Após a queda da mítica Atlântida, poderes são aprisionados no Cometa-Prisão e a libertação deles dão início a uma nova ordem.
 
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 Episódio 09 - O Pecado da Ganância

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MensagemAssunto: Episódio 09 - O Pecado da Ganância   Episódio 09 - O Pecado da Ganância EmptySeg Jan 10, 2022 4:21 pm

Yaset está em festa com o nascimento de sua criança, mas o mundo passa por tempos sombrios. Alheios ao mundo humano, o grupo ignorou por tempo demais a Grande Guerra que assola o planeta. Teriam estes de guerra alguma ligação com os eventos passados? Estaria Turk relacionado de alguma forma a estes acontecimentos? Em meio a uma guerra entre as maiores potências da Terra, um mal de outro mundo desperta.
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MensagemAssunto: Re: Episódio 09 - O Pecado da Ganância   Episódio 09 - O Pecado da Ganância EmptySáb Jan 22, 2022 3:54 pm

INTERLÚDIO ENTRE A CENA FINAL DO EPISÓDIO 8 E A PRIMEIRA CENA DO EPISÓDIO 9

Caros padrinhos e madrinhas,

Com o passar dos anos, alguns de vocês puderam ouvir a minha história milenar, de como meu planeta foi destruído, o povo amaldiçoado e nossa cultura espalhada. Apesar de todas as perdas, consegui encontrar aqui, com vocês, uma nova família com muitas similaridades com meu povo original e estabelecer laços novamente. Vocês me deram forças para lutar e alcançar o objetivo para o qual fui treinada por toda a minha vida: o nascimento de meu filho. Por isso sou muito grata e me sinto na responsabilidade de deixar justificativas.

Essa criança, conhecida pelos regulanos com o título de "Criança Solar" é a criatura mais sagrada de toda a nossa cultura. Um símbolo de esperança, lealdade e evolução. Aquele que nos lidera nas batalhas e decide nossos julgamentos. Se há um poder no universo que pode salvar a Terra de um destino igual ao de Regulus, é o poder dessa criança. Mas para isso, ela precisa de segurança para crescer e ser treinada, o que seria impossível se eu continuasse essa perseguição por Turk.

Por isso, estou deixando-os. Para garantir a segurança de meu filho e a esperança para o futuro de seu planeta, não posso dizer aonde vou.

Logo descobrirão que alguns dos artefatos utilizados no ritual perderam seus poderes, mas não pensem que se tornaram inúteis. Com a fonte de energia certa, voltarão a funcionar, ainda que eu não saiba mais que isso para ajudá-los. Deixo para vocês a chave da Torre Táumica, que ainda podem conter segredos e poderes úteis em sua jornada. Para Werena, minha mais próxima confidente, deixo também o Manto Lunar e a responsabilidade de liderar essa família tão singular.

Com todo amor e gratidão,
Yaset da Casa da Águia.


***


CENA I

Sfantu Greuceanu, Silvânia, 1917.

Entre o final do século XIX e início do século XX, o mundo encontrava-se dividido e explorado pelas grandes potências arcadianas e os Estados Unidos do West. Em todos os cinco continentes havia dominação imperialista e as grandes potências brigavam para expandir seus territórios.

Devido ao desenvolvimento das indústrias e da economia de forma geral, o Império Jotun chegou a superar Avalon em vários setores. Os jotuns tomaram o mercado antes dominados pelos avalônicos em Arcádia e no Oriente. A consagrada marinha avalônica se via ameaçada pelo grande crescimento da marinha jotunica e temia a perda da sua hegemonia.

Em 1870, a Jotunia já tinha ganhado outro inimigo ao vencer Libertérre na Guerra Liber-Jotun. Com a derrota, os líberos tiveram que entregar uma região rica em jazidas de ferro e carvão mineral. Nos anos seguintes, eles sentiram-se humilhados por terem que importar carvão dos jotuns.

Enquanto os jotuns começavam a colecionar inimigos, o governo e a imprensa tentavam convencer a população de que uma guerra seria benéfica. Junto ao crescimento econômico, o discurso inflamado e a propaganda, a tensão entre as nações arcadianas estava prestes a explodir.

Por terem chegado atrasados na distribuição das colônias em Assuwa e em Aye, Jotunia e Hespéria ficaram apenas com as “migalhas do banquete imperialista”. Para conseguir mais colônias, uma solução apontada pelo governo jotun era atacar e dominar os países já colonizados.

Enquanto todos esses eventos aconteciam na Arcádia Ocidental, no lado oriental do continente, a Russkaya, governada por um Czar, tinha interesses em estender seu território na região das Montanhas Sombrias. O problema é que a Silvânia mantinha relações fortes com Jotunia e o Império Warábico.

Como Silvânia é formada por vários povos, entre eles os tepes, o povo nativo da floresta; os pricolici, que vieram com a conquista de Silvânia pelo Sacro Império Remano; os moroi, de origem warábica; e os samca, da fronteira com Russkaya, que pretende criar um Estado único para unir todos os domínios do povo samca com o seu, o que ficou conhecido como pan-kayanismo. Para isso, começou a estimular a revolta anti-silvana.

Diante de tantas tensões e faíscas, os países arcadianos começam a criar alianças para que houvesse apoio entre os membros caso um deles fosse atacado. Além disso, as alianças envolviam acordos políticos, militares e financeiros secretos.

Dois blocos dividiram Arcádia: Aliança da Tríade, formada em 1882 por Jotúnia, Silvânia e Hespéria; e o Acordo Cordial, firmado em 1907 por Avalon, Libertérre e Russkaya.

Com toda essa situação crítica, a Arcádia tornou-se um barril de pólvora e seu pavio estava prestes a explodir. O Dracul herdeiro de Silvânia, Karl Ludwig resolveu visitar Saray, para assistir a manobras militares e para inaugurar as obras de um novo museu, quando sofreu o atentado que lhe tirou a vida, orquestrado pelo pricolici Gavriel Odojčad. Karl era conhecido como um homem de energia pouco inspirada, escuro na aparência e nas emoções, que irradiava uma aura de estranheza e lançava uma sombra da violência e negligência. Tudo isto se devia à dominação exercida pelos vampiros Strigoi que controlam o governo silvano. Na posição oposta, Gavriel pertence ao povo samco, uma etnia com ligações profundas com os kayanos. O povo samco lutava para se juntar ao Império Russakayano, batalhando pela separação de Silvânia.

A Silvânia acusou a Russkaya de estar envolvida no atentado e a troca de insultos culminou na troca de tiros em 1914. A partir daí, a Russkaya declarou guerra à Silvânia; Jotúnia declarou guerra à Russkaya e Libertérre e Avalon entraram no conflito logo em seguida. A Hespéria até então tinha se recusado a participar do conflito e abandonou a Aliança da Tríade. Contudo, em função das promessas de receber territórios que estavam dominados pela Silvânia, a Hespéria entrou no conflito ao lado do Acordo Cordial.

Nos primeiros meses as tropas tiveram como estratégia a movimentação e a ocupação dos fronts. Os jotuns se movimentaram rapidamente e em poucas semanas já estavam próximo da Cidade das Luzes, capital de Libertérre. Em 1915, a segunda fase tinha como estratégia tentar conservar as posições dos fronts sem perder território para os inimigos. As trincheiras eram complexos de túneis, valas e abrigos. Ali os soldados lutavam, dormiam e comiam. Contudo, estavam expostos aos ataques aéreos, armas químicas e doenças. Os fronts eram protegidos com cercas de arames, colunas de ferros e sacos de areia. A Guerra de Trincheira foi o período mais sangrento dessa batalha. Os conflitos aconteciam, quase sempre, nas áreas rurais e as conquistas territoriais eram lentas. Nesse período os dois blocos estavam equilibrados e a guerra ainda não apontava um vencedor.

A Guerra Química começou em 1915, quando uma nuvem esverdeada pairou sobre o norte de Libertérre, asfixiando cerca de 5.000 soldados líberos. Os jotuns tinham acabado de liberar 168 toneladas de cloro no ar. Cientistas e militares se lançaram em uma corrida armamentista. O cloro foi substituído pelo fosgênio, um agente mais letal, que asfixia suas vítimas várias horas depois da exposição. Mas o mais infame foi o “gás mostarda”, um líquido oleoso, que tem esse nome por sua cor ocre.

Pensando num passo adiante, experimentos alquímicos começaram a ser realizados também e isto nos leva à cidade de Sfantu Greuceanu, no interior da Silvânia. Cercada pelas Montanhas Sombrias, a lenda local diz que um soldado do Sacro Império, quando passou pela região, lutou contra o demônio-dragão Zmeu, mas morreu na batalha. Seu corpo do herói foi sepultado na cidade e uma igreja foi construída em sua homenagem, tornando-se santo local e dando o nome à cidade. O corpo do dragão afundou em um buraco do chão, onde hoje é um vulcão de lama, cujo lodo dizem ser curativo, conhecido como Pokolsár.

***

Após o nascimento de Ya-bel, John Turk estudou com entusiasmo as potências de Arcádia e sabia que o conflito estava relacionado à influência de um dos demônios aprisionados no cometa: Ganância, o lemuriano Sethurk, que assumiu o lugar do antigo Rei-Ancião Rha de Regulus, pai de Kohukohu que hoje parasita o corpo de John Turk e o guia seguindo os preceitos de seu patrono. Se a libertação de Yaset em 1910 abriu a barreira entre o mundo e a prisão, com a natividade da Criança-Solar, o ritual de aprisionamento dos Pecados enfraqueceu de vez e a consequência disto aconteceu justo no ano seguinte, em 1917.

Um dos objetivos de Sethurk sempre foi se apossar do corpo morto de Zuhur e reinar com todos os poderes de sua forma quimérica. As maldições dos antigos regulanos foi passada para o povo da Terra e, embora o povo romani tenha os vigiado de perto, os monstros desenvolveram-se muito bem e infiltraram-se nas Nações de Arcádia. Os vampiros controlam o governo de Silvânia desde tempos imemoriais, os lobisomens construíram o mais importante império do mundo, as múmias escondem-se dentro de uma religião que destróis infiéis e as bruxas se apossaram da maior Nação do mundo. Todas estas espécies se encontram, em maior ou menor grau em Silvânia, todos lutando pelo controle daquilo que Sfantu Greuceanu conseguiu derrotar. Embora as lendas locais ditem que o herói destruiu um dragão, a verdade é que o monstro nada mais era que um destes monstros que conseguiu se apossar do corpo de Zuhur, mas enlouqueceu por não ter o controle suficiente para lidar com tamanho poder.

Turk tem este poder.

Aliado com a herdeira de Sethurk, o mago wárabe tem o ritual necessário para invocar o poder de Sethurk sobre o corpo morto de Zuhur. A fragilidade da magia de contenção do cometa é um trunfo a mais. Agora que a Grande Guerra assola o mundo, a região está fora dos holofotes para os estrangeiros, mas não para as criaturas que desejam se apossar do poder da Quimera.

Disfarçado como Petre Hagi Hoffmeister, um cientista decidido a experimentar uma nova arma química, John Turk fixou-se em Sfantu Greuceanu e usa o Pokolsár para seu ritual. Lidando com sua alquimia sombria durante noites a fio e sem incomodado pelas autoridades ou pelo povo, o mago finalmente concluiu sua cerimônia perversa.

As erupções do Pokolsár acontecem no inverno, quando as águas da chuva e lama penetram no solo congelado e libera os gases curativos da estância. O povoado está repleto de gente que vem aproveitar as propriedades curativas do lago. Um grupo de banhistas aproveita lama curativa. Porém, assim que eles entram, seus corpos começam a serem corroídos e os alegres banhistas transformam-se em zumbis. Alguns escapam da lama maldita, apenas para caírem sob as garras daqueles já transformados. A carnificina não faz distinção de homem ou mulher, jovem ou idoso, adulto ou criança, humano ou animal. Todos caem sob a maldição.

Do centro de Sfantu Greuceanu, os zumbis gerados pelo Pokolsár, espalham-se para os limites do povoado. Logo extrapolariam a área urbana e chegariam às fazendas e além. Uma praga daquela magnitude rapidamente chamaria a atenção das outras criaturas ocultas. Era apenas uma questão de tempo.

[OBJETIVOS]
• Escrever um breve histórico de como recebeu a notícia de Yaset e como se envolveu com a Guerra, seja com uma Nação, seja com conhecimentos passados por Haermys.
• Passar pela horda de zumbis e salvar os cidadãos – ND Fácil (06-10)
[Este Objetivo pode ser escolhido até quatro vezes, cada uma contando como uma jogada em separado, valendo 1XP por vez].
• Chegar aos limites da cidade e fugir para a cidade mais próxima – ND Médio (10-14).


Última edição por Anfitrião em Ter Jan 25, 2022 2:12 pm, editado 3 vez(es)
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Mick Fear

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MensagemAssunto: Re: Episódio 09 - O Pecado da Ganância   Episódio 09 - O Pecado da Ganância EmptyDom Jan 23, 2022 10:31 am

— Sir, eu não gosto desse lugar. Me dá calafrios. As histórias que aquele velho contou sobre bruxas de um olho só não saem da minha cabeça... — Disse um adolescente com forte sotaque avalônico.

O jovem tem um topete loiro, se veste como um soldado de baixa patente e carrega uma enorme mochila.

— Antes de tudo, onde conseguiu esse sotaque novo? É bom que volta a falar como um verdadeiro silvano se não quiser que aqueles caras na cidade achem que você é algum tipo de espião. Só Deus sabe o que eles fariam com um garotinho como você... — Quem diz isso, em perfeito sotaque silvano, é um homem de bigode proeminente e um tapa-olho, vestido como um oficial do exército local. — Sobre essas superstições idiotas, não passam de lendas e crendices bobas. No máximo, realmente existem pessoas fazendo essas ações terríveis das lendas, mas são pessoas más. Bandidos, não bruxas. São eles que combatemos.

— Se não acredita em magia, como justifica o que aconteceu com seu olho?

— Genética. Meu pai usa monóculo desde que o conheço. Foi só uma coincidencia que comecei a notar os efeitos quando aquele místico charlatão rogou uma "praga". Agora fica quieto, estamos entrando em Sfantu Greuceanu.

A dupla dinâmica é na verdade composta por Mick Fear e Franklin Edwards, um espião avalônico e seu fiel escudeiro. Os dois estão dentro de uma moto militar com espaço lateral para o passageiro, concedido pela coroa para sua missão de infiltração. O objetivo é investigar movimentações estranhas naquele povoado, reportadas por outros agentes da inteligencia, que levaram o governo a suspeitar da fabricação de novas armas químicas para a guerra.

Os dois entram no povoado e se dirigem a um prédio dos militares. Mostram documentos falsificados para dois soldados de verdade na entrada. De repente, eles escutam gritos e tiros. Um terceiro soldado aparece completamente histérico e ataca um dos dois que estava na entrada do prédio.

— Mas que porra é essa? — Mick dá um grito, sem perder o sotaque do personagem silvano.

Uma horda de zumbis histéricos aparece, correndo e gritando em sua direção.

— Entra na merda do veículo, soldado! — Ele grita para o soldado que verificava seus documentos, que sobe de forma desengonçada na moto que só estava preparada para duas pessoas. Mick tenta convencer o soldado a ajudá-los, sem que ele suspeite que são espiões. — Atira nesses monstros! Se nós sobrevivermos a isso eu te dou uma promoção.

