força. A abominação caminhou para a cidade, onde toda a lama que cobria as ruas de Sfantu Greuceanu flui para o demônio, levando consigo todos os cadáveres da cidade e a lama que recobriu a cidade nos últimos eventos. A imundície se aglomera sobre o monte de lama, aumentando-o e o alimentando. A cabeça demoníaca tem olhos e boca com uma sinistra luz violeta interior, como se almas estivessem servindo de combustível para uma fogueira espiritual e uma grotesca coroa, formada por diversas lápides, adorna a cabeça. O ser colossal tem a pode de um rei, um ar de realeza é observado, não de um jeito nobre, mas um sentimento de ganância que reis vis costumam ter. Seu corpo é um amontoado de sujeira, corpos de pessoas que foram devoradas pelos tipos de mortos-vivos, como zumbis, esqueletos e sombras, que atacaram a cidade nos últimos dias assim como os próprios restos destes monstros. A agonia deles é quase palpável.

Muito maior que sua primeira versão recém erguida do pântano, o monstro fortalecido com seus lacaios e as vítimas deles se ergue. Procurando por sobreviventes, ele vislumbra os escondidos na Escola e abre a boca. Daquelas chamas violetas, um lamúrio agourento é emitido por entre os lábios de lama. Um agouro de morte, medo e pânico. O lamento congela a alma de todos os incautos. Gustovan e Stephanie se abraçam, paralisados de medo, prostrados. A filha buscou proteção sob os braços do pai, mas este sempre foi um homem apavorado que não acredita nem em si mesmo. Shanya, a esposa, por outro lado é uma mulher forte e consegue se manter. Ela tenta em vão consolar as crianças, mas elas são as que mais sofrem com o lamúrio. Quem quer que sobreviva a este dia, nunca esquecerá do som da morte. Antenor também resiste, sempre precisou enfrentar o medo no dia a dia, mas ainda tem dúvidas sobre suas capacidades contra aquela monstruosidade. Diferentemente de Nick que, ao ouvir aquele urro grotesco, urraria de volta como um desafio, se pudesse, mas, dada sua deficiência, rosna pronto para o combate. Aquele monstro não o amedrontava. Estava acostumado a lutar com criaturas daquele tamanho nas profundidades abissais desconhecidas pelos humanos. Sabia que poderia derrotá-lo, só precisaria de trabalho em equipe, precisaria formar uma unidade com quem sobrou de pé. Já Viktor encontra forças em sua própria honra e dever de proteger a cidade para manter-se firme e não se abater diante da imensurável agonia que os menos fortes em vontade caíram. De um dos últimos descendentes do famigerado herói regional, Greuceanu, que deu nome à cidade, não se esperaria menos.

O lamúrio do demônio também afetou Franklin. O pobre soldado, escudeiro de Mick, definhou para uma posição fetal choramingando sem parar. O inglês nunca tinha visto ele se portar daquele jeito, afinal, era conhecido por ser corajoso e enfrentar o que quer que fosse. O espião viu que todos sentiam o medo causado pelo lamento do Cemitério Vivo, mas ele mesmo sentiu medo por finalmente aceitar que a magia existe. Essa constatação faz tudo o que ele conhece parecer frágil demais. A coroa avalônica não estava preparada para enfrentar ameaças como aquele monstrengo gigante que estava ali e isso deixa o espião patriota em pânico. Para sua surpresa, outra criatura aparece. Um tubarão humanóide, Nick, surge atrás de Mick, acompanhado de Viktor, com vestimenta de xerife, os dois parecem ter a intenção de enfrentar a criatura. Mick entende que precisava agir também. Ele puxa Franklin, que estava paralisado, para um esconderijo atrás da cerca de uma residência.

— Respire fundo, Franklin. Tudo vai ficar bem. Eu voltarei por você e quando isso tudo acabar, tomaremos aquele chá de pêssego juntos.

Voltando para o campo de batalha, Mick sobe sobre em destroços para chamar a atenção dos poucos sobreviventes que resistiam ao lamento do demônio em torno de si. Ele fala como um capitão experiente para todos ouvirem, para coordenar a ação e inspirá-los.

— Sobreviventes de Sfantu Greuceanu, uni-vos! Só de forma organizada poderemos enfrentar essa criatura. Eu tenho algo que pode feri-la, mas preciso de vocês para conseguir atingi-la. — Ele levanta o menir sobre a cabeça.

— Como posso ajudar? — Viktor pergunta prontamente, mas é interrompido por um alto barulho de moto.

— Aquela coisa vai unir seu corpo no dele se você não ficar quieto. — Swanda chega quando Mick começa a ensaiar um discurso para a população. —  Dá isso aqui. — Ela puxa a mão do agente e olha mais de perto o objeto. —  Isso é algum tipo de magia? Tem um botão nele para lançar alguma coisa? Como isso vai nos ajudar?

— Eu acho que é um tipo de lança – responde Mick – Podemos atirar ou chegar até lá para enfiar no bicho.

— Não sei se é bom chegarmos perto e não dá para construir uma besta agora... — Swanda olha em volta, vê o monstro e depois o esqueleto decrépito que a acompanhou desde a invasão ao hospital. — Rápido, me ajuda a tirar essas coisas da moto. — A vampira vai até a sua moto e começa a tirar várias peças que deixavam o veículo pesado. — Pronto. Qual a chance de um esqueleto conseguir pilotar uma moto esquelética?

Mick engole em seco com mais uma demonstração de magia. Em vez de responder, ele olha ao redor.

— Vamos precisar abrir caminho para a moto. — Ele conta as balas na pistola. — Deixa essa parte comigo.

"Vamos precisar abrir caminho para a moto". Ao ouvir aquelas palavras, o tubarão esboça um sorriso como se fosse tudo que gostaria de ouvir e percebe na moto de Mick explosivos e combustível que poderia ser usado para queimar o monstro. Nick prontamente coleta os itens e os embrulha como um farnel, colocando-os numa mochila improvisada atravessando o tórax.

— Esta é uma ideia, tubarão – diz Mick, estranhando a criatura com quem fala — Se explodirmos o tanque de um lado, ele ficará vulnerável para que Swanda guie a moto para o outro lado.

Nick assente com a cabeça, era exatamente isso que imaginava, mas indica que ele mesmo levaria a bomba improvisada até o monstro.

— É muito arriscado – responde Mick.

Mas o atlante pousa a mão no ombro do inglês e o encara seriamente, confirmando que faria aquilo de qualquer maneira.

— Tudo bem, mas precisará de cobertura. Eu vou lhe dar.

— E eu também darei – diz Viktor.

— Nós também vamos ajudar – diz Shanya, junto a Antenor — Este monstro destruiu nossa cidade e deixou o meu marido em frangalhos. Temos de eliminá-lo de qualquer maneira.

Viktor nunca gostou de Shanya, achava-a vulgar e uma péssima representante dos poderosos de Sfantu Greuceanu. Quem sabe agora fosse a hora de se redimir.

— Toda ajuda é bem-vinda, dona Gustovan – disse o xerife — Eu e o soldado daremos cobertura ao tubarão, a senhora e seu empregado podem proteger sua família, as crianças e o jovem soldado.

Swanda pega o menir e prende onde um dia esteve o farol da moto. O espião e o xerife correm na direção do colosso, procurando locais estratégicos para se posicionar de onde poderiam atirar e de forma que chamasse atenção para si, deixando-o de costas para a moto.

— Soldados, ataquem comigo! — Ele grita para o tubarão e quem mais estiver por perto.

"Soldados, ataquem comigo!" Ao ouvir seu companheiro de batalha gritar, o tubarão se apressa e toma a frente em direção ao cemitério vivo.