— Sir, o que você tinha dito sobre monstros mais cedo? —  Franklin pergunta.

— Frank, por favor, cala a boca! Vou precisar que você assuma o veículo.

Mick saca seu revolver, sentindo imediatamente uma dor lascinante sob o tapa-olho, e se prepara para atirar nos perseguidores. Seu objetivo é abrir caminho para escapar da cidade.

Ação:
2 ♣ + Tiro (2 ♣) + 1 ♥ + Manipulação (2 ♥) + Manha (2 ♥) - Deficiência Física (-1 ♣) - Maldição de Rasputin (-1 ♣) + ♠2 (Escudeiro) + 5 (Esforço) = 14

Objetivo:
Chegar aos limites da cidade e fugir para a cidade mais próxima – ND Médio (10-14).
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Iara Werena

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MensagemAssunto: Re: Episódio 09 - O Pecado da Ganância   Episódio 09 - O Pecado da Ganância EmptyQui Jan 27, 2022 12:22 am

Torre

Aquilo parecia tão injusto, a Torre parecia uma Fortaleza perfeita para manter seu afilhado em segurança, e a atitude de Yaset gerou um grande pesar no coração de Werena, passou os primeiros dias quieta no jardim, apenas na presença de seus amados duendes. Não esconderia suas emoções, no entanto, por trás dos olhos chorosos sua intuição lhe dizia aquela mãe só estava pensando no filho, fazendo a amazona deitar em posição fetal sobre as flores com a mão em seu ventre chorando de saudades das amazonas que a cuidaram com tanto carinho. Perder Yaset doeu tanto quanto cada uma de suas mães e irmãs de Yaci-Taperê.

Superando a fase de choro, se agarrou ao manto deixado para ela como uma criança que teme perder seu brinquedo favorito. Arisca, estudava sozinha o único pergaminho que trouxera de seu lar, procurando manter sua cultura viva. O único que ousava se aproximar e lhe tirar algumas risadas era Tyler, o caçador.

Sua rotina só foi quebrada quando Haermys muito preocupado foi ter com Werena. Partilhando seu pavor por ter sentido vibrações abissais na região da Silvânia, e desconfiado do envolvimento de Turk. Compreendendo a gravidade da situação tratou de dar mais abertura para Tyler, e acreditando que viajariam juntos como um casal pegou uma embarcação rumo a Europa.  

Em rota


Subindo pela Grécia, a dupla acampava ao ar livre, armavam uma pequena barraca onde dormiam juntos sob a luz das estrelas... A cada noite ficavam mais íntimos. As unhas de Werena passeavam pelo peito de Tyler e deitados muito próximos ela o observa em seus pequenos detalhes, gravando em sua memória as minúcias daquele que aquecia seu corpo e coração. Pela primeira vez encontrara quem a acompanhasse com suas mudanças de lua com naturalidade, desejando-a em ambas formas.

-- Então caçador... me conte mais de sua terra natal, qual visão lhe dá mais saudade?

Deitado ao chão com os braços atrás do pescoço, Tyler sentia o toque de Werena e sorria, ouvindo a questão da amazona e desviando seu olhar do céu estrelado aos olhos dela.

-- Minha terra natal? Sinceramente... tenho um pouco de saudade da vida urbana de minha cidade -- ele volta a olhar para o céu. -- Meus dias consistiam em vislumbrar os grandes bailes, os grandes banquetes, e as ruas da cidade durante a noite.

-- Os bailes me enchem de curiosidade... Você dança?

-- Bom, quando a fome aperta, fazemos de tudo, não é mesmo? -- Tyler sorri. -- E você?

-- Não viu os movimentos desses quadris? É claro que eu danço! - A amazona da uma gargalhada e se vira para as estrelas. -- Um mundo novo me aguardando, sou muito grata por sermos companhia um do outro nessa viagem... -- ela volta a se aninhar nos braços do avalônico -- Podemos passar por Silvana? Ouvi histórias muito interessantes...

O pedido da amazona trouxe sentimentos... estranhos. Olhando para ela, Tyler parecia claramente incomodado com a possibilidade de ir para o local. Principalmente por não ser um lugar tão desejado quanto as terras de Avalon ou de Liberterre.

-- Por que a Silvânia? Aquele lugar me traz... lembranças ruins, eu acho.

-- Eu sei que passamos maus aos bocados por conta dessa loucura com Turk... E Haermys  sentiu algo poderoso acontecendo por lá... Me pediu que investigasse. Desculpe não ser sincera desde o começo.... Tive medo de perdê-lo também... Não me restou muito ao que me agarrar... E sabemos o que pode acontecer se Turk tive mais poder, não estaremos seguros em canto algum... Por favor... Tyler, lhe prometo que irei contigo mundo a fora após cumprir meu dever.

Tyler olhava para o céu novamente. Diretamente à lua. Tão bela no céu... se sentia sempre bem na presença dela. E então, ele olha para a amazona.

-- Você tem uma missão a cumprir, e eu me comprometi a ajudar quando decidi sair das garras de Turk

A amazona observa aqueles olhos refletindo o brilho da lua, e aquilo pareceu tão sublime, as palavras de Tyler pareciam vir de um coração leal, levando Werena a acariciar seu rosto sorrindo.

-- E depois disso conhecerei a cidade onde você cresceu, iremos a um baile e veremos tantas outras luas... Juntos! - ela se aproxima para dar uma leve mordida no pescoço de Tyler - hora de uivar novamente... - ela ri com olhos travessos de coelha.

Tyler sorri com as palavras da amazona. Nunca havia se sentido tão a vontade antes para falar de seus anseios mais interiores. Com a mordida no pescoço, o avalônico imitou um grunhido, passando a mão no corpo de Werena.

-- Hora de uivar novamente...

Silvânia


Subindo em direção ao coração de Arcádia, a dupla passou por montanhas, florestas densas e povoados. Na medida do possível aproveitavam as belas vistas, a comida humilde mas que aquecia seus estômagos e alguns amigos que ficaram pelas trilhas quase engolidas pela vegetação.
As noites foram se tornando mais curtas, e Silvania se erguia perante eles, seguindo as instruções de Haermys um povoado específico era seu destino por concentrar as vibrações nada amistosas. O Pokolsár parecia até aconchegante levando aquela nação como parâmetro, a passagem pelo mercado deixava o caçador desconfiado como de costume, enquanto Werena arrancava suspiros em cada barraca de artesão que visitava. O que poderia ser uma viagem romântica como de tantos outros casais logo se torna uma desventura perigosa com os gritos dos banhistas enquanto suas peles eram corroídas. A cena faz um arrepio de pavor corrrer pelas costas da amazona que entra em prontidão. Ela observa o ambiente a sua volta, pessoas correndo desordenadas só se tornariam alvos fáceis.

-- Atenção a mim! -- ela sobe em cima duma mesa de madeira -- Sair vivos! Precisamos organizar uma barrica com as barracas me ajudem! Organizados podemos sobreviver!

Ela espera que sua aparência distinta da população atraia os olhares mesmo naquela situação, com pulso firme e postura de liderança almeja organizar os cidadãos para que cooperem em prol da sobrevivência de todos.

Se voltando para Tyler, ela confia nos instintos dele para guia-los pelo melhor caminho. Utilizando de seu escudo para afastar zumbis defendendo-se de seus ataques, ora o utilizando para dar encontrões violentos, e atacar com as laterais. Orando para suas ancestrais ela pede força nos calcanhares. Quando a lua perdia o brilho seu corpo não tinha a mesma conexão mágica como quando seu ventre pulsava vida e seu útero se desenvolvia. Temendo por sua vida seu coração acelera e Werena se prepara para usar o poder do manto para se fazer incorpórea para evitar ataques e obstáculos.

-- Tyler, cuidado! O que faremos?

Ação:
3 ♥ + Atraente (1 ♥) + Manipulação (2 ♥) + Esforço (2)  = 8

1 ♠  + 1  ♦  + Incorpóreo (2  JOK ) + Esforço (4) = 8

Esforço Restante (14)

Ação
• Passar pela horda de zumbis e salvar os cidadãos – ND Fácil (06-10) (2X)


Última edição por Iara Werena em Seg Jan 31, 2022 12:13 pm, editado 3 vez(es)
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Madu Simba

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MensagemAssunto: Re: Episódio 09 - O Pecado da Ganância   Episódio 09 - O Pecado da Ganância EmptySex Jan 28, 2022 2:27 pm

“Saudade de quando eu tinha um servo pra massagear meus pés...” Pensa Swanda enquanto sai de uma loja de ferramentas no centro de Sfantu Greuceanu. “Meu pai nunca me deixaria andar a pé pela cidade, mas o velho não tá aqui, ainda bem”. Com suas longas vestes carmesins e pretas, a vampira se protege do sol com um grande guarda chuva negro de caminhando pelas sombras. Como já não sentia mais calor, gostava de se vestir bem e aproveitava suas caminhadas à loja de ferramentas como um de seus poucos lazeres: ver seres inferiores, que acreditavam ser importantes, fingindo serem felizes enquanto ela e seus superiores controlavam toda a região.

A época de guerra trazia novos desafios, Swanda passava a maior parte do tempo em sua oficina, construindo maquinas e ferramentas para seus líderes, mas ainda assim conseguia tirar algumas de suas invenções para si própria e aproveitava suas caminhadas. Naquele momento ela ainda achava toda aquela guerra desnecessária, um grande embate entre nações para ter mais dinheiro do que eles conseguiriam gastar, influência sobre países que eles nunca veriam, mas e aí? O que ela poderia fazer? Ser submissa aos vampiros mais velhos, mais fortes...

Antes de conseguir completar seu raciocínio um homem se joga em sua direção, num movimento desesperado, Swanda joga suas compras para o alto e cai para trás, batendo abunda no chão. O homem se debate, tenta agarra-la, mas a vampira se arrasta para trás fugindo de suas garras. Ao olhar em volta toda a rua está tomada de zumbis, monstros horripilantes e amedrontadores. Ela arregala os olhos e, quase que como reflexo, se levanta num pulo e começa a correr em direção à sua única chance de escapar dali, era dia e não podia alçar voo como gostaria, então teria que usar a moto que usou para chegar na cidade: Uma Harley Davison contrabandeada de fora do continente e adaptada por Swanda para ter um design mais aerodinâmico. Ela tira um manto da mala debaixo do assento e o coloca cobrindo as costas e a cabeça para se proteger do sol e liga a moto que rosna com raiva do mundo.

Swanda acelera pelas ruas da cidade tentando fugir dos zumbis. Ela visa chegar nos limites da cidade o mais rápido possível e depois procurar seus superiores para descobrir o que está acontecendo.

Ação: • Chegar aos limites da cidade e fugir para a cidade mais próxima – ND Médio (10-14).

Foco (2♣) + Destreza (1♠)+Invenção(1⭐)+Mecânica (2 ♣ ) + 6 Esforço = 12

Esforço Restante (14)
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Ban

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MensagemAssunto: Re: Episódio 09 - O Pecado da Ganância   Episódio 09 - O Pecado da Ganância EmptySex Jan 28, 2022 6:49 pm

Após a Torre

Ban voltou a vagar, como um fantasma, mas sem casas para assombrar, ele apenas andava por aí. A criança-sol partiu e com ela qualquer tipo de sentido que poderia ter a existência do monge. Ele partiu então, primeiro vagou em seu país,  lutando lutas que ele não compreendia ou mesmo ligava para o motivo, abandonara o celibato monástico e agora toda noite haviam companhias ilustres em sua cama, homens e mulheres, Ban gostava de estar acompanhado, isso afastava o vazio de seu peito.
Após um período nas montanhas, o último Dragão,  vislumbrou um desejo, gostaria de conhecer as terras distantes do leste. Não tinha muito em mente, só gostaria de ver com seus próprios olhos as cidades quais escutava falar nos bares onde passavam forasteiros. Queria provar as comidas exóticas do ocidente, beber de suas bebidas e batalhar com seus guerreiros...
Tomou portanto o Expresso que levava até o porto, este o levaria até Constantinopla e por sua vez pegaria um trem até a Cidade das Luzes em Libertérre.
O monge embarcou na segunda classe levando pouca bagagem, e seus companheiros de viagem muito se interessavam por sua origem. Uma jovem da Avalônia não tirava os olhos dele durante as refeições, esta viria a dormir em sua cabina no 3 dia de viagem. Após 5 dias, eles pararam em Silvânia, aos pés do vulcão Pokólsar, havia alguma comoção na estação, aparentemente algum deslizamento mais a frente impedia o prosseguimento da Locomotiva. Ban então desceu e foi buscar uma bebida no bar mais próximo a estação, gostaria de conversar com pessoas diferentes enquanto estivesse ali, já que a companhia nos trens era bem limitada.
Ao sair porém, viu uma grande massa de pessoas correndo, o desespero estampado em suas faces, olhando por onde vinham o monge viu uma pessoa alta e morena descendo de uma mesa de madeira no meio de uma praça, reconheceu imediatamente Werena e esta estava lutando contra traseuntes muito estranhos, o instinto de Ban imediatamente foi de ir a encontro da Amazona e da batalha.

Ação: (X4)
Passar pela horda de zumbis e salvar os cidadãos.
Destreza♠ (3) + Força ♦(3) + ataque chi ♠ (1) + luta ♠ (2)  + esforço (1) = 10


Última edição por Ban em Seg Jan 31, 2022 12:17 pm, editado 2 vez(es)
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nickahnor

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MensagemAssunto: Re: Episódio 09 - O Pecado da Ganância   Episódio 09 - O Pecado da Ganância EmptySex Jan 28, 2022 9:40 pm

Durante os meses que se seguiram após a resolução da caça a Yaset e sua despedida com a criança solar,
Nick se ocupara em se adaptar com o cargo como regente dos ferais em Wanyama, nunca pensara muito menos tinha a ambição de ocupar cargo diplomático, seu viés sempre fora o bélico e sua aptidão para o combate.

Com a ajuda de Zazel começou a aprender um pouco de diplomacia a ponto de convencer os parentes
do antigo regente a formar um conselho que ele chamava de conselho de guerra.

Até que um dia foi contatado por Haermys lhe trazendo um pedido e a missão de usar seus dons de
caçador para encontrar Turk, enfim poderia retomar as atividades preferidas e após explicar a situação
a Zazel e seu conselho de guerra, o atlante partiu em busca do mago prometendo voltar ao posto assim
que a missão estivesse cumprida.

Usando os mesmos artifícios que usara para chegar até Yaset o tubarão seguiu o rastro do bruxo até a
Arcádia atravessando o continente pelas águas dos rios até chegar a região de Sfantu Greuceanu
próximo ao lago Pokolsár cujo lodo dizem ser curativo.

Enquanto investigava o paradeiro de sua caça as aparições de Nick pela região conhecida como pântano
do Diabo onde o tubarão se refugiara deram inicío a boatos de uma estranha criatura aquatica
assombrando a região até que um dia, a certa tranquilidade e o silencio que Nick havia se acostumado
foram quebrados por tumulto e gritos vindos de um vilarejo próximo a seu acampamento.

Nick parte então ao que poderia ser uma pista de Turk e em defesa dos aldeões.

Nick: ♠ 2 + ♦ 4 + Mordida 1 + Luta 2 + Esforço 1 = 10 (x4)
Esforço Restante (16)
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Tyler Greymane

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MensagemAssunto: Re: Episódio 09 - O Pecado da Ganância   Episódio 09 - O Pecado da Ganância EmptySáb Jan 29, 2022 1:28 am

O auto-exílio de Yaset foi um tanto inesperado para Tyler, que já traçava planos que envolviam a poderosa aliada. Mas ver o jeito que Werena reagiu foi o que mais pesou para o caçador. Novamente, aliados seriam tirados dele por motivos fora de seu controle...

Mesmo sabendo de toda a desconfiança, Tyler ousou ir até Werena, tentando, de alguma forma, amenizar os danos. E o que era originalmente uma aproximação estratégica, começou a evoluir para algo a mais...

[CENA NA GRÉCIA AQUI]

Já na Silvania ao lado de Werena, Tyler sentia que algo não estava certo. Seus olhares, inicialmente e aparentemente instigadores, pareciam buscar o perigo. Algo gritava dentro de seu corpo que algo de podre pairava na cidade.

— Werena, acho que... — sua fala foi interrompida por gritos, se virando e vendo o que acontecia.

Com as ações de Werena, o caçador puxou, de dentro de sua túnica azulada, a coroa lunar. Num giro, um arco já se formava, Tyler evocou uma primeira chuva de flechas, e foi lançando flechas-rede para travar o máximo de zumbis possíveis. Ouviu alguém se aproximar, mas não deu muita bola, se focando em Werena.

— Leve eles ao máximo para longe daqui! Eu vou tentar impedir esse bando de desmorto de nos fazer mal.

Correndo um pouco ao lado do grupo, Tyler busca ajudar a conduzir a todos, de ouvidos e olhos atentos para os locais de onde os desmortos surgem, e mantém o uso de flechas-rede e das chuvas de flechas.

AÇÃO: Passar pela horda de zumbis e salvar os cidadãos – ND Fácil (06-10)
TESTE: Tiro 2 + Sentidos 1 + ♣ 1 + Flecha-Rede 1 + Chuva de Flechas 1 + Esforço 4 (Resta 16) = 10
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MensagemAssunto: Re: Episódio 09 - O Pecado da Ganância   Episódio 09 - O Pecado da Ganância EmptySeg Jan 31, 2022 1:47 pm

CENA II

[RESOLUÇÃO]
• Passar pela horda de zumbis e salvar os cidadãos – ND Fácil (06-10).
Werena x ND 6
3 ♥ + Atraente (1 ♥) + Manipulação (2 ♥) + Esforço (2)  = 8
Sucesso! Werena recebe 1 XP. Esforço restante: 18

Werena x ND 8
1 ♠  + 1  ♦  + Incorpóreo (2­­­­★) + Esforço (4) = 8
Sucesso! Werena recebe 1 XP. Esforço restante: 14

Tyler x ND 10
Tiro 2 + Sentidos Aguçados 1 + ♣ 1 + Flecha-Rede 1 + Chuva de Flechas 1 + Esforço 4 = 10
Sucesso! Tyler recebe 1 XP. Esforço restante: 16

Ban x ND 8
Destreza (3 ♠ ) + Força (3 ♦ ) + Luta (2 ♦ ) + Esforço (1) = 9.
Sucesso! Ban recebe 1 XP. Esforço restante: 19.

Nick x ND 6
♠ 2 + ♦ 4 + Mordida 1 + Luta 2 + Esforço 1 = 10
Sucesso! Nick recebe 1 XP. Esforço restante: 19.

Nick x ND 8
♠ 2 + ♦ 4 + Mordida 1 + Luta 2 + Esforço 1 = 10
Sucesso! Nick recebe 1 XP. Esforço restante: 18.

Nick x ND 10
♠ 2 + ♦ 4 + Mordida 1 + Luta 2 + Esforço 1 = 10
Sucesso! Nick recebe 1 XP. Esforço restante: 17.

Nick x ND 10
♠ 2 + ♦ 4 + Mordida 1 + Luta 2 + Esforço 1 = 10
Sucesso! Nick recebe 1 XP. Esforço restante: 16.


• Chegar aos limites da cidade e fugir para a cidade mais próxima – ND Médio (10-14).
Mick Fear x ND 12.
2 ♣ + Tiro (2 ♣) + 1 ♥ + Manipulação (2 ♥) + Manha (2 ♠) - Deficiência Física (-1 ♣) - Maldição de Rasputin (-1 ♣) + ♠2 (Escudeiro) - Devoção (-1★) + 5 (Esforço) = 13.
Sucesso! Mick recebe 2 XP. Esforço restante: 15.

Swanda x ND 12.
Foco (2 ♣ ) + Destreza (1 ♠ ) + Invenção (1★) + Mecânica (2 ♣ ) + 6 Esforço = 12
Sucesso! Swanda recebe 2 XP. Esforço Restante: 14.



[CONTINUAÇÃO]


Torre Táumica, Semiplano Particular, 1916.

Aquilo parecia tão injusto, a Torre parecia uma Fortaleza perfeita para manter seu afilhado em segurança, e a atitude de Yaset gerou um grande pesar no coração de Werena, passou os primeiros dias quieta no jardim, apenas na presença de seus amados duendes. Não esconderia suas emoções, no entanto, por trás dos olhos chorosos sua intuição lhe dizia aquela mãe só estava pensando no filho, fazendo a amazona deitar em posição fetal sobre as flores com a mão em seu ventre chorando de saudades das amazonas que a cuidaram com tanto carinho. Perder Yaset doeu tanto quanto cada uma de suas mães e irmãs de Yaci-Taperê.

Superando a fase de choro, se agarrou ao manto deixado para ela como uma criança que teme perder seu brinquedo favorito. Arisca, estudava sozinha o único pergaminho que trouxera de seu lar, procurando manter sua cultura viva. O único que ousava se aproximar e lhe tirar algumas risadas era Tyler, o caçador. Para ele, o auto-exílio de Yaset foi um tanto inesperado, que já traçava planos que envolviam a poderosa aliada, mas ver o jeito que Werena reagiu foi o que mais pesou para o caçador. Novamente, aliados seriam tirados dele por motivos fora de seu controle.

Sua rotina só foi quebrada quando Haermys muito preocupado foi ter com Werena. Partilhando seu pavor por ter sentido vibrações abissais na região da Silvânia, e desconfiado do envolvimento de Turk. Compreendendo a gravidade da situação, tratou de dar mais abertura para Tyler e, acreditando que viajariam juntos como um casal, pegou uma embarcação rumo a Arcádia. Mesmo sabendo de toda a desconfiança, Tyler ousou ir com Werena, tentando, de alguma forma, amenizar os danos. E o que era originalmente uma aproximação estratégica, começou a evoluir para algo a mais...


Algum lugar de Arcádia, 1917.


Subindo pela Hespéria, a dupla acampava ao ar livre, armavam uma pequena barraca onde dormiam juntos sob a luz das estrelas. A cada noite ficavam mais íntimos. As unhas de Werena passeavam pelo peito de Tyler e deitados muito próximos ela o observava em seus pequenos detalhes, gravando em sua memória as minúcias daquele que aquecia seu corpo e coração. Pela primeira vez encontrara quem a acompanhasse com suas mudanças de lua com naturalidade, desejando-a em ambas formas.

— Então caçador... Me conte mais sobre sua terra natal, qual visão lhe dá mais saudade?

Deitado ao chão com os braços atrás do pescoço, Tyler sentia o toque de Werena e sorria, ouvindo a questão da amazona e desviando seu olhar do céu estrelado aos olhos dela.

— Minha terra natal? Sinceramente, tenho um pouco de saudade da vida urbana de minha cidade – ele volta a olhar para o céu. – Meus dias consistiam em vislumbrar os grandes bailes, os grandes banquetes, e as ruas da cidade durante a noite.

— Os bailes me enchem de curiosidade... Você dança?

— Bom, quando a fome aperta, fazemos de tudo, não é mesmo? – Tyler sorri. – E você?

— Não viu os movimentos desses quadris? É claro que eu danço! – A amazona dá uma gargalhada e se vira para as estrelas. — Um mundo novo me aguardando, sou muito grata por sermos companhia um do outro nessa viagem... – ela volta a se aninhar nos braços do avalônico — Podemos passar por Silvânia? Ouvi histórias muito interessantes...

O pedido da amazona trouxe sentimentos estranhos. Olhando para ela, Tyler parecia claramente incomodado com a possibilidade de ir para o local. Principalmente por não ser um lugar tão desejado quanto as terras de Avalon ou de Libertérre.

— Por que a Silvânia? Aquele lugar me traz lembranças ruins, eu acho.

— Eu sei que passamos maus aos bocados por conta dessa loucura com Turk. E Haermys  sentiu algo poderoso acontecendo por lá. Me pediu que investigasse. Desculpe não ser sincera desde o começo. Tive medo de perdê-lo também. Não me restou muito a que me agarrar. E sabemos o que pode acontecer se Turk tiver mais poder, não estaremos seguros em canto algum. Por favor ,Tyler, lhe prometo que irei contigo mundo afora após cumprir meu dever.

Tyler olhava para o céu novamente. Diretamente à lua. Tão bela no céu. Sentia-se sempre bem na presença dela. E, então, ele olha para a amazona.

— Você tem uma missão a cumprir, e eu me comprometi a ajudar quando decidi sair das garras de Turk

A amazona observa aqueles olhos refletindo o brilho da lua, e aquilo pareceu tão sublime, as palavras de Tyler pareciam vir de um coração leal, levando Werena a acariciar seu rosto sorrindo.

— E depois disso conhecerei a cidade onde você cresceu, iremos a um baile e veremos tantas outras luas. Juntos! – ela se aproxima para dar uma leve mordida no pescoço de Tyler – hora de uivar novamente... – ela ri com olhos travessos de coelha.

Tyler sorri com as palavras da amazona. Nunca havia se sentido tão à vontade antes para falar de seus anseios mais interiores. Com a mordida no pescoço, o avalônico imitou um grunhido, passando a mão no corpo de Werena.

— Hora de uivar novamente...


Sfantu Greuceanu, Silvânia, 1917.


Subindo em direção ao coração de Arcádia, a dupla passou por montanhas, florestas densas e povoados. Na medida do possível aproveitavam as belas vistas, a comida humilde mas que aquecia seus estômagos e alguns amigos que ficaram pelas trilhas quase engolidas pela vegetação.

As noites foram se tornando mais curtas, e Silvânia se erguia perante eles, seguindo as instruções de Haermys um povoado específico era seu destino por concentrar as vibrações nada amistosas. O Pokolsár parecia até aconchegante levando aquela nação como parâmetro, a passagem pelo mercado deixava o caçador desconfiado como de costume, enquanto Werena arrancava suspiros em cada loja de comerciantes que visitava. De um destes estabelecimentos, Swanda Saymons a figura no mínimo passou pela amazona. Com suas longas vestes carmesins e pretas,  se protege do sol com um grande guarda chuva negro de caminhando pelas sombras. Como já não sentia mais calor, gostava de se vestir bem e aproveitava suas caminhadas à loja de ferramentas como um de seus poucos lazeres: ver seres inferiores, que acreditavam ser importantes, fingindo serem felizes enquanto ela e seus superiores controlavam toda a região.

“Meu pai nunca me deixaria andar a pé pela cidade, mas o velho não tá aqui, ainda bem. Saudade de quando eu tinha um servo pra massagear meus pés...” Pensa a vampira, quando é interrompida pela visão de Werena, um homem de aparência atraente, mas diferente dos rústicos silvanos, uma pele cor de amêndoa que destoa entre a população de pele branca, uma das pessoas mais belas com quem já cruzou nos seus diversos anos de morte-vida.

A época de guerra trazia novos desafios e gente estrangeira a Sfantu Greucenau. O jovem que chamou a atenção de Swanda estava acompanhado de outro, bem maior que ele, alto e louro. A proximidade dos dois era bastante suspeita para o padrão comportamental pra uma cidade do interior de Silvânia, mas a vampira havia conhecido coisas que aquela gente se assombraria só de pensar na existência. Outros estranhos também haviam chegado recentemente, vestidos de soldados, embora o mais novo visivelmente deixava transparecer que não pertencia à Nação..

— Sir, eu não gosto desse lugar. Me dá calafrios. As histórias que aquele velho contou sobre bruxas de um olho só não saem da minha cabeça... — Disse um adolescente com forte sotaque avalônico.

O jovem tem um topete loiro, se veste como um soldado de baixa patente e carrega uma enorme mochila.

— Antes de tudo, onde conseguiu esse sotaque novo? É bom que volta a falar como um verdadeiro silvano se não quiser que aqueles caras na cidade achem que você é algum tipo de espião. Só Deus sabe o que eles fariam com um garotinho como você... — Quem diz isso, em perfeito sotaque silvano, é um homem de bigode proeminente e um tapa-olho, vestido como um oficial do exército local. — Sobre essas superstições idiotas, não passam de lendas e crendices bobas. No máximo, realmente existem pessoas fazendo essas ações terríveis das lendas, mas são pessoas más. Bandidos, não bruxas. São eles que combatemos.

— Se não acredita em magia, como justifica o que aconteceu com seu olho?

— Genética. Meu pai usa monóculo desde que o conheço. Foi só uma coincidência que comecei a notar os efeitos quando aquele místico charlatão rogou uma "praga". Agora fica quieto, estamos entrando em Sfantu Greuceanu.

A dupla dinâmica é na verdade composta por Mick Fear e Franklin Edwards, um espião avalônico e seu fiel escudeiro. Os dois estão dentro de uma moto militar com espaço lateral para o passageiro, concedido pela coroa para sua missão de infiltração. O objetivo é investigar movimentações estranhas naquele povoado, reportadas por outros agentes da inteligência, que levaram o governo a suspeitar da fabricação de novas armas químicas para a guerra.

A pista dos espiões levava a Petre Hagi Hoffmeister, outro estrangeiro que havia chegado a quase um ano na cidade. Swanda passava a maior parte do tempo em sua oficina, construindo máquinas e ferramentas para seus líderes, mas ainda assim conseguia tirar algumas de suas invenções para si própria e aproveitava suas caminhadas. Em um de seus passeios noturnos, encontrou Petre perambulando pelas ruas. Soturno, ele tentava se manter discreto, mas a vampira percebeu bem que ele tinha bastante interesse no Pokolsár. O que quer que ele estivesse fazendo, conseguia manter em segredo.

Ver soldados chegando fazia a vampira pensar no que acontecia com o mundo. Enquanto os dois se dirigem a um prédio dos militares, mostrando documentos falsificados para dois soldados de verdade na entrada, ela ainda achava toda aquela guerra desnecessária, um grande embate entre Nações para ter mais dinheiro do que eles conseguiriam gastar, influência sobre países que eles nunca veriam, mas e aí? O que ela poderia fazer? Ser submissa aos vampiros mais velhos, mais fortes.

Antes de conseguir completar seu raciocínio, um homem se joga em sua direção. Num movimento desesperado, Swanda joga suas compras para o alto e cai para trás, batendo a bunda no chão. O homem se debate, tenta agarrá-la, mas a vampira se arrasta para trás fugindo de suas garras. Ao olhar em volta toda, a rua está tomada de zumbis, monstros horripilantes e amedrontadores. Ao mesmo, ali perto, um terceiro soldado aparece completamente histérico e ataca um dos dois soldados que recebia Mick e Frank.

— Mas que porra é essa? — Mick dá um grito, sem perder o sotaque do personagem silvano.