Ao ver a diminuta figura avançando contra si, o demônio ataca golpeando a esmo com os punhos descomunais. Devido à sua própria estrutura corporal feita principalmente de lama, ele é capaz de esticar seus braços para alcançar Nick antes que ele se aproximasse o suficiente para lhe causar qualquer dano corporal. O atlante é atingido e arremessado com um golpe, mas não desiste e persiste em sua empreitada. Os atiradores fazem seu papel de dar cobertura, chamando momentaneamente a atenção do monstro para si. Ele se divide por alguns instantes, alongando os braços em direção a Mick e Viktor, destruindo a proteção que lhe dava cobertura. Os dois são obrigados a procurar outros postos, dando tempo suficiente para o demônio volte-se novamente para Nick. Os golpes caóticos do monstro são imprevisíveis e derrubam Nick-Ahnor, quase fazendo com que ele derramasse o combustível do tanque, antes de conseguir chegar aos membros inferiores da abominação.

O tubarão partiu sua alabarda rústica ao meio, transformando-a em ferramentas de escalada. Com o equipamento improvisado, o atlante desfere golpes profundos e sobe por uma das pernas do colosso. Ele agora era um alvo fácil para o monstro, mas os atiradores chamam a sua atenção novamente.

Mick e Viktor disparam sem hesitar, mas percebem-se com a munição acabando. Não fosse a intervenção de Antenor, estariam desprovidos.

— Minha patroa ordenou que eu viesse ajudar o tubarão e eu também vou me juntar a vocês – ela disse — Tomem. Trouxe mais munição para vocês.

O demônio esqueceu que Nick o escalava ao perceber que agora três pessoas atiravam nele. Ele se concentrou por um momento, fazendo uma boa parte da lama fluir para seu braço direito, triplicando de tamanho e dividindo-o em três para atacar individualmente cada um dos atiradores. Viktor e Mick, por já presenciarem um ataque daqueles momentos antes, conseguiram se esquivar. Infelizmente, Antenor foi pego e seu corpo ficou colado ao tentáculo de lama, sendo arrastado para o corpo do Cemitério Vivo e o fortalecendo mais.

— NÃO!

O grito de Shanya ecoou pela praça destroçada de Sfantu Greuceanu, denunciando que ela se importava muito com Antenor. Ela largou seu posto na Escola e desatou a andar na direção do monstro, correndo desesperada.

— Não! – gritou Viktor – Volte! Não podemos perder mais ninguém.

De nada adiantou, a mulher, chorando copiosamente caminhada para a morte. Mick saltou sobre ela, trazendo-a de volta à lucidez e a colocando protegida atrás de escombros.

— Controle-se e nos ajude, vingue seu amante e foque em dar cobertura ao nosso peixe – Mick tentou se manter firme, mas perder um soldado sempre mexia com ele.

Mas Shanya estava muito nervosa, não era uma boa atiradora e Nick estava carregando uma boa. Qualquer erro de mira resultaria em sua morte.

— Deixe. Me dê isso aqui – Mick tomou o revólver das mãos da mulher — Apenas fique aqui e não saia.

Ela concordou, agarrou-se à perna do inglês e não soltou como se sua vida dependesse daquilo. A dupla voltou a se concentrar, mas quando o corpo de Antenor foi engolido pelo demônio, Nick viu-se ao redor de todos aqueles cadáveres usados para sustentar o corpo colossal do monstro. O atlante sente nojo e repulsa daquela profanação de corpos. Nunca em guerra alguma ele vislumbrou um desrespeito tão grande pelos mortos. Isto o enche de fúria. Com a mente cerrada pelo furor, seus ataques não são mais planejados e, se antes ele se continha em seguir o caminho mais lógico para chegar à cabeça do colosso, agora seu foco é arrancar os cadáveres do corpanzil demoníaco, numa esperança inútil de lhes trazer paz.

Viktor e Mick entreolham-se sem entender por que o tubarão agia daquele jeito, mas tentam lhe dar cobertura com os disparos de suas armas de fogo. Apesar do monstro ser gigante e os tiros acertarem-no, eles mal eram sentidos pelo demônio.

— Precisamos “guiar” o peixe para a cabeça do monstro – disse Mick.

— E como faremos isso? – questionou Viktor.

— Vamos atirar ao redor dele, impedir que ele deixe de seguir o caminho certo.
— Mas podemos atingi-lo, se errar.

— É por isso que não erraremos, xerife.

Os dois atiradores, miram em pontos estratégicos impedindo Nick de se desviar. Os tiros atingem os cadáveres ao redor do atlante, obrigando-o a seguir por outro caminho, e “salvar” outras vítimas, fazendo-o chegar cada vez mais perto da cabeça do monstro. Porém, quando o tubarão chega ao que deveria ser o coração do demônio, ele para ao reconhecer uma face. Ban.

[CONTINUA...]
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MensagemAssunto: Re: Episódio 09 - O Pecado da Ganância   Episódio 09 - O Pecado da Ganância - Página 2 EmptySeg maio 16, 2022 2:17 pm

CENA FINAL
A Derrota de Turk


Aquele urro amedrontador faz Werena cair de joelhos. Não conhecia uma sensação tão ruim. Lágrimas salgadas descem pelo belo rosto da Amazona, ela se vê desolada e, não fosse pelo Manto, seria um alvo fácil.

"Ancestrais, não me abandonem, por favor... Eu nunca estive tão sozinha, por favor! Por favor, Yaci! Sua filha está desamparada" sussurrava abraçando os joelhos.

Ainda oculta pelo Manto, Werena enxugava suas lágrimas e a luz da lua cheia se revela. Apesar de marcar contrastes tenebrosos naquela cidade maldita, também gerava nova força para Werena, que sente sua prece gerar resposta. Parando seu choro, ela se levanta e, mesmo invisível, é possível notar uma silhueta cintilante que passaria despercebida aos olhos desatentos. Seus seios ganham peso e seu pênis e testículos se contraem até se transformarem em clitóris e vulva. No seu interior, um útero pulsa vida e magia. O lamento de morte já não poderia vencer a Icamiaba no auge de sua conexão com suas ancestrais. Ela passa por Turk passando os dedos por sua nuca, mas antes que deslizasse sua mão por seus cabelos, o wárabe segura com força o punho da amazona.

— Acha que sou um tolo e não vim preparado? Conheço este artefato – Turk revelou Werena, arrancando o capuz e tornando-a visível novamente – Você não sabe de muita coisa, amazona. Eu fui o dono do Manto da Invisibilidade, a Mortalha da Morte, como era chamada quando eu o vestia.

A revelação pega Werena de surpresa, sua estratégia passava necessariamente por usar os poderes do artefato atlante, mas, como uma guerreira, não desistiria ao primeiro obstáculo. Pelo contrário, aquilo a obstinava mais ainda a vencer Turk naqueles termos. Poderia não usar os poderes do Manto e seu Escudo estava sem poderes, mas ainda era hábil com ele. Werena se desvencilhou do aperto de Turk e o atacou violentamente com seu escudo. O artefato atingiu o rosto do mago em cheio, ferindo o nariz adunco, fazendo-o sangrar. O sangue escorreu para os lábios de Turk, tingindo-os de vermelho, o que deixava-o com aparência mais sinistra ainda.

— Turk, Turk, Turk... Exageram e muito. Tens o rosto de um miserável desesperado! Agora é você quem me conhecerá. Werena, que derrotou seus lacaios um a um, e com você não será diferente! Eu sou toda a fúria e o legado de cada amazona! Icamiaba! Aquela coloca homens de joelhos!

— Você fala demais, amazona. E fala de coisas que tem completa ignorância – Turk respondeu. Havia dado alguns passos para trás, a fim de se recuperar do golpe do Escudo. Seu nariz continuava sangrando, mas havia algo de estranho, sua pele se remexia como se tivesse vida própria. Ele estava se regenerando.

— Apelar para forças tão sombrias só expõem seu frágil ego! Esse poder não é seu, e eu rirei quando o consumir!

Desta vez, ele não respondeu. Em vez disso, ergueu a palma da mão na direção de Werena. Uma rajada de energia foi disparada, muito semelhante àquela que Dastan possuía. O tiro atingiu Werena de raspão no ombro, teria acertado precisamente, não fosse a habilidade da amazona. A iara não poderia se permitir ser descuidada. Os ataques de Turk são bastante poderosos, mas ela também pode lutar à distância. Werena não estava acostumada com armas de fogo, mas precisou se familiarizar com elas nos últimos tempos em Silvânia. Ela se refugiou atrás de uma árvore do jardim, usando-a como escudo de corpo inteiro e como cobertura para seus próprios disparos. Um deles acertou o abdômen de Turk, mas, como ela já esperava, o ferimento se regenerou em instantes. Werena sabe que Turk consegue vê-la mesmo sob o Manto de Invisibilidade, mas ela arrisca se proteger usando a intangibilidade do artefato.

A amazona vestiu o capuz, ficando intangível como um fantasma. O poder lhe daria alguma vantagem contra seu adversário e ela avançou sobre ele, mas descobriu da pior forma que, mesmo incorpórea, os ataques mágicos do wárabe venciam sua defesa.

— Criança! Eu já disse que conheço todos os truques deste brinquedo! Agora é a minha vez de colocar você de joelhos!

John Turk fez alguns gestos no ar com as mãos, que terminaram com seus indicadores tocando suas têmporas. Imediatamente, Werena sentiu uma forte de cabeça. Ela se prostou de joelhos, como o mago havia lhe dito que faria. Contorcendo-se de dor, o capuz abaixou, revelando a forma corpórea de Werena. Ela gemia como se uma manada de antas pisasse em sua cabeça.

Perto dali, Tyler sentia a energia o inundar, e começava a grunhir de prazer ao chão. Seu corpo começava a deformar-se e a crescer, rasgando suas vestes para revelar um crescente couro de pelugem dourada que ia tomando conta de seu corpo, misturando seus cabelos à pelugem lupina que tomava seu ser. Os coturnos negros explodiram para dar lugar a poderosas patas lupinas douradas, com longas garras escuras arranhando o chão daquele hospital. Suas poderosas mãos pareciam ficar ainda mais perigosas, tanto por conta das longas garras que apareciam ali, quanto pela musculatura destas, realçada pela pelugem que crescia pelos fortes braços. Seus longos cabelos e barba se mesclavam numa dourada juba lupina, e sua face se alongava num focinho e com presas feitas para arrancar carne. Seus olhos âmbar ainda estavam presentes, mas agora pareciam, de fato, pertencer a sua origem, dando o tom animalesco junto às orelhas pontudas. E, assim que sua longa cauda terminou de se formar, do meio daqueles restos de roupas, saía o mais novo lobisomem da Terra, dando um uivo aos céus anunciando seu nascimento.

Seu olhar de predador foi direto encontrar John Turk. Seu coração pulsava pedindo por vingança. A visão de Werena contorcendo-se de dor diante de seu algoz só o encheu de mais fúria e o licantropo correu pelo jardim, apoiado pelas quatro patas, tomando um impulso e saltando na direção de seu ex-chefe, daquele que matou seus amigos.

— MORRA, SEU DESGRAÇADO! — Tyler vociferou, abrindo as mãos para fincar as garras no tórax de Turk.

Não fosse o urro de vingança de Tyler, Turk haveria sido atingindo pelas garras recém conquistadas do lobisomem. O berro lhe alertou e, no último instante, o mago rasgou o ar com uma mão, criando uma fenda para sua escapada para poucos metros adiante. A ausência do mago interrompeu a Dor Lancinante que Werena sofria. Com um suspiro de alívio, mas ainda tonta, ela se levantou e quase não reconheceu seu amante. Recomposta, Werena conjurou a magia que dava fama às amazonas como uma verdadeira unidade de guerra. A Sincronia entre os dois foi conjurada e agora a dupla lutaria como se fosse um só, como se fosse um casal experiente numa dança, com uma afinidade tão íntima que era como se eles se conhecessem desde muito tempo.

Ambos olharam para Turk com a intenção de matar. Os movimentos de Tyler são rápidos e potentes, logo o lobisomem alcança o mago. Devido à magia, Werena replica os golpes e sente a selvageria do aliado e podia sentir, de alguma forma, que ambos têm uma forte ligação com a Lua. O astro lhes dava força e reforçava a Sincronia entre Werena e Tyler. Ele golpeia Turk em seus pontos mais fracos, usando as garras para arrancar-lhe a sustentação das pernas e agarrando seus braços, tentando quebrá-los com sua força monstruosa. Turk sentia a dor de seu corpo sendo quebrado, embora fosse regenerando à medida que se quebrasse, o que só aumentava a sua dor.

— Você sabia da minha história! Eu sei que sabia! — A selvageria do novo lobisomem era total, queria banhar-se no sangue de Turk, queria vingar-se por seus amigos. — Você se aproveitou de mim! Agora está feliz em ver o monstro à sua frente!? — Tyler lançava seu corpo contra Turk, e agarrava objetos jogados ao chão para arremessar contra seu desafeto. — ESTÁ FELIZ EM TER ME TRAÍDO!?

— Não sei do que reclama! Transformou-se num monstro por conta própria. Não era isso que queria? Não foi por isso que me abandonou? Porque eu preferi dar minhas dádivas a outros mais competentes?

— Você matou meus companheiros! Você me usou para seus próprios princípios! Você os transformou em algo que eles nunca foram! E me negou o que prometeu!

— Nós tínhamos um acordo e você não fez a sua parte! Não esperava ouvir uma choradeira dessas de um mercenário! Tem andando muito com rapazes alegres como este desviado que o acompanha!

Werena sentiu-se profundamente ofendida, sincronizou seus movimentos com os de Tyler para desferir seu último ataque. O lobisomem mordeu Turk na jugular. O mago, quase sem controle do corpo, segurou o pescoço, mas foi forçado a recuar, terminando por cair prostrado no chão. Por um breve momento, Tyler sossegou.

— Turk... Que alma decadente. Ardiloso, mas sozinho não é metade da ameaça que vocifera — Werena olha para si e o estado do jardim após o combate, o sangue derramado lavaria o de suas irmãs? Voltou-se para o presente — A noite ainda é longa. Tyler, você está selvático.

O licantropo virou-se para Werena. Era até difícil dizer que aquela criatura de pelugem dourada e manchada de sangue era Tyler. Sua boca estava manchada, bem como suas novas garras. Tinha se servido da vingança que queria, a vingança pelos seus amigos, mas o cheiro da amazona o tranquilizava. E ele sorria.

— Bem que você dissera que era hora de uivar de novo – pondo sua pata sobre o corpo de Turk, Tyler uivou para os céus, arqueando seu corpo e estufando o tórax, liberando algo saído do mais profundo de si. Então, sentiu o toque e a carícia de Werena, se virando a ela e arfando feito um cão, até para tranquilizá-la, movendo sua cauda em alegria. Depois, Tyler tocou seu focinho na testa de Werena, se inclinando para que a carícia continuasse.

— Seu cheiro está melhor ainda... — Tyler devolveu a carícia com uma lambida na orelha da amazona. — Eu... não me sinto mais perdido, Werena... — o licantropo olha as próprias mãos e o corpo lupino, vendo restos do que vestia espalhados pela sala. — mas vou precisar de outra roupa.

— Ha ha ha ha ha ha ha!

A risada de Turk é ouvida, mas não vem do corpo desfalecido do mago. Tyler e Werena entreolham-se, assustados, mas ainda de prontidão, atentos para qualquer ataque de Turk.