Uma horda de zumbis histéricos aparece, correndo e gritando em sua direção. Swanda Ela arregala os olhos e, quase que como reflexo, se levanta num pulo e corre em direção à sua única chance de escapar dali, era dia e não podia alçar voo como gostaria, então teria que usar a moto que usou para chegar na cidade: Uma Harley Davison contrabandeada de fora do continente e adaptada por Swanda para ter um design mais aerodinâmico. Ela tira um manto da mala debaixo do assento e o coloca cobrindo as costas e a cabeça para se proteger do sol e liga a moto que rosna com raiva do mundo. Mick vê a nativa fugindo e, assim como ela, usaria a moto.

— Entra na merda do veículo, soldado! — Ele grita para o soldado que verificava seus documentos, que sobe de forma desengonçada na moto que só estava preparada para duas pessoas.

— Meus Theus, meu Theus, meu Theus – o soldado repete incessantemente.

— Atira nesses monstros! Se nós sobrevivermos a isso eu te dou uma promoção.

O soldado mal ouve Mick, mesmo sem considerar a proposta, ele atira nos seus companheiros já transformados em zumbis.

— Sir, o que você tinha dito sobre monstros mais cedo? —  Franklin pergunta.

— Frank, por favor, cala a boca! Vou precisar que você assuma o veículo.

Mick saca seu revólver, sentindo imediatamente uma dor lancinante sob o tapa-olho, e atira nos perseguidores. Os zumbis vão caindo e deixando um rastro de corpos. A sorte é que eles são lentos, mas a maldição havia se espalhado por todo o centro da cidade e, para o azar dos motociclistas, a infestação já havia chegado até os portões de Sfant Greuceanu. Os dois pilotos avançaram, passando por cima de uma família que havia sido atacada em um restaurante. A dona tentava se proteger usando uma toalha de mesa quadriculada, mas foi obrigada a arremessá-la para o alto, quando teve garras cravadas em suas costas. A toalha voou na frente das duas motocicletas, como se fosse uma bandeira de largada. Swanda acelera pelas ruas da cidade fugindo dos zumbis. Sem remorso algum, ela atropelou três banhistas, dois comerciantes e uma criança, deixando para trás apenas um rastro de membros decepados e pedaços de cadáveres. Sua motocicleta, mais rápida que a dos militares, é também mais ágil e com maior flexibilidade para manobras. Enquanto Swanda abre caminho atropelando os zumbis até os portões, Mick atira nos que se aproximam, acertando inclusive um zumbi que se agarrou à garupa da Harley, destroçando seu corpo e passando por cima. A dupla de motocicletas atravessa os limites da cidade, parando poucos metros à frente. Os passageiros olham para trás, ouvindo gritos que chegavam até eles, apesar da distância em que estavam.

— Meu Theus! Meu Theus!! Meu Theus!!! O que acabou de acontecer? O que é aquilo? Aquelas coisas? Meu Theus! Isso é algum tipo de castigo de Muma Padurii.

— Quem? – pergunta Mick.

— Crendices – diz Swanda – Algumas pessoas acreditam que Muma Padurii, a Mãe da Floresta, é uma bruxa protetora da região. Mas ela não existe.

— Existe sim, claro que existe! Eu já vi. Ela habita as florestas próximas à cidade, mora numa pequena casa escura, terrível e escondida. Ela ataca crianças, sequestra e as escraviza. Já perdi uma prima assim. Ela sumiu na floresta e nunca mais foi vista.

— E que idade tinha essa prima? – Frank se intromete.

— Quinze anos!

— Boatos – Swanda interrompe – Ela fugiu com o namorado e nunca mais voltou.

— Você não sabe de nada. Ela encontrou a bruxa – diz o soldado e, virando-se para Mick e Frank, continua – Temos de ter cuidado com ela, pois ela pode roubar nossa voz. Somente podemos dirigir três palavras a ela. Se falarmos uma quarta palavra, ela tomará nossa voz. Se não é ela a responsável pela praga, certamente vai nos ajudar. Ela protege as florestas, afinal.

— Besteira – Swanda está irritada – Bem, façam o que quiserem. Eu vou procurar ajuda de verdade.

Acelerando e empinando a moto, Swanda vai em direção a Belfort, maior cidade da região. Lá, encontraria Alexander Schultz, seu progenitor. Se havia alguém capaz de saber o que estava acontecendo em Sfantu Greuceanu, este alguém era ele.

De volta à cidade, ao lado de Werena, Tyler sentia que algo não estava certo. Seus olhares, inicialmente e aparentemente instigadores, pareciam buscar o perigo. Algo gritava dentro de seu corpo que algo de podre pairava na cidade.

— Werena, acho que... — sua fala foi interrompida por gritos, se virando e vendo o que acontecia.

O que poderia ser uma viagem romântica como a de tantos outros casais logo se torna  uma desventura perigosa com os gritos dos banhistas enquanto suas peles eram corroídas. A cena faz um arrepio de pavor correr pelas costas da amazona, que entra em prontidão. Ela observa o ambiente a sua volta, pessoas correndo desordenadas só se tornariam alvos fáceis.

— Atenção a mim! – Ela sobe em cima de uma mesa de madeira – Vamos sair vivos! Organizem-se! Precisamos de barricadas e todas as tochas que puderem! Não deixem que avancem!

A aparência distinta de Werena atrai os olhares da população. Mesmo que antes pudessem estar desconfiados de uma pessoa tão diferente entre os seus, ainda mostrando tanta cumplicidade com Tyler, Werena fala com pulso firme e postura de liderança. Os habitantes escutam-no com atenção e acatam as ordens do jovem estrangeiro. Os homens que fugiam pararam e organizaram uma rota de fuga para as mulheres e as crianças. Senhores que estavam num bar próximo levaram mesas e cadeiras, improvisando um muro de madeira. O cozinheiro trouxe uma tocha do fogão à lenha. Os zumbis foram impedidos pela barricada improvisada, mas o grupo inicial se dispersou e atacou outras pessoas. A contenção impede o avanço imediato de alguns zumbis, mas a quantidade deles extrapola a proteção oferecida. Juntos, eles tornam-se alvos fáceis para as habilidades de Tyler.

O caçador puxou, de dentro de sua túnica azulada, a coroa lunar. Num giro, um arco já se formava, Tyler evocou uma primeira chuva de flechas, e foi lançando flechas-rede para travar o máximo de zumbis possíveis. Seu tiro atingiu o peito de uma banhista, atravessando o tórax e deixando um rombo no lugar. A zumbi, porém, não parou sua caminhada e continuou avançando, alcançando uma criança que havia ficado pelo caminho, devorando-lhe uma parte do ombro enquanto a criança gritava horrorizada. Os banhistas que foram atacados já voltavam a se levantar, dobrando o número de zumbis e provocando uma infestação. Apenas aqueles que foram contidos pela barricada se salvaram, mas os mortos-vivos já contornavam-na.

Werena também estava focada na batalha. Utilizando de seu escudo para afastar zumbis defendendo-se de seus ataques, ora o utilizando para dar encontrões violentos e atacar com as laterais. Orando para suas ancestrais, ela pede força nos calcanhares. Quando a lua perdia o brilho seu corpo não tinha a mesma conexão mágica como quando seu ventre pulsava vida e seu útero se desenvolvia. Temendo por sua vida seu coração acelera e Werena se prepara para usar o poder do manto para se fazer incorpórea para evitar ataques e obstáculos.

— Tyler, cuidado! O que faremos?

— Leve eles ao máximo para longe daqui! Eu vou tentar impedir esse bando de desmorto de nos fazer mal.

— Por aqui!

Werena e Tyler reconhecem a voz. Era Ban, o último monge-dragão vermelho. Ele havia voltado a vagar, como um fantasma, mas sem casas para assombrar, ele apenas andava por aí. A Criança-Luz partiu e com ela qualquer tipo de sentido que poderia ter a existência do monge. Ele decidiu primeiro vagar pelo seu país, lutando lutas que ele não compreendia ou mesmo ligava para o motivo. O Imperador de sua terra natal morreu em 1916, deixando a Nação sem um chefe de Estado efetivo. Os líderes militares locais governavam e lutavam entre si pelo poder. Desgostoso com suas habilidades sendo usadas por motivos mesquinhos pelos mundanos, abandonara o celibato monástico e agora toda noite havia companhias ilustres em sua cama, homens e mulheres. Ban gostava de estar acompanhado, isso afastava o vazio de seu peito. Após um período nas montanhas, o último Dragão, vislumbrou um desejo, gostaria de conhecer as terras distantes do oeste. Não tinha muito em mente, só gostaria de ver com seus próprios olhos as cidades às quais escutava falar nos bares onde passavam forasteiros. Queria provar as comidas exóticas do ocidente, beber de suas bebidas e batalhar com seus guerreiros. Junto de jovens solteiros em busca de um futuro melhor na emigração em massa para um continente distante, acabou imersos em um conflito cujas dimensões não podiam imaginar: a Grande Mundial.

Libertérre contratou o grupo a qual Ban pertencia e lhes ofereceu melhores garantias e a possibilidade de ficar ao término da disputa. Sua estadia em Arcádia, ao mesmo tempo em que lhe impressionou pela forma como os arcádios estavam "decididos a se matar", também lhe "abriu a mente" em múltiplos aspectos, desde o trabalho que as mulheres podiam desempenhar até valores como a educação básica ou a justiça. Ban se impregnou do espírito líbero e foi lutar contra a injustiça. Tomou portanto o Expresso do Oriente na Cidade das Luzes, sendo levado até Saray, ponto inicial da Guerra. Um jovem da Avalônia, chamado Brenda Walters, não tirava os olhos dele durante as refeições, esta viria a dormir em sua cabine no terceiro dia de viagem. A jovem, na verdade, vinha de Meganésia, filha de um fazendeiro do deserto central da Grande Ilha que tentava voltar para sua Nação. Após cinco dias, eles pararam em Silvânia. Ban foi recrutado para seguir encontrar Mick Fear, o avalônico que lhe daria uma missão em Sfantu Greuceanu. Brenda resolveu ficar em Saray, à espera de Ban, ele era seu porto seguro para chegar à sua terra. Ele havia lhe prometido isso.

Ban havia chegado semanas antes de seu superior e tentava se adaptar à cidade. Ainda estava em dúvidas se iria se manter fiel a Brenda, tampouco se cumpriria de fato sua promessa. Ele bebia no bar mais próximo a estância de banho, gostava de conversar com pessoas diferentes enquanto estivesse ali. Foi quando viu uma grande massa de pessoas correndo, o desespero estampado em suas faces. Olhando por onde vinham, o monge viu uma pessoa baixa e de pele morena descendo de uma mesa de madeira no meio de uma praça, reconheceu imediatamente Werena e esta estava lutando contra transeuntes muito estranhos, o instinto de Ban imediatamente foi ao encontro da Amazona e da batalha.

Com sua habilidade fenomenal, saiu caminhando por sobre as cabeças dos zumbis, usando-os como uma ponte muito parecida com as que usava em seus tempos de treinamento. Cada pisada quebrava o pescoço do zumbi que lhe servia de degrau.

— A Prefeitura é o prédio mais resistente daqui. Servia como um antigo forte. Vamos levar os sobreviventes para lá.

O casal respira aliviado ao encontrar um aliado em terras tão distantes e em momento tão oportuno. Correndo um pouco ao lado do grupo, Tyler ajuda a conduzir os poucos sobreviventes, de ouvidos e olhos atentos para os locais de onde os desmortos surgem, e mantém o uso de flechas-rede e das chuvas de flechas. Os zumbis vinham da Estância de Banho, era previsível que a água tivesse um papel importante naquela praga. O lugar não se chamava Pântano do Diabo à toa, Pokolsár era apenas o nome na língua nativa.

Tyler estava certo, a maldição realmente vinha da água. O que ele não sabia é que aquelas águas abrigavam uma criatura. Uma criatura que ele conhecia bem. Nick-Ahnor, o atlante da casta tubarão havia usado a região como lar.

Durante os meses que se seguiram após a resolução da caça a Yaset e sua despedida com a criança solar, Nick se ocupara em se adaptar com o cargo como regente dos ferais em Wanyama, nunca pensara muito menos tinha a ambição de ocupar cargo diplomático, seu viés sempre fora o bélico e sua aptidão para o combate. Com a ajuda de Zazel começou a aprender um pouco de diplomacia a ponto de convencer os parentes do antigo regente a formar um conselho que ele chamava de conselho de guerra. Até que um dia foi contatado por Haermys lhe trazendo um pedido e a missão de usar seus dons de caçador para encontrar Turk, enfim poderia retomar as atividades preferidas e após explicar a situação a Zazel e seu conselho de guerra, o atlante partiu em busca do mago prometendo voltar ao posto assim que a missão estivesse cumprida. Magamba, a conselheira dos reptilianos Kafi, aprovou com entusiasmo a missão do Rei. Sua compreensão com a ausência de Nick foi tanta que ela encomendou uma patrulha Kafi para escoltar o atlante até o Delta do Nilo, onde não poderiam ir além, pois não estavam preparados para seguir pelo Mar Mediterrâneo.

Nick ficava mais à vontade em água salgada e refletiu um tempo, recobrando todo seu vigor e focando em encontrar os mínimos vestígios de Turk. Usando os mesmos artifícios que usara para chegar até Yaset o tubarão seguiu o rastro do bruxo até os mares orientais Arcádia e subindo a montante e entrando o continente pelas águas dos rios até chegar a região de Sfantu Greuceanu próximo ao Pântano do Diabo, onde fica a Estância de Banho Pokolsár, cujo lodo dizem ser curativo. Enquanto investigava o paradeiro de sua caça, as aparições de Nick pela região, onde o tubarão se refugiara deram início a boatos de uma estranha criatura aquática assombrando a região.

Quando as primeiras pessoas foram afetadas pela praga zumbi, os habitantes ligaram uma coisa à outra e gritavam que a maldição vinha do Monstro do Pântano. Os gritos dos banhistas quebraram a tranquilidade e o silêncio que Nick havia se acostumado. Era chegada a hora de agir. A posição do tubarão é privilegiada, de dentro da água, todos os zumbis estão de costas para ele. Ao longe, na margem, ele vê três de seus companheiros lutando contra os amaldiçoados, Nick achava que a missão era só dele, mas entende que, se Haermys mandou os outros junto, o perigo era realmente grande. Ganhando velocidade, o tubarão avança para a margem seca, decepando membros de vários desmortos e os destruindo como se fossem bonecos de massa. A selvageria é tanta que Werena, Tyler e Ban olham impressionados, estavam diante de um Nick-Ahnor sem freios e irrefreável. A destruição é tanta que chama a atenção dos zumbis, dando a oportunidade que o trio queria para chegar à Prefeitura.

Os estrangeiros partem silenciosamente. Rodeiam a horda de redivivos e se apressma em direção à prefeitura, levando consigo quinze pessoas que conseguiram salvar, deixando Nick enfrentar os zumbis. O trio encontra a porta trancada.

— Abram! Temos sobreviventes!

Uma voz de dentro responde.

— Abram a porta para os forasteiros! Talvez eles possam nos ajudar.

As portas são abertas e um homem armado dá cobertura para que todos entrem apressadamente. Era Antenor, o braço direito do prefeito de Covasna.

— Entrem logo e me ajudem com a barricada.

Dentro da prefeitura, todos os bancos e mesas foram arrastados para impedir a abertura da porta. Apenas homens estão no salão de entrada e Antenor guia o trio para o andar superior, onde estão Gustovan, o prefeito, Stephanie, sua filha, e Shanya, sua esposa. Os três estão bastante amedrontados e a adolescente não para de chorar.