— Vocês dois são um... ha ha ha ha ha… casal? Então foi assim que começou a ser um verme lamuriante, Tyler? Que triste fim para um respeitado mercenário!

A magia de Werena mantinha o casal sincronizado, um de costas para o outro, ouvindo os insultos de Turk calados, apenas prestando atenção para a direção de onde vinha a voz. O corpo de Turk desfez-se como vento soprasse uma miragem. Todo o furioso ataque da dupla foi em vão, lutaram contra uma ilusão. O mago reaparece, havia configurado um estratagema assim que viu a transformação de Tyler: criou uma ilusão sua ao mesmo tempo em que se tornou invisível e apenas esperou o desenrolar da fúria do lobisomem. Deu o gostosinho da vitória fácil apenas para se regozijar mais tarde. Ele disparou um feixe vermelho de suas mãos, derrubando a dupla no chão. Como uma unidade, eles se levantaram e voltaram ao ataque, mas agora não tinham mais o elemento surpresa e Turk sabia como se comportavam. Cada ataque desferido contra o mago é bloqueado facilmente, alguns inclusive usados como contragolpe entre os aliados. O líder dos Acólitos do Abismo não cedia e a luta prolongou-se por muito tempo.


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MensagemAssunto: Re: Episódio 09 - O Pecado da Ganância   Episódio 09 - O Pecado da Ganância - Página 2 EmptyQua maio 18, 2022 7:17 pm

CENA FINAL
O último dragão


Frio. Escuro. Vazio.

Ban estava preso em lugar nenhum, flutuando como em um sonho, não sentia nada e ao mesmo tempo sentia tudo que já sentiu alguma vez na vida.

Alegria. Medo. Carinho. Fome. Dor. Prazer.

Tudo isso percorria o corpo de Ban inúmeras vezes, ou melhor, percorria sua mente, sua alma, a essência que o formara e que agora pendia no nada, ansiando pelo último sopro para que pudesse esvaecer e se juntar ao infinito, com um dente-de-leão nos vales verdes de Longshan. Mas esse sopro não veio.

O dragão, ou aquele que já fora chamado de dragão, despertou novamente. Respirou fundo por puro reflexo, mas o ar preenchia seus pulmões de forma indiferente, não parecia ter necessidade mais daquilo. Piscou os olhos repetidas vezes, mas sua visão continuava embaçada, o movimento lhe pareceu estranho, como se não precisasse mais fazer aquilo também.

Ele abriu seus olhos e viu a expressão de fúria de Nick-Ahnor se desfazer e se transformar em dúvida. O atlante se afastou, olhando para Mick e Viktor, e deixou que Ban se levantasse. O monge se ergueu e olhou ao redor, mas o fez de maneira meio lenta, quase entorpecida. Viu que a sua volta o chão estava enegrecido, havia terra, corpos e detritos espalhados, mas protegendo algo. Ele mesmo fazia parte daquilo, parte de um corpo colossal feito de cadáveres, principalmente.

Após um momento de espanto, o monge olhou para o próprio corpo e isso realmente o deixou estarrecido. Sua pele tinha um tom azulado frio, salpicada de manchas mais escuras e alguns pontos esverdeados, ele parecia um hematoma gigante. Levou mais um momento para que percebesse a verdade derradeira, estava morto. Quis rir, chorar, correr, gritar de ódio, mas só permaneceu ali, imóvel. Aquela existência maldita não cabia a Ban, era um espírito livre, um viajante, um lutador, um rufião... Agora era só um cadáver, animado por qualquer que seja a magia negra que animara os outros.

"O que Brenda faria se me visse assim? Ou Stephanie?"

Seus amigos provavelmente tentariam destruí-lo, achando que era mais um lacaio, uma parte daquela monstruosidade. Mas a expressão de Nick falava o contrário. Do alto do corpo demoníaco, ele procurou Stephanie e a encontrou na Escola, paralisada de medo com seu pai. Aquilo foi suficiente para Ban saber que tinha de destruir o colosso custe o que custasse.

Seu corpo voltou a crepitar, mas agora de uma forma diferente, fagulhas púrpuras e bruxuleantes saltavam. Seu chi estava mudado, não sabia se estava mais poderoso ou não, mas não pensou muito nisso, queria ir ao encontro do combate. Com um movimento, forçou seu corpo para fora do peito da criatura, despregando-se da lama escura que compunha a grande massa do Cemitério Vivo.

Com a velocidade do Talismã, ele se destacou totalmente da criatura, descendo por sua perna e o encarando de frente. A silhueta de Ban mal podia ser vista diante da imensidão do demônio. Era como se um rato atacasse um homem adulto. O cemitério encarou Ban de volta, dando tempo para que Nick-Ahnor escalasse até o topo e deixasse os explosivos na cabeça. Viktor, Mick e Shanya olharam incrédulos quando o último dragão concentrou seu chi, fazendo fios de eletricidade percorrerem seu corpo e se intensificando até formar uma redoma eletrificada sobre seu corpo.

A atenção do demônio ficou focada em Ban, justamente a oportunidade que Swanda esperava. Mick se levantou de seu esconderijo e acenou para a vampira. Ela acionou seu comando sobre Olavo, nome que deu para o esqueleto que controlou no Hospital. O morto-vivo montou na moto com o menir servindo de lança. A vampira não sabia quem Olavo tinha sido em vida, mas não ligava para isso não havia se apegado, estava servindo a seu propósito e seria o responsável pelo golpe final no demônio que destruiu sua cidade. Quem que tenha sido, deveria se orgulhar de tal feito, um último e honrado feito mesmo no pós-vida.

O Cemitério Vivo uniu os seus braços, amalgamando-os em um único e poderoso membro. Ergueu-o sobre a cabeça e golpeou violentamente a esfera brilhante que recobra Ban. O dragão concentrou seu chi mais uma vez, aumentando ainda mais o diâmetro da redoma e produzindo um clarão ofuscante que cegou os espectadores. Nick-Ahnor desequilibrou-se e caiu escorregando pelas costas do demônio, vendo, ao longe, que o esqueleto controlado por Swanda dava a volta na criatura para se posicionar estrategicamente. Após o brilho ofuscante, o demônio viu seus braços ressecados, a lama que o revestia havia endurecido e pouco a pouco seus membroas eram pulverizados.

O monge dracônico correu à toda velocidade concedida pelo Medalhão do Relâmpago, disparando o chi elemental de suas mãos e ressecando a superfície de lama do corpo demoníaco em diversos pontos das pernas do Cemitério Vivo. Rápido demais para se esquivar dos golpes do colosso, Ban salta nos pontos ressecados, destruindo-os e formando crateras, que, pouco a pouco, fragilizavam a estrutura das pernas do demônio. Nick-Ahnor reagrupa-se com os sobreviventes da cidade, abismados com tamanho poder vindo de Ban.

— Cada vez mais eu entendo que nada sei – diz Mick, ao perceber-se envolto de coisas que fogem às suas explicações lógicas.

Estava ao lado de um tubarão bípede e diante de um colosso formado por um cemitério humanóide que lutava com um monge que retornou dos mortos e disparava raios pelas mãos. Seus relatórios sobre os ocorridos em Silvânia teriam de ser bem redigidos e anexados com provas para não ser considerado um louco pelos seus superiores do Serviço Secreto de Avalon. Mas ainda não era hora de se preocupar com estas questões, precisava sobreviver a tudo isso antes.

Fragilizado, o Cemitério Vivo urra mais uma vez. Seu lamento atinge os sobreviventes reagrupados de Sfantu Greuceanu: Shanya, abalada pela morte de Antenor; Nick-Ahnor, agora que se recompôs da fúria; e Mick Fear, já sem a proteção do Menir. Apenas Viktor, com sua determinação e herança de do lendário Greuceanu, mantém-se de pé, além de Swanda, que já conheceu a morte e é imune ao seu lamento. Pelo contrário, a vampira também se sentia mais forte. Se tinha alguém que poderia ganhar alguma coisa com toda esta tragédia era ela. Isso a faz pensar se poderia tomar o controle do Cemitério e governar a região, mas resolveu seguir o combinado e manteve o controle sobre Olavo.

O demônio arrasta-se para anexar o atlante paralisado ao seu próprio corpo e ganhar uma sobrevida. Todo cadáver ou vítima paralisada pelo lamento do cemitério era um potencial recurso para que o demônio se fortalecesse. Seu corpo não ganhava vida apenas dos mortos do Pântano do Diabo ou dos mortos-vivos gerados pelo ritual de Turk, qualquer um abatido, seja fisicamente ou psicologicamente, serviria de alimento para o demônio.

Viktor, embora com sangue do lendário herói local, ainda é um homem comum contra um colosso demoníaco de mortos. Ban vira-se para ele, sabia que era o único que poderia deter aquele monstro e, mesmo que não o conhecesse, acena para ele, na esperança de que tudo terminasse bem.

O último dragão concentra seu chi uma última vez. Agora, em vez de uma redoma de raios elétricos, seu poder se desprendeu como um chicote de raios. As ramificações elétricas aos poucos foi tomando uma forma serpentária. Um corpo longilíneo e com patas curtas. Uma cabeça canina e com longos bigodes feitos de raio. Relâmpagos constituem seu corpo totalmente eletrificado, com tonalidades arroxeadas. O corpo de Ban é como um condutor do chi elétrico e agora não era nada além disso.

— Zuihou Long!

Ban havia voltado da morte para uma última tarefa. Recebeu a missão do próprio Bahamutt, o Dragão Supremo após passar por uma série de provações. Meses se passaram para ele, mas apenas alguns dias para os sobreviventes de Sfantu Greuceanu. Como prêmio pela sua dedicação, lhe foi ofertada uma técnica secreta, o Último Dragão, onde o monge dracônico transformaria sua alma em chi num golpe supremo. Sua alma foi transposta para o dragão de raios, ele abriu sua bocarra e sua baforada era um enxame de raios que atingiram em cheio a bomba plantada por Nick-Ahnor na cabeça do demônio. Ela explodiu em infinitos pedaços, mas a criatura ainda não estava derrotada. Ao mesmo tempo em que o dragão de raios se dissipava, dando um fim à alma de Ban, o último dragão de Longshan.

Um raio desafiou a física e subiu aos céus, tendo como fonte da eletricidade o corpo de Ban e o Medalhão do Relâmpago. Quando atingiu o céu, um vórtice de nuvens foi criado, dando origem a uma chuva fraca de início que evoluiu para uma verdadeira tempestade. Era como uma despedida para o monge dracônico, suas feições quase eram percebidas entre os clarões das nuvens. A chuva forte lavou o campo de batalha, limpando o monstro e diminuindo seu tamanho.

Enfraquecido, o Cemitério tornou-se um alvo fácil pra Swanda. Ela fez Olavo acelerar sua motocicleta, um aríete motorizado com o Menir de Muma Padurii na ponta. O veículo atravessou o campo onde uma dia foi Sfantu Greuceanu e voou com o auxílio de uma rampa, fincando-se no peito do Cemitério Vivo. Todas as almas aprisionadas no demônio gritaram, lamentos pavorosos e risadas insanas.

Um vulto cortou o céu da cidade. Banida há muitos séculos antes, Muma Padurii sobrevoou a catástrofe provocada pelo demônio, montada em sua vassoura. Ela deu risada de como a cidade ficou sem defesas devido ao seu banimento, e agora precisava de sua ajuda para impedir que a maldição se alastrasse por toda Silvânia.


[CONTINUA...]
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MensagemAssunto: Re: Episódio 09 - O Pecado da Ganância   Episódio 09 - O Pecado da Ganância - Página 2 EmptyQui Jun 02, 2022 9:56 am

CENA FINAL
A Amazona e os Lobos

Por mais que lutassem como uma unidade, os golpes de Werena e Tyler quase não atingiam John Turk. O mago tinha estudado seus movimentos quando estava invisível e sabia como se posicionar para se esquivar dos ataques, fazendo isso com um sorriso sórdido no rosto. Nas poucas vezes em que era atingido, mais pela fúria incontrolável de Tyler que pelos ataques coordenados da dupla, seu ferimento fechava-se completa e rapidamente.

— Vejam! Por mais que me acertem com as garras do lobo, meu corpo regenera os danos. Talvez vocês tenham mais sorte se deixar a fúria do lobisomem aflorar e, para isso, preciso que a amazona solte as rédeas de sua “montaria”.

Erguendo uma mão no ar, Turk invocou sua magia de telecinese, afastando Werena de Tyler e inviabilizando a magia da amazona. Sem a amazona para guiá-lo, Tyler cedeu mais uma à fúria. Sua boca espumou nos cantos, fazendo com fios grossos de saliva caíssem de entre seus dentes, deixando pequenas poças no caminho até o mago. Sobre as patas traseiras, o lobisomem correu desenfreadamente até seu alvo, com as garras em riste. Turk usou a outra mão para dar um disparo à queima-roupa com uma energia púrpura que lhe queimou o peito, deixando uma cicatriz no tórax nu. Com a mão erguida, Turk arremessou Werena longe nos arbustos do jardim do Hospital.

— Você é fraca, humana. Sua irmã seria um desafio mais interessante.

— Infelizmente, eu a venci e agora ela está incomunicável. É esta herdeira amazona que levará à sua derrota.

— Muito fala e pouco faz, criança.

— A Lua está ao meu lado!

Não era exatamente Yaci quem estava ao lado de Werena naquele momento, mas Quotar. O lobisomem saltou sobre Turk, mordendo-lhe o ombro e fazendo o mago recuar. Isso deu tempo para Werena e Tyler reorganizarem a sincronização, enquanto Quotar era arremessado à distância, batendo a espinha numa árvore. Reunindo forças, o casal se une mais uma vez, agora com Werena montada no dorso de Tyler, como uma verdadeira amazona. A sacerdotisa contém brevemente a fúria lupina e o cavalga em carga contra o mago, usando seu Escudo-Espelho, mesmo sem poderes, como arma de concussão, abrindo uma fenda no torso de John Turk. Ele arqueia o corpo momentaneamente, segurando o ferimento e estancando o que deveria ser sangue. A carne do mago não parece mais ser humana, mas sim uma gosma branco-amarelada que se regenera rapidamente.

— Monstro! O que você se tornou?

— Eu venho de outra dimensão, de um lugar além de sua compreensão. Este corpo humano é apenas um hospedeiro que me serviu durante esses últimos sete anos. Ele cumpriu seu papel e será livre, agora que um corpo capaz de conter a minha essência está prestes a ser concluído.

John Turk vira-se de costas para Werena e retira o turbante sobre sua cabeça. Uma mancha cinzenta recobre toda a parte traseira do crânio, em seu centro, um rosto demoníaco observa a amazona, seus olhos oblíquos e totalmente pretos possuem um leve brilho púrpura. O parasita sorri com deboche, seus dentes pontiagudos encaixando perfeitamente as duas pequenas mandíbulas e duas pequenas fendas nasais abrindo e fechando ritmadamente. A verdade é que aquele era Sethurk, extraplanar que se apossou do corpo de Rha, o venerando que expulsou as legiões de Cthulhu de Atlântida Regulana. Ele foi o responsável por infectar os padrinhos do Casamento Alquímico do Príncipe-Sol e da Princesa-Lua, resultando na possessão do Rei de Leão, da Rainha da Águia, do Rei de Touro e da Rainha da Serpente. Quando Yaset resistiu à infecção do parasita e, embora tarde demais, depois da maldição de um terço dos atlantes, ajudou Zuhur a lidar com sua própria maldição, Sethurk foi derrotado junto dos demais Pecados, título que os antigos Regentes receberam e aprisionados no Cometa-Prisão, mas o parasita escapou à prisão, deixando seu corpo no Cometa e sobreviveu à mudança do plano de Regulus para a Terra. Ele vagou possuindo corpos com o passar dos anos e encontrando fatidicamente, de tempos em tempos, a reencarnação de Zuhur, até ser derrotado definitivamente e aprisionado na escultura de dragão que era contida no Panteão de Atlântida Submersa.