— Por favor, digam que vieram nos salvar! Tirem-nos daqui!

Gustovan ajeita sua barriga protuberante e se aproxima.

— Sei que vocês acabaram de chegar, mas sou eternamente grato por terem salvado meus cidadãos. De uns tempos para cá, boatos de uma criatura, um monstro, espreita no Pântano. Vocês sabem o que está acontecendo?

A conversa é interrompida pelo som de disparos. Todos correram à janela e viram, logo abaixo, os zumbis avançando contra Nick, que se vê obrigado a recuar para o pântano .

— Lá! O monstro! Ele é o responsável por aquela praga. O que estão esperando? Atirem neles!

— NÃO!

Werena levanta a arma de Antenor, que erra o tiro.

— Não veem os zumbis indo para cima dele também!? Ele tem nome, Nick é meu  amigo!

— Essa criatura é amiga de vocês?!

— E de quem mais precisar de ajuda! Mira essa arma para lá!

— É verdade – diz Shanya – Ele destruiu várias delas e agora estão atacando ele. Vejam! ele está recuando para a água.

Sem Nick para distrair os zumbis, a horda avança para a Prefeitura. Apesar dos tiros de Antenor e dos disparos de Tyler, o local logo é rodeado pelos desmortos. O prefeito se tremia ao seu lado parecendo um pudim, realmente alguns homens não eram feitos para a ação.

— Vamos resistir daqui e aguardar uma brecha para fugir, eles são bastante lentos e não devem nos alcançar com facilidade – disse aos presentes na prefeitura.

— Tenho armas no subsolo – diz Gustovan – Não são muitas, mas há bastante munição.

— Você! – Ban aponta para Antenor — Vamos reforçar a barricada e rechaçar o ataque daqui, arranje uma arma e me ajude.

Ban se esforçava para dar autoridade à sua voz, não estava acostumado a dar ordens. Enquanto ia em direção às portas, virou-se para a filha do prefeito e sorriu para ela.

— Não se preocupe senhorita, vamos ficar todos bem.

Shanya leva os sobreviventes para o primeiro andar da prefeitura. Antenor distribui armas para Tyler, Werena e Ban. Stephanie começa a racionar comida para os sobreviventes. E Gustovan apenas reza. A noite chega e os lamentos dos zumbis não deixam ninguém dormir. Eles não vão embora e seguem tentando atravessar as paredes da Prefeitura, por sorte, suas paredes resistentes são o suficiente para impedir o avanço dos malditos. Três dias e três noites se passam. Stephanie escolhe Ban como seu guarda-costas e Shanya olha com bastante interesse para Werena e Tyler, chegando a flertar com ambos quando seu marido estava distante. Antenor dá algumas instruções a Ban e Werena, sobre como manusear bem as armas. Os três, juntos com Tyler, atiram nos zumbis, reduzindo bastante a quantidade deles, até que fosse seguro a saída para as ruas. Apenas alguns desmortos ficaram rodeando a Prefeitura. A pouca comida que era mantida no local estava no fim. Alimentar mais de vinte pessoas com biscoitos e café foi uma tarefa que Stephanie se esforçou bastante para prolongar, mas precisava que alguém fosse buscar mais comida.

Enquanto decidiam quem deveria ir ao mercado para conseguir mantimentos, os atiradores notaram algo incomum. A carne dos zumbis derrotados apodrecia muito mais rápido que o normal, transformando-se numa lama viscosa e escura. O mais surpreendente, porém, é que os ossos deles se mexiam, querendo se erguer mesmo sem músculos para sustentar os esqueletos. Eles se erguem e agora, além de alguns zumbis que vagavam, esqueletos povoavam as ruas. Rapidamente, a Prefeitura estava rodeada de novos mortos e estes conseguiam sobrepor-se uns aos outros, chegando a escalar as paredes até o primeiro andar, onde as janelas não são fortificadas.

Longe dali, Swanda havia chegado a Vedunia, região controlada pelos Strigoi, já na fronteira com Teutânia. Ela seguiu por dias, desviando dos fronts para conversar pessoalmente com o vampiro Ancião que lhe escolheu como cria.


[OBJETIVOS]
• Convencer Muma Padurii a ajudar, ND Difícil (14-18), somente Mick.

• Convencer Alexander a se envolver no conflito, ND Médio (10-14), somente Swanda.

• Destruir os esqueletos e impedir que eles entrem na Prefeitura, ND Médio (10-14).

• Se esgueirar entre os mortos-vivos e entrar no Mercado, em busca de provisões, passando pelos zumbis que restam, ND Médio (10-14).

• Conseguir mantimentos para sobreviver no pântano, ND Fácil (6-10), somente Nick.


Última edição por Anfitrião em Qua Fev 09, 2022 10:15 am, editado 2 vez(es)
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nickahnor

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MensagemAssunto: Re: Episódio 09 - O Pecado da Ganância   Episódio 09 - O Pecado da Ganância EmptyTer Fev 01, 2022 1:20 am

Nick estava feliz, o caçador atlante agora sorria, depois de tempos entendiado com as funções na realeza
de Wanyama agora podia fazer o que mais gostava que era o combate, os inimigos não eram tão poderosos
como o tubarão gostaria mas sua vantagem numérica colocava o desafio em um nível que o entretia.
Por mais divertido que fosse destroçar aquelas criaturas boneco o grande número de oponentes o fizera
recuar de volta as aguas para ter mais vantagem em seu ambiente e recobrar as forças, mesmo assim
não podia demorar.
Três dias já haviam se passado e precisava encontrar o mago que provavelmente era a causa daquelas
estranhas criaturas e o motivo de estar ali, além disso, a pouco havia reencontrado seus recentes aliados
e precisava saber se estavam bem.
O som dos disparos no decorrer dos dias o aliviava da preocupação de terem sido pegos por aquelas
estranhas criaturas.

Então recobrada as forças nas aguas o tubarão usa seus dotes de caçador para encontrar no pantano
mantimentos e parte ao encontro dos companheiros.
e de quem mais os acompanhasse.

• Destruir os esqueletos e impedir que eles entrem na Prefeitura, ND Médio (10-14).
♠ 2 + ♦ 4 + Mordida 1 + Luta 2 + Esforço 5 = 14 (Esforço 11)

• Se esgueirar entre os mortos-vivos e entrar no Mercado, em busca de provisões, passando pelos zumbis que restam, ND Médio (10-14).
♠ 2 + ♦ 4 + Mordida 1 + Luta 2 + Sobrevivencia +2 Esforço 3 = 14 (Esforço 8)

• Conseguir mantimentos para sobreviver no pântano, ND Fácil (6-10), somente Nick.
♠ 2 + ♦ 4 + ♣ 2 +Mordida 1 + Sobrevivencia +2 + Olfato +1 = 12
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Iara Werena

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MensagemAssunto: Re: Episódio 09 - O Pecado da Ganância   Episódio 09 - O Pecado da Ganância EmptyTer Fev 01, 2022 11:25 am

Werena tinha passado esses três dias dedicando atenção a cada sobrevivente. Sabia da importância de quando sitiados, manter a moral do grupo elevada e as esperanças acesas. Aprendera o nome de cada um, e mesmo uma forasteira, diferente de todos ali, passaram a cativar simpatia pela amazona.

Quando os mantimentos começaram a faltar, Werena foi uma das primeiras a receber a notícia por Shanya. Utilizando o manto de saturno, Werena tornava-se incorpórea e de forma furtiva andava pela cidade fazendo um inventário mental de onde encontrariam alimento. Colocando seu raciocínio para trabalhar, ela prepara o caminho que seria percorrido, improvisando barricadas simples que funcionariam para atrasar os zumbis tempo suficiente para fazer o transporte de mantimentos. Voltando a Prefeitura, ela se reúne com o povo, pede um mapa da cidade e marca os pontos mais interessantes.

- Preciso de quatro pares de braços fortes e pernas velozes, tracei uma rota, mas para recolher o máximo de mantimentos possível preciso que vocês se posicionem em pontos estratégicos para agilizar - ela os indica no mapa com uma vareta - Eu vou pegar o possível e entregar a vocês, corram de volta por essas rotas, enquanto Tyler lhes da cobertura. Eu estarei com vocês durante todo o caminho. Avante Povo de Pokolsar!

A amazona é a primeira a sair, ainda não tinha a melhor das miras, mas o manto lhe permitia se aproximar sem correr tanto risco. Com o escudo ela desequilibrava os zumbis e os finalizava com o revólver. Ao ver Nick reaparecendo para auxiliar ela sorri e acena.

- Ei grandão! Obrigado por nos ajudar! Estamos indo naquela direção!

Procurando ser o mais ligeira possível, ela coordena seu pequeno pelotão, força a abertura do caminho com seu escudo e arrisca alguns disparos. Avançando ela brada palavras encorajadoras.

- As crianças vão ficar orgulhosas de terem heróis como vocês na cidade! Sem titubear, estão contando conosco!


Não teriam tempo de comemorar, já do lado de fora era possível ver a montanha de esqueletos se formar. Werena tem uma ideia. Primeiro ela pega um carrinho de mão, daqueles que carregavam as frutas dos feirantes, ela mira e acelera com ele na direção da pilha, próximo da colisão ela torna-se incorpórea e atravessa as paredes da igreja dando de encontro com a população assustada. Ela leva a mão ao queixo, "Minha magia resolveria isso num instante... Deusas! Que falta de sorte! Certo, foco Werena, a Icamiaba é a líder das amazonas, resolve qualquer problema... Pense!". Vasculhando sua cabeça atrás de outro plano ela resmunga olhando o mapa da cidade.

- Pessoal, precisamos de óleo! Escorregadios eles não conseguirão se empilhar... Kristoff, ainda há alguma reserva na sua cozinha? Eu irei buscar!  - puxando seu manto ela some da vista das pessoas e parte apressada - Yaci dê-me forças!

• Se esgueirar entre os mortos-vivos e entrar no Mercado, em busca de provisões, passando pelos zumbis que restam, ND Médio (10-14).

♠ 1 + ♣ 3 + ♦ 1 + ♥ 3 + Atraente ( ♥ 1) + Manipulação ( ♥ 2) + Incorpóreo (2 JOK ) + Esforço (1) = 14

• Destruir os esqueletos e impedir que eles entrem na Prefeitura, ND Médio (10-14).

♠ 1 + ♣ 3 + ♦ 1 + ♥ 3 + Atraente ( ♥ 1) + Manipulação ( ♥ 2) + Incorpóreo (2 JOK ) + Esforço (1) = 14

Esforço Restante (12)
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Mick Fear

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MensagemAssunto: Re: Episódio 09 - O Pecado da Ganância   Episódio 09 - O Pecado da Ganância EmptyTer Fev 01, 2022 5:13 pm

Mick, Franklin e o soldado silvano ficam para trás vendo Swanda se afastar.

— Mas que bela... moto! — Mick deixa escapar.

— Sir, você não está pensando em ir atrás daquela bruxa, está? E se for como a história que o velho contou?

— Lendas sempre tem um fundo de verdade, Franklin. Se tiver algo na floresta que pode nos ajudar, devemos ir até lá. Talvez sejam rebeldes que possam nos ajudar na luta, ou talvez civis que precisam ser alertados do perigo...

Os soldado começa a se afastar de fininho ao ouvir o andamento da conversa, mas Mick o percebe.

— Soldado, não peço que vá conosco, mas pelo menos nos guie até perto o bastante dessa casa de falou?

* * *

Chegando ao local apontado pelo soldado, Mick encontra uma casa sombria digna de lendas. Antes de se aproximar, ele procura por armadilhas e se encontrar alguma tentará desarmá-la.

— Não fale nada, Frank. — Ele sussurra antes de entrar na casa.

— Sir, eu não vou entrar lá com você. É melhor ir sozinho e eu fico aqui de guarda pra ninguém te pegar de surpresa. — O garoto diz, claramente amedrontado.

Mick não tenta argumentar, era melhor ir sozinho dessa vez.

Ele imagina que a tal Muma Padurii seja algum tipo de líder rebelde ou criminosa com influência no local. Já ouvira falar de um grupo conhecido como "bruxas" que tinha relação com Russkaya e até algum envolvimento na Grande Guerra. Não era raro para os espiões avalônicos fazerem alianças com redes de criminosos em outros países para ajudá-los a atingir seus objetivos, mas essa tática precisava de muita cautela. Em vez de se revelar como estrangeiro, ele prefere continuar fingindo que é um local que acredita na lenda da bruxa para pedir ajuda, esperando que assim ela fique mais inclinada a ouví-lo.

Forçando sua expressão corporal para demonstrar medo e humildade, ele procura pela bruxa. Quando a encontra, fala em sua melhor imitação dos locais, lembrando da dica do soldado:

— Saudações, poderosa senhora. — Ele faz uma reverência. — Me chamo Bram. Um humilde servo. Imploro por ajuda. Algo maligno surgiu. Espalha pela cidade. Pessoas estão loucas. Matando e devorando. Homens, mulheres, crianças.

Ação:
♥1 + ♣2 + 2♥ (Manipulação) + 2♣(Manha) +1♣ (Aluno da Capital) + 6 Esforço = 14
Convencer Muma Padurii a ajudar, ND Difícil (14-18)
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Tyler Greymane

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MensagemAssunto: Re: Episódio 09 - O Pecado da Ganância   Episódio 09 - O Pecado da Ganância EmptyQua Fev 02, 2022 12:54 am

Nesse período de sítio, Tyler pouco ficou próximo aos demais sobreviventes. Seu foco estava muito mais voltado a garantir a proteção da área, e havia formado uma dupla com Antenor, fazendo o máximo de disparos que podia. No começo, ainda usava a coroa lunar para disparar, mas temia que sua energia se esgotasse, e logo trocou para uma das armas escondidas na prefeitura. E, nos três dias, discutiu muitas possibilidades com Antenor, apontando para áreas onde os zumbis aparentemente se concentravam mais, e apontando para locais mais propícios a invasões e de onde poderiam se agrupar para efetuar os disparos.

O problema é que, quando tudo parecia estar se resolvendo, os zumbis iam se tornando esqueletos, e pareciam até mesmo mais inteligentes. Olhando para os outros, o avalônico optou por fazer a conclusão mais óbvia.

— Há alguém por trás disso tudo — disse, olhando especificamente para o prefeito e seu braço-direito, depois de Werena dar as primeiras instruções. — Tentem se lembrar se há alguém que lhes disse maldições ou quaisquer outras ameaças. Precisamos impedir que a prefeitura seja invadida. Levem todos aqueles incapazes para o subsolo, algum cofre ou o inferno que seja, contanto que seja algo protegido e de único acesso. Aqueles que não forem pegar mantimentos com Werena, subam e bloqueiem as janelas do primeiro andar com tudo o que puderem!

Tomando uma posição de tiro dentro da própria prefeitura, num espaço de guarnição da fortificação no primeiro andar, Tyler começou a dar cobertura para o movimento deles, disparando flechas de luz em direções aleatórias para distrair as criaturas, imaginando que elas poderiam ter algum tipo de maneira de se guiarem por iluminação, e a fazer as chuvas de flechas e disparos de rede para ir limpando o caminho de Werena, trocando as flechas e sua própria posição e ângulo de tiro de forma ágil.

— Vão! Vão! Sem medo, eu dou conta! — Tyler berrava de sua posição. Ele podia ouvir Werena, mesmo de longe, tentando manter os ânimos daqueles que ali estavam combatendo. Suas palavras também poderiam ajudá-los.