Sete anos atrás, Yaset despertou e foi seguida por John Turk sorrateiramente, esgueirando-se e mudando de forma até que o mago encontrou o parasita e se aliou a ele, fugindo e criando uma seita, os Acólitos do Abismo. Seus planos incluíram experiências com o grupo de mercenários liderados por Tyler Greymane e a exploração de áreas remotas da Terra onde a energia táumica dos antigos Artefatos Atlantes era bastante forte. Novos lacaios foram convocados e submetidos a experiências com bioarmaduras semelhantes aos parasitas dos Cthulhu, formando uma simbiose com este grupo de elite, mas que não foram páreos para os novos Padrinhos portadores dos Artefatos.

Sethurk esperou pacientemente todo o setênio para este momento, período em que a Prisão enfraquece, quando pode finalmente retomar o corpo. Ganância é o título que lhe foi dado e isto se reflete na multidão de coisas e corpos que aglomera. O demônio constituído pelo mortos de Sfantu Greuceanu é o receptáculo para o Pecado e seu plano está totalmente consolidado. Ou quase. Olavo, o esqueleto que Swanda controla, acertou em cheio a motocicleta-aríete com o menir de Muma Padurii, dando a permissão que a bruxa ansiava para cruzar as fronteiras de Sfantu Greuceanu.

John Turk, ou melhor, Sethurk olhou para o céu, acompanhando a bruxa com os olhos. Um ser poderoso como aqueles poderia por tudo a perder se ela se apossasse do corpo demoníaco do Cemitério Vivo. O parasita franziu o semblante e rogou pragas em uma língua esquecida. Olhou com ódio para a amazona e sua montaria lupina.

— Vocês eram só uma distração?

O mago disparou rajadas púrpuras de suas duas mãos, derrubando tanto Werena, quanto Tyler. E alçou voo, entrando em perseguição com Muma Padurii. A amazona e o lobisomem viram quando os dois vultos aéreos se chocaram e temeram o que estava por vir. A sacerdotisa montou o mercenário novamente, sentia que precisava acudir seus companheiros em Sfantu Greuceanu.

— Espere! Vamos ver como está Zsigmond – Tyler falou, entre rosnados.

O silvano recompôs-se, apesar das costas doloridas. O arremesso de Turk foi bastante.

— Temos de voltar à cidade, você está bem?

O lobisomem apenas assentiu e esperou pela dupla na saída do Hospital.

— Guie-nos, Tyler, iremos aonde precisar, mas agora temos a criação de Turk para impedir – disse Werena – Espero que nossos aliados ainda estejam vivos, Haermys me alertou sobre o perigo de um Pecado.

Tyler carregava Werena nas costas. Seu corpo parecia plenamente despertado. Ansiava por compartilhar aquilo com ela, mas o cheiro podre que vinha de fora atrapalhava as coisas.

— Haermys falou com você novamente? — Tyler se aproximou do que restava de suas vestes, pegando novamente a coroa lunar. Ela parecia menor agora. — Que Pecado está aqui presente?

— Foi antes de nossa partida. Não sei dizer, mas acredito que saberemos em breve. Vou destruir toda obra de Turk até que seu nome seja esquecido da história!

— Você pode contar comigo para isso. Pode contar com a fúria dos Greymane — O jeito de falar de Tyler ainda claramente era o mesmo, mas, dessa vez, ele parecia ter maior convicção nisso. — Pelo menos espero que eles estejam vivos. E me procurando.

Tyler agora se encolhia um pouco. E se... estivesse sozinho ainda? Seus pais, seus irmãos. Eestariam bem? Mesmo depois de tantos anos?

Depois de recuperar a coroa lunar e a posicionar em sua cabeça, Tyler se abaixou para que a amazona pudesse montá-lo. A dupla encontrou com Zsigmond na saída e viram o colosso se desfazendo, mas, de seu pescoço sem cabeça, uma horda de mortos vivos nasceu. Primeiro, as sombras escaparam como fumaça saindo do pescoço como se fosse uma respiração sinistra. Depois, esqueletos foram regurgitados como pedaços de vômito. E, por último, a composição escura que sustentava o corpo deu formado à horda de zumbis. Eram muitos mortos-vivos ao mesmo tempo para enfrentar e os sobreviventes de Sfantu Greuceuanu já estavam muito fatigados para combatê-los, tamanho esforço que desprenderam para derrotar o Cemitério Vivo. Seriam presas fáceis para os monstros, não fosse a aparição da amazona e seus dois lobos.

O trio se organiza para verificar a situação com o Pecado e auxiliarem como puderem. Com Werena montada no licantropo e sentindo a pelagem entre suas coxas e o vento nos cabelos, a amazona tem furor em seus olhos. Ela se agarra firme ao pescoço de Tyler com uma mão e a outra mira nos espectros que voavam ao redor do grupo. Tornando ambos incorpóreos, permitindo que os disparos de Werena tornassem-se também imateriais e pudessem atingir as sombras. O lobisomem avançou sobre os mortos-vivos não dando tempo de se disperarem, tornando-se alvos fáceis para a pontaria da amazona. Uma a uma, as sombras caíam como se fossem aves abatidas por um caçador experiente. Até mesmo aquelas que aguentaram os disparos eram alvo de Tyler, que as destroçavam com suas presas e garras incorpóreas.

No céu, a batalha entre Muma Padurii e Sethurk continuava. A bruxa disparando esferas flamejantes contra mago que voa com uma energia púrpura ao redor de si e contra-ataca com raios também púrpuras. A dupla roga praga um contra o outro, perfazendo giros e rodopios como duas grandes aves no céu noturno.

— Não deixarei que um estrangeiro se aposse de terras e poderes que as bruxas tanto pelejaram para ter – gritou Muma Padurii.

— Velha insana! Este poder eu reivindico há muito mais tempo que você pode conceber! E as bruxas não tem qualquer direito sobre a Silvânia! São tão estrangeiras quanto eu!

Nesta última parte, Zsigmond concorda com Turk. Silvânia é a terra dos lobisomens que vem sendo constantemente invadida por outros tipos de criaturas. Primeiro, as bruxas de Russkaya, controlando e amedrontando a população silvana, principalmente de figura de Muma Padurii. A região, no entanto, foi protegida pelo herói Greuceanu, que não só expulsou as bruxas como as impediu de ultrapassar a fronteira de Silvânia, recebendo tantas glórias que uma cidade foi fundada em seu nome. Mesmo se livrando das bruxas, a região ficou fragilizada o suficiente para que os vampiros do norte, liderados por Vladmir Dracul, se apossaram da política da região, tecendo alianças com a Jotúnia. Aos lobisomens silvanos, restou o refúgio nas florestas, visto que foram alvo de caçadores patrocinados pelos secretamente pelos vampiros, como se fossem animais. A aparição de John Turk, qualquer que fosse sua intenção, não era novidade alguma para os lobisomens locais, mas, embora ele duelasse com uma antiga inimiga da cidade, não pode ser considerado, em hipótese alguma, como um aliado. Pelo contrário, como responsável pelos últimos acontecimentos em Sfantu Greuceanu, John Turk é o inimigo número de todos, silvanos, lobisomens, bruxas ou vampiros.

Os pensamentos de Zsigmond são interrompidos pela voz de Werena.

— Tyler, me mostre a fera que você é – incentivou a amazona – Eles não são páreo contra nós!

— Segura firme, amazona! Temos uma guerra a vencer!

Correndo pelo campo de batalha indo em quatro patas, o lobisomem conduz Werena. A Sincronia resultou numa comitiva que destroçava os esqueletos com suas poderosas mordidas e garras, trombando contra as criaturas e desmontando os ossos como se fossem peças de um castelo de cartas. A dupla abre caminho por entre os esqueletos, varando-os incessantemente sem que Zsigmond precisasse combate-los.

Ao final dessa cavalgada selvagem, Werena desceu do dorso próximo aos sobreviventes buscando ver sua condição. Stephanie e Gustovan continuavam em choque, mesmo após a derrota do Cemitério Vivo. Swanda estava exausta pelo controle de Olavo. Mick acudia Franklin, ambos sem munição. Shanya repetia o nome de Antenor sem parar. Nick era o mais fatigado, havia enfrentado de perto o demônio e olhava com tristeza para a frente. Ali, Werena pode reconhecer o corpo de Ban, o monge dracônico havia dado sua vida para vencer o Cemitério Vivo, havia morrido como um heroi. Viktor olhava incrédulo para o lobisomem, uma mistura de seu cão Quotar com seu irmão Zsigmond.

— Temos muito o que conversar, meu irmão – grunhiu a fera — Mas ainda não vencemos todos os inimigos. Nem sei se conseguiremos. Afaste-se e se mantenha em segurança, assim como os demais silvanos. No tempo certo, eu lhe explicarei tudo.

O lobisomem partiu correndo em direção à horda de zumbis que se aproximava dos sobreviventes. Não pensou muito, apenas deixou seu instinto lupino tomar conta enquanto mordia, arranhava e rasgava o que pudesse, seus sentidos o indicavam onde os defuntos eram mais frágeis, na intenção de liquidá-los com menor esforço, portanto o Lobo focou nesses pontos. Zsigmond persistiu, era a última esperança, lutaria até se cansar ou Sfantu Greuceanu estaria perdida. Ao menos, a ajuda de Werena e Tyler era bem-vinda, eles lhe dariam algum fôlego extra.

Tyler levantou-se e puxou a Coroa Lunar da sua cabeça. Com seus novos sentidos licantrópicos, passou a atacar os zumbis com flechas-rede, golpeando com garras aqueles que ousassem se aproximar. As redes eram um trunfo que transformava os zumbis em alvos imóveis e fáceis para os disparos e escudadas de Werena, que os destruía enquanto o Manto de Invisibilidade a mantinha a salvo.

Enquanto o grupo resistia às hordas mortas-vivas, a batalha aérea continuava à toda. Embora bastante equilibrada, tanto Muma Padurii quanto John Turk estavam feridos. Os raios púrpuras do mago cortaram e queimaram a pele da bruxa, assim como as suas chamas causarem ferimentos que a regeneração do wárabe não pode curar. Aquela batalha poderia durar horas ou, talvez, dias. Não fosse um detalhe. John Turk não é apenas um mago humano. Ele carrega em si um parasita extra-dimensional, um ser tão antigo quanto planetas, com eras de idade e conhecimento mágico virtualmente inesgotável, Sethurk. Quando seu hospedeiro sobrevoou o corpo semidestruído do Cemitério Vivo, ele desacoplou-se da nuca de John Turk. Muma Padurii percebeu a estratégia, mas hesitou e baixou a guarda para que o mago lhe acertasse com um ataque especial de duas rajadas púrpuras unidas em um único golpe. Desprevenida, a bruxa foi atingida em cheio e seu corpo rodopiou em espiral no ar, caindo sobre a água fétida do Pântano do Diabo, quase ao mesmo tempo que Sethurk possuía o Cemitério Vivo.

Imediatamente, os mortos-vivos pararam o avanço sobre Werena e os lobos. Olharam para trás, na direção e Sethurk e olharam de volta para seus adversários, apenas para explodirem de dentro para fora com a mesma energia púrpura que John Turk controla. Como se estivessem sendo vaporizados, os mortos-vivos foram desintegrados e transformados em pó, que foi carregado por um vento místico para o Cemitério-Vivo. Aos poucos, de onde estava o colosso, uma estranha estrutura piramidal começou a crescer, a construção mais alta em quilômetros. Muma Padurii levantou-se aterrorizada, montou em sua vassoura, rogou uma praga e fugiu voando desenfreada. Ela passou por sobre os sobreviventes e sua voz ecoou com um mau agouro.

— Fujam, seus infelizes! Esta guerra está perdida para nós! Só posso lamentar pelas suas pobres almas que definharão diante deste demônio que se ergue na cidade. Vocês cairão em desgraça e isso será a coisa mais branda que pode lhes acontecer – a bruxa olhou para Mick – Mas este não é o destino para todos.

Erguendo o dedo indicador, ela apontou para o céu e para a terra, em seguida para Michael Fear.

— Não o seu destino. Deve-me um favor e eu o cobrarei no futuro. Salvarei sua alma, mas não posso ajudar seus companheiros.

— Não posso deixar meu soldado – respondeu Mick, referindo-se a Franklin.

— Uma segunda carga, eu posso suportar, mas não mais – completou Muma Padurii, esticando também o dedo médio, junto ao dedo indicador.

Ambos os soldados ingleses são atingidos por um raio espectral, transformando-os em duas miniaturas de homem. A bruxa os apanhou com as mãos, colocando-os entre os peitos murchos e voltando a montar a sua vassoura.

— Aos demais, eu só posso desejar sorte da fuga – disse, despedindo-se.

Seu voo foi veloz como nunca e rapidamente cruzou a fronteira que passou dias antes construindo. Havia confeccionado um Círculo de Proteção colossal ao redor de Sfantu Greuceanu, contendo a cidade e impedindo que os mortos-vivos ultrapassem o círculo. Não fosse isso, talvez a maldição se espalhasse para toda a Silvânia e além.

A pirâmide expeliu uma fumaça de seu cume que aos poucos deu forma a um rosto alienígena. Dois olhos oblíquos, muito semelhantes aos de Yaset, foram desenhados com raios púrpuras na fumaça escura, assim como um sorriso macabro de dentes imperfeitos. A face gargalhou ao som de trovões e fitou os sobreviventes. Encarando-os, ela aumentou de volume e, mesmo com o vento contrário, avançou até o grupo.

— Não temos mais forças para lutar – disse Viktor.

— Nós também estamos muito fatigados – disse Tyler. Werena e seu irmão Zsigmond concordaram.

Shanya, Gustovan e Stephanie abraçaram-se, morreriam juntos, como uma família. As crianças sobreviventes da Escola já nem conseguiam mais choras. Até que Nick levantou-se, ergueu a sua tanga e revelou que carregava consigo, este tempo todo, um artefato. Antes de sair em missão designada por Haermys, o mago entregou-lhe um item especial, uma chave que só deveria ser usada em casos excepcionais e aquele era o caso. O atlante caminhou com dificuldade até escombros onde havia uma porta, ergueu-a e encaixou a chave na fechadura, que se adaptou magicamente à tranca. Ele a abriu e, para a surpresa de todos, a porta abriu para um lugar que não é Sfantu Greuceanu. Werena reconhece o lugar, é o salão principal da Torre Táumica. De dentro dele, o mago e sua consorte Lahyla esperavam pelo grupo. A face de Haermys era um misto de espanto e ira. Reconheceu de imediato as feições de Sethurk na fumaça da pirâmide, mas deu passagem para que os sobreviventes atravessassem. Nick gesticulou para que todos passassem e apontou para a nuvem da pirâmide, cada vez perigosamente mais perto. As crianças passaram primeiro, com os adultos silvanos em seguida, Werena logo depois, acomodando os sobreviventes no salão e chamando por Lahyla para ajudar a acudi-los. Tyler entrou e chamou Zsigmond junto. Este tocou o ombro do irmão, que se conteve um instante, vislumbrando o terreno maldito que sua terra natal se tornou. Antes um lago de águas curativas rodeado de campos verdejantes com fazendas de homens simples, agora um lamaçal com entulho e restos de cadáveres cercando uma grotesca pirâmide que certamente não é deste mundo. Uma lágrima desceu de rosto, ele fechou os olhos e atravessou o portal. Nick foi o último, retirou a chave para finalmente atravessar e quase sendo atingido pela fumaça mortal vinda da pirâmide.