O problema, no entanto, era a possível invasão à prefeitura. As torres de esqueletos seriam um problema até mesmo para fornecer cobertura, e Tyler optou por fazer uma loucura. Percebendo pelos cantos os locais mais passíveis a invasões, o avalônico corre para repelir aquela invasão, usando uma flecha-rede para amarrar os primeiros esqueletos que iam aparecendo pelas janelas e, dando graças por estar usando suas luvas, golpeando os crânios dos esqueletos para fora, agarrando a rede e arremessando o restante do corpo sobre os demais, buscando fazer ruir toda a base com um peso maior do que o esperado no topo.

OBJETIVOS
• Se esgueirar entre os mortos-vivos e entrar no Mercado, em busca de provisões, passando pelos zumbis que restam, ND Médio (10-14) [Atuando como auxílio distante].
Teste: ♠ 3 + ♣ 1 + Tiro 2 + Sentidos Aguçados 1 + Flecha de Luz 2 + Flecha-Rede 1 + ♦ 4 + Chuva de Flechas 1 + ♥ 1 = 16 + Esforço 1 = 17

• Destruir os esqueletos e impedir que eles entrem na Prefeitura, ND Médio (10-14).
Teste: ♠ 3 + ♣ 1 + Tiro 2 + Sentidos Aguçados 1 + Luta 2 + ♦ 4 + Flecha-Rede 1 = 14 + Esforço 1 = 15
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Madu Simba

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MensagemAssunto: Re: Episódio 09 - O Pecado da Ganância   Episódio 09 - O Pecado da Ganância EmptyQui Fev 03, 2022 1:06 am

Depois de dias em cima de sua moto, Swanda finalmente chega até a Vedunia, uma vila controlada pelos Strigoi, onde mora quele que lhe acolheu, Alexander, um vampiros secular de cabelos negros, bigode farto e cavanhaque triangular.

A moto cruza as ruas da cidade seguidos por olhos de curiosos. Ela segue até um grande palácio rodeado por gárgulas de pedra com grandes grades negras com pontas douradas. O portão se abre magicamente quando ela se aproxima. Swanda para no início de uma escada grande e sobe correndo querendo falar logo com seu senhor.

A vampira anda por largos corredores dentro do palácio até chegar no salão principal, onde uma grande cadeira serve de descanso para um vampiro alto e esguio, com pele pálida e olhos cinzentos.

— Meu senhor. — Swanda começa com a cabeça baixa, como alguém que pode ajuda sem ter convicção. — Zumbis atacam as ruas de Sfantu Greuceanu. Eles tomam as ruas e comem todos que entram em seu caminho. — Ela levanta a cabeça olhando diretamente para os olhos do seu senhorio. — Eu escutei histórias sobre bruxas na região, acho que alguma estará lá, ela pode ser um bônus dessa situação toda.

Caso não consiga convencer Alexander de ajudar, Swanda tentará usar seu charme para fazer seu senhorio acreditar que pode ganhar um prêmio desinibido de sua neófita.

Se ainda assim não conseguir, irá tentar arrancar informações dele sobre o que está acontecendo, depois pegar suas coisas e voltar ao confronto. Mais o que está passando na minha cabeça? Quero ser aceita entre humanos? Ou estou vendo uma oportunidade de testar meus brinquedos? hehe

• Convencer Alexander a se envolver no conflito, ND Médio (10-14), somente Swanda.
Foco 2♣ + Sedução 1♥ + Carisma 1♥ + Esforço 6 = 10
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MensagemAssunto: Re: Episódio 09 - O Pecado da Ganância   Episódio 09 - O Pecado da Ganância EmptySex Fev 04, 2022 3:05 pm

Os dias passavam vagarosamente dentro da prefeitura, nas primeiras horas o monge já estava de saco cheio dos choramingos e reclamações das pessoas que se abrigavam ali, a única distração para ele era Stephanie. A filha do prefeito era o que seus colegas Avalônicos chamavam de pitéu, uma verdadeira formosura, olhos grandes e azuis, cabelos louros encaracolados e uma cintura fina, além de uma postura de santa, era o suficiente para deixar Ban obcecado. Passava então os dias a sua volta, contando sobre as maravilhas de sua terra natal, sobre as montanhas e as lendas que as cercavam, encantar a garota foi bem fácil, já que a pobre nunca saíra daquele lugar.

Três dias se passaram e Ban quase não se recordava de Brenda, ele poderia voltar para ela sim, mas não iria ficar se martirizando por um casinho com a filha do prefeito. Aliás, não tinham feito nada demais, apenas beijos e carícias trocados longe das vistas de seu pai. Não que o dragão tivesse algum medo daquele gorducho covarde, mas não estava afim de arrumar confusão naquele momento.

Na manhã do terceiro dia o jovem reparou nas movimentações anormais dos cadáveres, os ossos continuavam a animar-se mesmo após ter sua carne putrefata decomposta. Aquilo já seria bastante intrigante se os esqueletos não se organizassem e voltassem a tentar invadir a Prefeitura. Ban segurou seu bastão, que improvisou com um varão de cortina, e se colocou a postos para defender as janelas. Viu Werena partir em busca de provisões e temeu levemente pela vida du amigue, mas isso era bobagem, a Icamiaba não tinha esse título atoa.

Ban então se juntou a Tyler e a Antenor no combate aos esqueletos, correndo de uma janela a outra rebatendo-os para fora da prefeitura com seu bastão, alguns chegaram a adentrar o salão, mas um pedaço pesado de madeira nobre era perfeito para quebrar ossos.

• Destruir os esqueletos e impedir que eles entrem na Prefeitura, ND Médio (10-14).
3 ♠ + 1 ♣  + 3 ♦ + Ataque Chi (1 ♠ ) + Chi Elemental (1 ♣ ) + Luta (+2 ♠ ) + Talismã do Relâmpago (1 ♣ +1 ♠ ) + Esforço (1) = 14
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MensagemAssunto: Re: Episódio 09 - O Pecado da Ganância   Episódio 09 - O Pecado da Ganância EmptyDom Fev 06, 2022 3:03 pm

[RESOLUÇÃO]
Convencer Muma Padurii a ajudar, ND Difícil (14-18).
Mick x ND 14
♥ 1 + ♣ 2 + 2 ♥ (Manipulação) + 2 ♣ (Manha) +1 ♣ (Aluno da Capital) + 6 Esforço = 14
Sucesso! Mick recebe 2 XP. Esforço restante: 9.

Convencer Alexander a se envolver no conflito, ND Médio (10-14).
Swanda x ND 14
Foco 2 ♣ + Sedução 1 ♥ + Carisma 1 ♥ + Esforço 6 = 10
Falha! Swanda não recebe XP. Esforço restante: 8.

Conseguir mantimentos para sobreviver no pântano, ND Fácil (6-10).
Nick x ND 6
♠ 2 + ♦ 4 + ♣ 2 + Mordida 1 + Sobrevivencia +2 + Olfato 1 + 1 Esforço = 13
Sucesso! Nick recebe 1 XP. Esforço restante: 15.

Se esgueirar entre os mortos-vivos e entrar no Mercado, em busca de provisões, passando pelos zumbis que restam, ND Médio (10-14).
Nick x ND 10
♠ 2 + ♦ 4 + Mordida 1 + Luta 2 + Esforço 3 = 12
Sucesso! Nick recebe 2 XP. Esforço restante: 12.

Werena x ND 10
♠ 1 + ♣ 3 + ♦ 1 + ♥ 3 + Atraente ( ♥ 1) + Manipulação ( ♥ 2) + Incorpóreo (2 JOK ) + Esforço (1) = 14
Sucesso! Werena recebe 2 XP. Esforço restante: 13.

Tyler x ND 12
♣ 1 + Tiro 2 + Sentidos Aguçados 1 + Flecha de Luz 2 + Flecha-Rede 1 + Chuva de Flechas 1 + Esforço 1 = 9
Falha! Tyler não recebe XP. Esforço restante: 15.

Destruir os esqueletos e impedir que eles entrem na Prefeitura, ND Médio (10-14)
Tyler x ND 14
♠ 3 + ♣ 1 + Tiro 2 + Sentidos Aguçados 1 + Luta 2 + ♦ 4 + Flecha-Rede 1 = 14 + Esforço 1 = 15
Sucesso! Tyler recebe 2 XP. Esforço restante: 14.

Werena x ND 12
♠ 1 + ♦ 1 + ♥ 3 + Atraente ( ♥ 1) + Manipulação ( ♥ 2) + Incorpóreo (2 JOK ) + Esforço (1) = 11
Falha! Werena não recebe XP. Esforço restante: 12.

Ban x ND 14
3 ♠ + 3 ♦ + Luta (+2 ♠ ) + Esforço (1) = 9.
Falha! Ban não recebe XP. Esforço restante: 18.



[CONTINUAÇÃO]

Silvânia, 1917.

Mick, Franklin e Adrian, o soldado silvano, ficam para trás vendo Swanda se afastar.

— Mas que bela... moto! — Mick deixa escapar.

— Sir, você não está pensando em ir atrás daquela bruxa, está? E se for como a história que o velho contou?

— Lendas sempre tem um fundo de verdade, Franklin. Se tiver algo na floresta que pode nos ajudar, devemos ir até lá. Talvez sejam rebeldes que possam nos ajudar na luta, ou talvez civis que precisam ser alertados do perigo...

O soldado começa a se afastar sorrateiramente ao ouvir o andamento da conversa, mas Mick o percebe.

— Soldado, não peço que vá conosco, mas pelo menos nos guie até perto o bastante dessa casa de falou?

— Tudo bem, capitão. Eu mostrarei o caminho para  a casa da velha, mas saiba: o senhor só a encontrará se ela quiser.

Era um caminho com rastros estranhos, como se uma gigantesca galinha por ali caminhasse. O rastro acabava abruptamente em uma cabana bastante humilde. Telhado coberto de musgo, um cercado de ferro carcomido, paredes desbotadas pelo tempo e com tijolos aparentes em alguns cantos, janelas com tábuas lacrando-as e uma porta torta sobre alguns degraus bambos. Chegando ao local apontado por Adrian, Mick se espanta com a casa sombria digna de lendas. Antes de se aproximar, o espião procura por armadilhas. Era de se esperar, num canto tão ermo, que a casa tivesse algum sistema de segurança, mas a bruxa realmente morava numa casa humilde. Ou era uma tola que vivia sem se importar com ataques, ou era realmente poderosa o suficiente para que ninguém se aproximasse.

— Não fale nada, Frank. — Ele sussurra antes de entrar na casa.

— Sir, eu não vou entrar lá com você. É melhor ir sozinho e eu fico aqui de guarda pra ninguém te pegar de surpresa. — O garoto diz, claramente amedrontado.

Mick não tenta argumentar, era melhor ir sozinho dessa vez.

— Não olhe para mim, eu ficarei com o garoto – diz Adrian.

Ele imagina que a tal Muma Padurii seja algum tipo de líder rebelde ou criminosa com influência no local. Já ouvira falar de um grupo conhecido como "bruxas" que tinha relação com Russkaya e até algum envolvimento na Grande Guerra. Não era raro para os espiões avalônicos fazerem alianças com redes de criminosos em outros países para ajudá-los a atingir seus objetivos, mas essa tática precisava de muita cautela. Em vez de se revelar como estrangeiro, ele prefere continuar fingindo que é um local que acredita na lenda da bruxa para pedir ajuda, esperando que assim ela fique mais inclinada a ouví-lo.

Forçando sua expressão corporal para demonstrar medo e humildade, ele bate na porta.  Quando a porta se abre, o espião fala em sua melhor imitação dos locais, lembrando da dica do soldado.

— Saudações, poderosa senhora. — Ele faz uma reverência.

Quem o recebe é a própria bruxa. Uma mulher idosa, bastante alta e bem constituída. Ela veste trapos quadriculados com um vestido e um chalé escuro sobre os ombros. Os enormes pés descalços mostram unhas grandes e sujas, algumas com feridas purulentas. Sua feição não é das mais agradáveis, assim como sua reação. Ela parece ofendida.

— Me chamo Bram.

— Sou Muma Padurii.

— Um humilde servo.

— Mãe da Floresta.

— Imploro por ajuda.

— Qual o tormento?

— Algo maligno surgiu.

— Pode continuar, soldado.

— Espalha pela cidade.

— O que espalha?

— Pessoas estão loucas.

— Festança,  bebida, ressaca?

— Matando e devorando.

— Caçam meus animais

— Homens, mulheres, crianças

— Mortos-vivos atacam?

— Como monstros insanos.

— Qual a causa?

— Não sabemos ainda.

— Eles estão mortos?

— Alguns ainda lutam.

— Você combateu cadáveres?

— Eu combati cadáveres.

— Então são zumbis.

— Você pode contê-los?

— Círculo de proteção.

— Como isso funciona?

— Por minha conta

— Vai nos ajudar?

— Qual sua oferta?

— O que deseja?

Muma Padurii chacoalha os ombros. Galhos secos e folhas marrons caem pelas costas. Sua expressão é agora séria e curiosa.

— Entrar na cidade

— O que impede?

— Magia me afasta

— Como desfazer magia?

A oferta de Mick faz os olhos da bruxa brilharem.

— Fabricarei um fetiche.

Muma Padurii chama o espião para dentro de sua cabana. Assim que as portas se fecham, a construção treme, fazendo com que o visitante se desequilibre. O casebre é de apenas um cômodo, mas parece muito maior por dentro do que quando vista de fora, que serve à bruxa como laboratório e sala de visitas. Não há outras portas, nem que indiquem um quarto ou banheiro. Na lareira, uma chama rodopiante esquenta um grande caldeirão borbulhante, onde Muma Padurii lança pós, itens secos e óleos e fragrâncias.

— Sfantu Greuceanu repele – A bruxa mexe o caldeirão, enquanto entoa cânticos.

— Tenho entrada negada – Ela corta pedaços de animais e os atira ao caldeirão.

— Contarei uma história.

Com sua fala excêntrica de frases de três falas, ela começa a narrativa.

“A história desta região maldita começa muito antes da Era dos Homens. Uma dama altiva, de nome Yaset, foi convocada para selar um de sete lordes demoníacos, chamado Zuhur, o dragão negro. O maligno a aprisionou na Capital Solarita, mas a altiva conseguiu contê-lo quando quebrou sua armadura e repartiu em quatro pedaços. A partir da influência diabólica do demônio, uma seita foi fundada, os Lemurianos. Eles são os responsáveis por transformar o que hoje eu chamo de monstros. Suas experiências corromperam toda uma tradição de um plano destruído: seus descendentes hoje são a praga maldita dos lobisomens Pricolici; os cadáveres revividos Moroi, que ainda têm lembranças daquela época; os chupadores de sangue Strigoi, como este soldado e o líder dele, Drácula, que ainda caminha por estas terras; e, por último, nós, as Babas, que vocês mundanos nos conhecem por bruxas. Mas os mortos-vivos que descreveu não são nenhum desses e é minha missão, como protetora destas terras, acabar e expulsar todos estes monstros. Conta-se que, muitos séculos atrás, o herói lendário Greuceanu enfrentou um dragão que reunia todos os aspectos destes monstros e também transformava os mortos em malditos. O herói enfrentou e matou Zmei, como ficou conhecido este demônio, sendo absorvido pelo pântano. Estes cadáveres que levantaram certamente estão conectados aos acontecimentos do Pokolsár, talvez tenham despertado o dragão, afinal, aquele poço na praça central ferve justamente por influência do maldito. Eu tentei avisar aos locais para selar, mas um feitiço me impediu de me aproximar da cidade.”

A história dura tempo o suficiente para que Muma Padurii termine seu fetiche.

— Tome este menir – ela estende a mão, mostrando uma pedra envolta em musgo verde – Coloque no poço.

— Pra que serve?

— Permite minha entrada.

— E a contenção?

— Caminharei nas fronteiras.

— Certo, minha senhora.

— Uma última coisa.

— Sim? Pode dizer.

— Conte sua história.

— Isto é necessário?

— Reconheço esta magia.

— No meu olho?

— Maldição de bruxa.

— Uma doença genética.

— Posso curar maldição.

— Qual o pagamento?

— Um favor futuro.

— Aceito qualquer coisa.

— Quem assim seja.

— Espero que funcione.

— Vamos ao trabalho.

Muma Padurii abre a porta para Mick Fear. Ele não está mais na Floresta Proibida, em vez disso, está nas Montanhas Sombrias, sobre a estrutura da casa, erguida por duas enormes pernas de galinha. Para sua surpresa, tanto Adrian quanto Frank seguiram a casa ambulante de motocicleta militar. Uma escada se desdobrou sob os pés de Mick, deixando-o seguro ao chão.

— Quando isto acabar – Muma olha séria para Mick e depois aponta para o olho – Eu tratarei disto!

Franklin olha arregalado para Mick, a sua primeira reação é correr para abraçá-lo, mas logo se recompõe e tenta parecer sério.

— Como está o senhor? Seguimos esta coisa desde que o senhor entrou por aquela porta. Passaram-se horas. Sobre o que conversavam tanto?

— Vamos voltar à cidade – Mick diz, ajeitando-se – No caminho, eu explico.

Enquanto isso, em Vedunia. Depois de dias em cima de sua moto, Swanda finalmente chega até a cidade. Vedunia é uma metrópole controlada pelos Strigoi, onde mora quele que lhe acolheu, Alexander, um vampiros secular de cabelos negros, bigode farto e cavanhaque triangular. Seria capital de Silvânia, não fosse a representatividade de todos os povos em Saray. A cidade é maior, mais rica e tem mais cultura que a capital. Os Strigoi costumam dizer que o desenvolvimento de Vedunia está intimamente ligado à sua administração, em contraste com as porções mais rurais da Nação, controladas pelos outros monstros.

A moto cruza as ruas da cidade seguida por olhos de curiosos. Swanda segue até um grande palácio ornamentado por gárgulas de pedra e rodeado por grandes grades negras de pontas douradas. O portão se abre magicamente quando ela se aproxima. Swanda para no início de uma escada grande e sobe correndo querendo falar logo com seu senhor. A vampira anda por largos corredores dentro do palácio até chegar ao salão principal, onde uma grande cadeira serve de descanso para um vampiro alto e esguio, com pele pálida e olhos cinzentos.

— Meu senhor – Swanda começa com a cabeça baixa, como alguém que pede ajuda sem ter convicção. — Zumbis atacam as ruas de Sfantu Greuceanu. Eles tomam as ruas e comem todos que entram em seu caminho. — Ela levanta a cabeça olhando diretamente para os olhos do seu senhorio. — Eu escutei histórias sobre bruxas na região, acho que alguma estará lá, ela pode ser um bônus dessa situação toda.

— Claro que existem bruxas por aquela região, minha criança amada – Alexander desce de seu “trono”, afagando o rosto de Swanda – Aquela criatura horrenda da Floresta Proibida, Muma Padurii – a expressão do vampiro ancião é de nojo – Sempre quis se apossar de Sfantu Greuceanu. Mas nada tema! Enquanto a magia de Victor, o nosso taumaturgo, estiver ativa, bruxa nenhuma poderá entrar na cidade.

Swanda percebe que seu senhor não está dando a atenção necessária ao caso, sequer mencionou os zumbis que relatou antes. Ela faz menção em protestar, mas o dedo indicador de Alexander encosta em seus lábios, pedindo silêncio. A vampira lambe o dedo do senhor, que faz com que ela se prostre diante dele. Swanda usa seu charme para fazer seu senhorio ouvi-la, levando-o consigo aos seus aposentos íntimos e lhe entregar um prêmio desinibido. O ancião e neófita brincam durante toda a noite, até o amanhecer, quando os raios de sol indicam que está na hora do recolhimento de vampiros, mas Swanda não obteve brecha para convencer seu senhor. A personalidade dominadora dele impediu que ela sequer falasse qualquer coisa. Prestes a caírem de sono, Swanda está deitada sobre o tórax de Alexander, brincando com os pelos cinzentos de seu peito. É a última oportunidade dela.

— Meu senhor sabe o que está acontecendo na cidade? Fico preocupada que meu rebanho diminua.

— Oh, criança! Todo o nosso rebanho está sendo reduzido com este conflito entre os mundanos. Embora eu desconfie que as bruxas de Russkaya estejam por trás do assissanato em Saray, isso só acendeu o pavio do barril de pólvora que Arcádia se tornou nos últimos anos. O que deve estar acontecendo é alguma experiência de arma química de guerra, como o gás mostarda, mas talvez fazendo com que os atingidos se voltem contra seus compatriotas no campo de batalha. Soube que um químico, chamado Petre Hoffmeister é quem está por trás desta nova arma… Mas já é cedo, criança. O Sol vem aí e precisamos dormir. Fique comigo.

Swanda despistou o ancião e saiu de seu palácio. Não conseguiu a ajuda que queria, mas, ao menos, tinha um nome por onde começar. Petre Hoffmeister talvez estivesse no Hospital. Era o único lugar que ele poderia mexer com químicos. Talvez por isso mesmo os banhistas da Estância tenham sido os primeiros infectados. A vampira pegou suas coisas e voltou ao confronto. No caminho, pensamentos inundam sua cabeça. Queria ser aceita entre humanos? Ou apenas via uma oportunidade de testar seus brinquedos? De qualquer forma, precisava encontrar o químico.

Na Prefeitura de Sfantu Greuceanu, Werena tinha passado esses três dias dedicando atenção a cada sobrevivente. Sabia da importância de quando sitiados, manter a moral do grupo elevada e as esperanças acesas. Aprendera o nome de cada um, e mesmo uma forasteira, diferente de todos ali, passaram a cativar simpatia pela amazona.

Os dias passavam vagarosamente para Ban. O monge já estava de saco cheio dos choramingos e reclamações das pessoas que se abrigavam ali, a única distração para ele era Stephanie. A filha do prefeito era o que seus colegas Avalônicos chamavam de pitéu, uma verdadeira formosura, olhos grandes e azuis, cabelos louros encaracolados e uma cintura fina, além de uma postura de santa, era o suficiente para deixar Ban obcecado. Passava os dias a sua volta, contando sobre as maravilhas de sua terra natal, sobre as montanhas e as lendas que as cercavam, encantar a garota foi bem fácil, já que a pobre nunca saíra daquele lugar. Durante este tempo, Ban quase não se recordava de Brenda, ele poderia voltar para ela sim, mas não iria ficar se martirizando por um casinho com a filha do prefeito. Aliás, não tinham feito nada demais, apenas beijos e carícias trocados longe das vistas de seu pai. Não que o dragão tivesse algum medo daquele gorducho covarde, mas não estava afim de arrumar confusão naquele momento.


Nesse período de sítio, Tyler pouco ficou próximo aos demais sobreviventes. Seu foco estava muito mais voltado a garantir a proteção da área, e havia formado uma dupla com Antenor, fazendo o máximo de disparos que podia. No começo, ainda usava a coroa lunar para disparar, mas temia que sua energia se esgotasse, e logo trocou para uma das armas escondidas na prefeitura. E, nos três dias, discutiu muitas possibilidades com Antenor, apontando para áreas onde os zumbis aparentemente se concentravam mais, e apontando para locais mais propícios a invasões e de onde poderiam se agrupar para efetuar os disparos.

Quando os mantimentos começaram a faltar, Werena foi uma das primeiras a receber a notícia por Shanya. Utilizando o Manto da Invisibilidade, Werena tornava-se incorpórea e de forma furtiva andava pela cidade fazendo um inventário mental de onde encontrariam alimento. Colocando seu raciocínio para trabalhar, ela prepara o caminho que seria percorrido, improvisando barricadas simples que funcionariam para atrasar os zumbis tempo suficiente para fazer o transporte de mantimentos. Voltando à Prefeitura, ela se reúne com o povo, pede um mapa da cidade e marca os pontos mais interessantes.

— Preciso de quatro pares de braços fortes e pernas velozes. Tracei uma rota, mas para recolher o máximo de mantimentos possível, preciso que vocês se posicionem em pontos estratégicos para agilizar – ela os indica no mapa com uma vareta – Eu vou pegar o possível e entregar a vocês, corram de volta por essas rotas, enquanto Tyler lhes dá cobertura. Eu estarei com vocês durante todo o caminho. Avante Povo de Greuceanu!

O problema é que, quando tudo parecia estar se resolvendo, os zumbis iam se tornando esqueletos, e pareciam até mesmo mais inteligentes. Olhando para os outros, o avalônico optou por fazer a conclusão mais óbvia. Aquilo já seria bastante intrigante se os esqueletos não se organizassem e voltassem a tentar invadir a Prefeitura.

— Há alguém por trás disso tudo — disse Tyler, olhando especificamente para o prefeito e seu braço-direito, depois de Werena dar as primeiras instruções. — Tentem se lembrar se há alguém que lhes disse maldições ou quaisquer outras ameaças. Precisamos impedir que a prefeitura seja invadida. Levem todos aqueles incapazes para o subsolo, algum cofre ou o inferno que seja, contanto que seja algo protegido e de único acesso. Aqueles que não forem pegar mantimentos com Werena, subam e bloqueiem as janelas do primeiro andar com tudo o que puderem!

— Ninguém nunca nos fez mal – responde Gustovan.

— Temos uma “guardiã”, na falta de uma palavra melhor, a engenheira Swanda Saymon, mas ela nos abandonou assim que viu os mortos andando novamente – completou Shanya.

— Ela não nos abandonou – protestou Stephanie – Eu lembro de ter visto ela sair acompanhada de três soldados com motos. Tenho esperanças que ela vai trazer reforços.

— Eu não sei – diz Antenor – Só sei que, com a Grande Guerra acontecendo à nossa volta, era questão de tempo até os horrores nos alcançarem. Quem não garante que tudo é obra do químico Hoffmeister que chegou meses atrás?

— Químico? Nos fale mais dele – pede Tyler.

— É um silvano que veio do sul, quase da fronteira com o Império Warábico – responde Gustovan – Ele nunca foi de muitas palavras, mas cheguei a conversar brevemente. Não me contou que era do sul, mas reconheci o sotaque. O povo do sul usa muitas palavras wárabes e o sotaque é semelhante.

Sotaque warábico, fronteira com a Silvânia. Tyler tem uma suspeita. Quando trabalhava para Turk, sua base ficava em Almandina, quase na divisa com a Silvânia, a norte. Ele lembra dos experimentos com corpos e de como Shang voltou à vida várias vezes. Teria ligação com Hoffmeister? Era algo que precisava ser investigado.

— E onde ele foi visto pela última vez?

— Ah, ele quase não saía do Hospital – responde Shanya – Fui dar as boas vindas ao visitante, mas fui rejeitada! Vejam só! Rejeitar a primeira-dama? Que ultraje!

— Precisamos nos apressar, pessoal – interrompe Werena – A comida realmente está no fim e temos de nos abastecer.

Tomando uma posição de tiro dentro da própria prefeitura, num espaço de guarnição da fortificação no primeiro andar, Tyler começou a dar cobertura para o movimento deles, disparando uma chuva de flechas e disparos de rede para ir limpando o caminho de Werena, trocando as flechas e sua própria posição e ângulo de tiro de forma ágil. Ban também se armou de prontidão, segurou seu bastão, que improvisou com um varão de cortina, e se colocou a postos para defender as janelas. Viu Werena partir em busca de provisões e temeu levemente pela vida da amiga, mas isso era bobagem, a Icamiaba não tinha esse título à toa.

— Vão! Vão! Sem medo, eu dou conta! — Tyler berrava de sua posição.

A amazona é a primeira a sair, ainda não tinha a melhor das miras, mas o manto lhe permitia se aproximar sem correr tanto risco. Com o escudo ela desequilibrava os zumbis e os finalizava com o revólver. O mesmo não podia ser dito dos seus subordinados. Além de serem uma unidade desorganizada, as flechas disparadas por Tyler mais atrapalhavam que ajudam. Talvez a distância e os movimentos descoordenados do pequeno pelotão fez não só o atirador errar os disparos nos zumbis, como também uma de suas flechas-rede aprisionou um cidadão, sendo alvo fácil para dois zumbis que o devoraram em poucos segundos, fazendo surgir um terceiro morto-vivo. Werena fez sinal para Tyler cessasse o fogo e ele entendeu imediatamente.

Metade do pelotão de Werena caiu diante dos zumbis, parte foi perdida pelos disparos errados de Tyler. Ao ver Nick aparecendo novamente para auxiliar ela sorri e acena. O tubarão humanoide havia voltado para as águas do Pântano do Diabo. Com sua habilidade em sobrevivência e, principalmente, seu olfato aguçado, passou os dias se alimentando de pequenos anfíbios e peixes. Havia também levado um presente para a amazona, um grande peixe que apanhou com as  próprias mãos.

— Ei grandão! Obrigado por nos ajudar! Estamos indo naquela direção!

Procurando ser o mais ligeira possível, ela coordena o que restou de pelotão, força a abertura do caminho com seu escudo e arrisca alguns disparos. Avançando, ela brada palavras encorajadoras. Os habitantes da cidade ficam receosos com a presença de Nick, mas eles confiam na liderança de Werena. O caçador atlante sorria, depois de tempos entediado com as funções na realeza de Wanyama, agora podia fazer o que mais gostava que era o combate. Os inimigos não eram tão poderosos como o tubarão gostaria, mas sua vantagem numérica colocava o desafio em um nível que o entretia. Por mais divertido que fosse destroçar aquelas criaturas, o grande número de oponentes, três dias já haviam se passado e precisava encontrar o mago que provavelmente era a causa daquelas estranhas criaturas e o motivo de estar ali.

— As crianças vão ficar orgulhosas de terem heróis como vocês na cidade! Sem titubear, estão contando conosco!

— Sim, pena que a gente não saiba que fim levaram as crianças na Escola – diz Kristoff, um dos homens coordenados por Werena – Sinto pela diretora Bettina, ela amava tanto seus alunos…

— Eles estão bem – a voz é reconhecida pelos cidadãos de Sfantu Greuceanu, mas desconhecida por Werena e Nick.

Era Viktor Horvath, delegado da polícia da cidade. Os seus conterrâneos ficam aliviados que ele ainda esteja vivo, afinal, dizia-se que ele é descendente direto do mítico heróis Greuceanu, a quem a cidade deve o nome. Ele havia sobrevivido todos estes dias na Escola, onde protegia as crianças junto a seu fiel cão Quotar. A Escola tinha resistido bem aqueles dias, os altos muros que impediam alunos fujões de ganharem as ruas serviram como barreira perfeita para impedir o avanço dos zumbis. Infelizmente, a munição do delegado havia acabado quando ele matou o derradeiro e pior zumbi que enfrentara, Marrius, um dos estudantes que conseguiu se abrigar na escola, mas, sendo ferido por um dos mortos-vivos, transformou-se na aberração um dia depois. Viktor conseguiu contê-lo por todo o dia seguinte, amarrando-o em uma sala de aula, mas o aluno quebrou seu próprio braço para se livrar das cordas e avançar contra o delegado. Embora tenha agido por legítima defesa, a sua última munição foi gasta contra um garoto que ele visto crescer.