A passagem foi fechada por dentro da Torre Táumica e a porta de Sfantu Greuceanu caiu na lama. A fumaça rodeou o objeto como uma espiral e deu a forma de Sethurk, por pouco não adentrando a casa de Haermys. Os últimos greuceanos conseguiram fugir, mas agora ele é o senhor daquelas terras e sua maldição varrerá toda a região até as fronteiras impostas por Muma Padurii. Poderia não ter conquistado tudo, mas todo seu esforço foi recompensado com um reino para chamar de seu.

FINAL DE TEMPORADA
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MensagemAssunto: Re: Episódio 09 - O Pecado da Ganância   Episódio 09 - O Pecado da Ganância - Página 2 EmptyQui Jun 02, 2022 11:43 am

[RESOLUÇÃO]

• Resistir ao lamento da morte, ND Inferior (2-6)

- Nick x ND 0
♥ 1 + Esforço 2 = 3
Sucesso! Nick recebe 1 XP. Esforço restante: 3.

- Viktor x ND 03
♥1 + 1 (Código de Honra) + 1 Esforço = 3.
Sucesso! Viktor recebe 1 XP. Esforço restante: 3.

- Werena x ND 04
♥ 3 + Comunhão 1 ♥ + 2 Esforço = 6
Sucesso! Werena recebe 1 XP. Esforço restante: 4.

• Destruir o Cemitério-Vivo ND Extremo (23+)

- Nick x ND 23
♦ 5 + Mordida 1 + Luta 2 + Esforço 3 - Fúria 2 = 9
Parcial: ND 14. Esforço restante: 0.

- Mick x ND 15
♣ 2 + ♥ 1 + 2 (Manipulação) + 2 (Tiro) - 1 (Deficiência) - 1 (Maldição) = 5
Parcial: ND 10. Esforço restante: 0.

- Viktor x ND 11
♠3 + 1 (Código de Honra) - Protegido 2 = 2
Parcial: ND 09. Esforço restante: 0.

- Swanda x ND 10
2 (Máquinas) + 1 (Inventora) + 1 (Hipnose) + 2 (Morte) + 2 (Menir) = 8
Parcial: ND 02. Esforço restante: 0.

- Ban x ND 03
Ataque Chi 1 + Chi Elemental 1 + Velocidade 1 + Relâmpago 1 = 4
Parcial: ND 0 Esforço restante: 5
Sucesso! Mick, Vick e Sick recebem 1 XP cada um.


• Derrotar John Turk ND Superior (18-22)

- Werena x ND 22
♣ 3 + Sincronia 1 ♠ + Esforço 1 = 5
Parcial: ND 17. Esforço restante: 3.

- Tyler x ND 18
♠ 4 + ♦ 4 + Luta 2 + Garras 1 + Sincronia 1 ♠ = 12
Parcial: ND 6. Esforço restante: 7.
Falha! Tyler e Werena não recebem XP.


•  Derrotar a Horda de Sombras ND Difícil (14-18)

- Werena x ND 16
Sincronia 1 ♠ + Incorpóreo 2 + Esforço 1 = 5
Parcial: ND 11. Esforço restante: 2.

- Tyler x ND 12
♠ 4 + ♦ 4 + Luta 2 + Garras 1 + Sincronia 1 ♠   = 12
Parcial: ND 0. Esforço restante: 6.
Sucesso! Tyler e Werena recebem 1 XP, cada.


•  Derrotar a Horda de Esqueletos ND Médio (10-14)


- Werena x ND 12
♣ 3 + Sincronia 1 ♠ + Incorpóreo 2 + Esforço 1 = 7
Parcial: ND 5. Esforço restante: 1.

- Tyler x ND 06
♠ 4 + ♦ 4 + Luta 2 + Garras 1 + Sincronia 1 ♠  = 12
Parcial: ND 0. Esforço restante: 5
Sucesso! Werena e Tyler recebem 1 XP, cada.



• Derrotar a Horda de Zumbis ND Fácil (6-10)

- Werena x ND 8
♠ + ♣ 3 + ♦ 1 + Sincronia 1 ♠ + Incorpóreo 2 + Esforço 1 = 9
Sucesso! Werena recebe 1 XP. Esforço restante: 0.

- Tyler x ND 8
4 ♠ + 4 ♦ + Luta 2 ♦ + Garras 1 ♦ + Tiro 2 + Flecha-Rede 1 + Esforço 1 = 15.
Sucesso! Tyler recebe 1 XP. Esforço restante: 4

- Quotar x ND 8
♠ 2 + ♦ 3 + Garras 1 + Esforço 3 = 9
Sucesso! Quotar recebe 1 XP. Esforço restante: 2

- Quotar x ND 06
♠ 2 + ♦ 3 + Garras 1 + Esforço 2 = 8
Sucesso! Quotar recebe 1 XP. Esforço restante: 0
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MensagemAssunto: Re: Episódio 09 - O Pecado da Ganância   Episódio 09 - O Pecado da Ganância - Página 2 EmptyQui Jun 02, 2022 12:45 pm

[RECOMPENSAS]

Experiência pelo Capítulo
Ban = 8
Mick = 5
Nick = 3
Quotar = 2
Swanda = 5
Tyler = 4
Vick = 3
Werena = 10
* Valores atualizados na Tabela de Experiência

[TESOUROS]
Aqui, vocês podem comprar itens conquistados a partir da derrota dos adversários:

Epitáfio (1 PE): a alma dos heróis que pereceram enfrentando o cemitério vivo podem regressar às vezes para auxiliar os membros restantes da equipe. Uma vez por capítulo, um companheiro falecido pode voltar para lutar ao lado do grupo até o fim de uma cena.

Lamúria do Cemitério (3 PEs): ao derrotar o Cemitério Vivo, o personagem foi afetado pelo sofrimento do demônio. Ele se torna capaz de perceber automaticamente a presença de qualquer morto-vivo, recebendo +1 em testes que envolvam esse tipo de criatura, mas precisa adotar uma Insanidade qualquer de –1 ponto.

Mortalha da Sombra (2 PEs): o manto de uma sombra permite ao portador conjurar a magia Pânico (+1 ♥ ). Este item não funciona à luz do dia.

Mão do Esqueleto (3 PEs): uma mão de pele ressecada e esticada com ossos aparentes, pertencente a um dos defuntos do Cemitério. Quando ativado, este item reúne elementos suficientes para formar um corpo esquelético sob o comando do dono. O esqueleto resultante é um personagem construído com dois pontos e até uma desvantagem.

Cabeça, Ombro, Joelho e Pé dos Zumbis (5 PEs): os membros profanos de zumbis de um Cemitério Vivo podem ser usados por personagens com conhecimento de Misticismo como ingredientes para preparar um cozido, cuja ingestão permite que o personagem dobre o valor de Defesa contra qualquer ataque ou magia conjurada por um morto-vivo.
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