Esqueletos ergueram-se a partir dos zumbis abatidos, assim como os mortos-vivos que avançavam contra a Prefeitura. Quem tinha sido um herói improvável contra os esqueletos foi o cão Quotar. O animal usou os muros como sua linha de defesa, arrancando os ossos dos esqueletos que conseguiam chegar ao alto. Com a comida acabando, Viktor levou os alunos sobreviventes e a professora Bettina para o andar da diretoria, lacrando todas as entradas e deixando somente uma abertura, por onde prometeu voltar.

O delegado, a amazona e o rastreador encheram dois carrinhos de mão com mantimentos, daqueles que carregavam as frutas dos feirantes, um para a Prefeitura, outro para a Escola. Não teriam tempo de comemorar, porém, já do lado de fora era possível ver a montanha de esqueletos se formar para invadir a Prefeitura. Ban se juntou a Tyler e a Antenor no combate aos esqueletos, correndo de uma janela a outra rebatendo-os para fora da prefeitura com seu bastão, alguns chegaram a adentrar o salão, mas um pedaço pesado de madeira nobre era perfeito para quebrar ossos. Porém, nem todos puderam ser derrotados pelo monge e Ban foi arranhado diversas vezes pelos ossos dos dedos dos morto-vivos, que mais pareciam garras de tão afiados. Antenor liquidou o restante, mas a dor no corpo de Ban era tanta que ele buscou ajuda nos braços de Stephanie. Mãe e filha correram para acudi-lo, enquanto Antenor dava cobertura a Tyler.

As torres de esqueletos seriam um problema até mesmo para fornecer cobertura a Werena e seu pelotão, e Tyler optou por fazer uma loucura. Percebendo pelos cantos os locais mais passíveis a invasões, o avalônico corre para repelir aquela invasão, usando uma flecha-rede para amarrar os primeiros esqueletos que iam aparecendo pelas janelas e, dando graças por estar usando suas luvas, golpeando os crânios dos esqueletos para fora, agarrando a rede e arremessando o restante do corpo sobre os demais, fazendo ruir toda a base com um peso maior do que o esperado no topo. O mercenário salta com o movimento, desfazendo a torre e desmontando vários esqueletos, logo, uma pilha de ossos forram o chão sob os pés de Tyler. Ele continua a disparar contra os mortos-vivos que restaram, até ser surpreendido por um carrinho de frutas. Era uma ideia de Werena. Ela havia pego um carrinho de mercado, ela mirado e acelerado com ele na direção dos esqueletos, mas Tyler desmontou a torre de mortos-vivos antes. Assustada, ela torna-se incorpórea junto com o carrinho e atravessa Tyler e as paredes da Prefeitura depois dele.

— Minha magia resolveria isso num instante... Deusas! Que falta de sorte!

Tyler assustou-se com o ataque de Werena, mas saltou para dentro da Prefeitura novamente.

— Você está bem?

— Estou – Werena responde, cansada – Somente um pouco frustrada por não poder usar minha magia, mas a Lua Crescente no céu me dá esperanças! Logo terei meus poderes de volta!

— Não vejo a hora de voltar à sua forma que eu mais aprecio – o olhar de Tyler brilha.

— Quem não está bem é o oriental – interrompeu Shanya, ainda achando estranha a intimidade de dois homens – Um dos esqueletos atingiu-o e as feridas estão realmente bastante feias. Nunca nada assim. Elas pulsam com uma cor escura que está se irradiando por todo o corpo do coitado! Venham, me acompanhem!

Ban contorcia-se de dor. Os esqueletos atingiram seu tórax e rasgado suas vestimentas. As marcas das garras, em vez de vermelhas como deveriam estar, estavam enegrecidas, pulsantes e a maldição contaminava as veias próximas, começando a se espalhar pelo corpo do monge. Ele ficava cada vez mais pálido e nada na prefeitura poderia ser usado para curá-lo. Ste estava prostrada diante dele, o monge deitado numa escrivaninha que foi improvisada como maca. Ela chora copiosamente, realmente tinha se afeiçoado a Ban.

— O que está acontecendo com ele? Por favor digam que ele ficará bem!

Enquanto isso, no mercado, Viktor e o que sobrou do pelotão de Werena olham desconfiados para Nick. Sabiam que ele é aliado da amazona, mas sua aparência deixava-os desconfortáveis. Eles ainda precisavam levar os mantimentos para a Prefeitura e para a Escola, mas uma chuva sinistra começou a cair. Era uma chuva escura que parecia com a lama do Pokolsár. A tempestade veio acompanhada com ventos fortes e relâmpagos vermelhos, um cenário macabro que fazia todos terem medo. Entre as nuvens no céu, as luzes do raios formavam a silhueta de um rosto demoníaco que parecia sorrir com expressão sádica. Os trovões provocados pelas nuvens também não pareciam normais. Eram quase urros e algumas pessoas juravam que podiam entender palavras em algum idioma desconhecido, às vezes.

A tormenta durou outros três dias e suas nuvens pesadas cobriram o céu de tal forma que o Sol mal podia penetrar. Era como se fosse uma noite eterna. Quando a chuva finalmente parou e a visibilidade dos prédios da cidade melhorou, o cenário de Sfantu Greuceanu parece ter se modificado. Lama como a do Pokolsár cobria as ruas e os telhados. Os corpos dos zumbis haviam se desfeito, mas os esqueletos continuavam a se mexer. Porém, aqueles que foram quebrados pelos defensores da Prefeitura tinham uma fumaça saindo de dentro de seus ossos. Essas fumaças mais pareciam sombras vagamente humanóides, como se fossem fantasmas pretos e com expressões doentias no seu seria suas faces. Eram leves como o ar e voavam, fazendo círculos em frente à Prefeitura, onde abrigavam-se a maioria dos sobreviventes, mas isso não significava que os sobreviventes do mercado estavam seguros. Os esqueletos marchavam para lá, com suas garras de prontidão para rasgar os corpos de quem estivesse lá.

As crianças na Escola estavam cada vez com mais fome e a professora Bettina havia escondido uma informação importante de Viktor. Marrius, o aluno que se transformara em zumbi e fora destruído pelo delegado, havia ferido a diretora. Ela lutou como pode contra a transformação, rogando a Theus para que nãos e transformasse. Talvez sua fé tenha dado tempo para se segurar durante a tormenta macabra, mas depois que um dos alunos definhou de fome, sua fé foi abalada e, aos poucos, a maldição zumbi tomou conta de si. Os alunos gritaram e se refugiaram em uma sala de aula, mas seria questão de tempo até que Bettina vencesse a barreira feita de mesas e cadeiras e devorasse as crianças.

Longe dali, no Hospital, Petre Hoffmeister sorria. Havia chegado a Sfantu Greuceanu para realizar uma experiência com armas químicas, uma resposta ao gás mostarda que usavam em fronts ocidentais. Mas ele tinha outras pretensões além de matar. Usando uma bactéria e produtos químicos, desenvolveu uma arma que não só matava os inimigos, mas os transformava a ponto de virarem-se contra seus aliados, contaminando a todos e criando um exército de soldados descartáveis sem ter uma baixa sequer em suas próprias fileiras. Fazer estes experimentos em solo Silvano, contra seu próprio povo é um preço que ele se dispôs a pagar. A cidade se recuperaria com o tempo e poderia jogar a culpa nos kayanos depois, principalmente na comunidade da floresta, aproveitando as superstições locais sobre bruxas. O fato de uma idosa de etnia kayana morar nas redondezas era exatamente o que ele precisava para passar despercebido. Seu experimento estava dando certo. Seria questão de tempo para que findasse e pudesse utilizar a arma contra os inimigos da Nação.


[OBJETIVOS]
• Levar as provisões para a Prefeitura ou para a Escola, enfrentando os Esqueletos no caminho, ND Médio (10-14): Nick e Viktor podem escolher este objetivo.
• Derrotar as Sombras que avançam para a Prefeitura, ND Difícil (14-18): Tyler, Ban, Werena e quem levar provisões para a Prefeitura podem escolher este objetivo.
• Derrotar Bettina, a diretora, que se transformou em zumbi e ataca os alunos na Escola, ND Fácil (06-10): Quem for levar as provisões para a Escola pode escolher este objetivo.
• Colocar o menir no Pokolsár, passando pelas Sombras, ND Difícil (14-18): Mick e quem mais ele pedir ajuda podem escolher este objetivo.
• Investigar o Hospital, ND Médio (10-14), passando pelos Esqueletos no caminho: Swanda, Tyler e quem um dos dois contar suas suspeitas podem escolher este objetivo.
• Lutar contra Petre Hoffmeister, ND Muito Difícil (18-22): Apenas quem for ao Hospital pode escolher este objetivo.
• Resistir à infecção dos mortos-vivos, ND Fácil (6-10): Apenas Ban.
[P.S.]
• Ignorei algumas jogadas que não descreviam as ações dos personagens (caso de Nick) e não levei em consideração atributos das fichas que também não foram usados nas ações (caso de Werena, Tyler e Ban, onde levaram falha).
• Fabio me pediu para postar e inseri o personagem Viktor, mas como entrou na metade do episódio, ele tem somente 10 Pontos de Esforço para suas jogadas.
• A disposição dos personagens personagens:
- Prefeitura: Tyler, Werena e Ban
- Mercado: Nick e Viktor
- Fora da cidade: Swanda e Mick


Última edição por Anfitrião em Qua Fev 09, 2022 10:17 am, editado 2 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Episódio 09 - O Pecado da Ganância   Episódio 09 - O Pecado da Ganância EmptyDom Fev 06, 2022 11:33 pm

A situação só piorava, não bastasse a horda de mortos no caminho até o mago que Nick buscava agora também o clima se tranformara estranhamente parecendo cenário de um pesadelo.
Após se refugir com estranhos que encontrava no caminho e que nada confiavam no tubarão Nick se recosta em um canto esperando o clima melhorar para seguir caminho enquanto observa seus companheiros, quando o recém conhecido e aparentemente herói da cidade fica apenas na companhia de seu cão Nick aproveita para se aproximar e usando material que encontrava no refugio onde estavam escreve ao delegado: "Escola, mostre o caminho".

E enquanto aguarda por instruções do delegado o tubarão se abaixa e afaga a cabeça do cão, única criatura ali presente que demonstrara coragem e alguma simpatia pela presença do tubarão.

Nick sabia que ainda tinha que voltar para a prefeitura e ver se como os outros sobreviventes estavam mas sabia que Werena estava com eles então alguma proteção aquelas pessoas tinham em companhia da guerreira que ele admirava, e pelo cheiro que podia sentir na amazona no mínimo Tyler estava com ela e bem próximo por sinal.
Desde o incidente pela posse do arco lunar a pouca paciencia do atlante com o jeito pomposo, afetado, enfadonho e maçante do mercenário reduzira ainda mais.
Então de fato a melhor decisão seria seguir para a escola, resgatar os outros sobreviventes e aí então reencontrar seus aliados.

Enquanto seguia para a escola para resgatar os outros sobreviventes o tubarão aproveita para limpar o caminho e livrar a cidade daqueles estranhos esqueletos. Seu olfato apurado indicava que havia algo errado naquelas criaturas, algo mais além do cheiro de morte com o qual estava tão habituado, provavelmente alguma obra de Turk. Então o atlante saca de suas costas a arma que improvisara com seus conhecimentos de sobrevivência com material que vinha acumulando com coisas que achava no pântano, uma espécie de grande alabarda rústica e primitiva, em uma das pontas do bastão que terminava em um tipo de ponteira de lança um disco de pedra irregular entalhado para servir como lâmina de machado de duas faces, na outra extremidade uma pesada pedra mais bruta e maciça para servir como maça entrelaçada com cipó espinhado com o qual esmagaria seus oponentes.

Usando seu tamanho avantajado e a bruta arma improvisada Nick enfrenta os esqueletos que encontra pelo caminho procurando parti-los ao meio ou esmagar antes que se aproximassem demais.

Depois de muita luta o tubarão finalmente chega a escola e quando pensa que teria um descanso daquele inferno se depara com uma estranha criatura que outrora deveria ter sido a diretora.
Dado sua dificuldade de comunicação e percebendo a selvageria nos olhos da mulher o atlante avança deixando as armas de lado na tentativa de dar àquela mulher uma morte rápida e menos indolor simplesmente partindo seu pescoço ou arrancando sua cabeça com uma mordida.

Levar as provisões para a Prefeitura ou para a Escola, enfrentando os Esqueletos no caminho, ND Médio (10-14)
♠ 2 + ♦ 4  + Luta 2 + Esforço 6 = 14

• Derrotar Bettina, a diretora, que se transformou em zumbi e ataca os alunos na Escola, ND Fácil (06-10)
♠ 2 + ♦ 4 + Mordida 1 + Luta 2 + Esforço 1 = 10

Esforço restante: 5


Última edição por nickahnor em Ter Fev 08, 2022 8:41 pm, editado 3 vez(es)
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Iara Werena

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MensagemAssunto: Re: Episódio 09 - O Pecado da Ganância   Episódio 09 - O Pecado da Ganância EmptySeg Fev 07, 2022 12:40 am

Estavam encurralados, e Werena duvidava muito que conseguiriam resistir por mais dias se as coisas continuassem daquela forma, um acumulo de infortúnios levaria a morte de todos. Quando os espectros sombrios cercam as janelas, a amazona observa o olhar desesperançoso dos poucos sobreviventes que mal tinham superado as novas baixas. Era preciso agir.

Os disparos de Werena eram sua resposta ao medo. Precisava ver como as sombras responderiam as balas, ainda tinham alguma consciência humana? Analisando aquelas sombras Werena busca seus conhecimentos mágicos para lidar com a situação. "Ancestrais, iluminem minha mente para lidar com essas sombras... Seu calor me protegerá, sua luz me guiará", repetindo a oração, ela sente uma fagulha interior.

- Pessoal! Não desistam! A provação é grande, mas a vitória será gloriosa! Acendam as tochas mais uma vez, o fogo deve afastá-los! Façamos algumas fogueiras e defendam-se!

Apesar de carregar entonação com toda a sua vontade e esperança para organizar os poucos sobreviventes; o coração de Werena batia acelerado e ela se esforçava para manter-se de pé invés de ceder ao pânico, precisava ser um exemplo de coragem a ser seguido. No meio da confusão ela busca por Tyler.

— Tyler! Não vamos aguentar por muito tempo!

— É, eu sei bem. — Tyler olhava para os espectros passando pelas janelas. — Mas o que me encuca é esse hospital, Werena... — ele se vira para a companheira. — Isso não me cheira bem

—  Cortar esse mal pela raiz poderia salvar nossas vidas, qual seu palpite?

— Você se lembra do que eu disse a todos? Turk estava agindo de formas estranhíssimas. Todos os meus companheiros foram ressuscitados por terem sido mortos em algum momento. Eu fui o único que não passou por esse trauma, e eu vi o que aconteceu a eles... e eles eram quase como zumbis! Completamente alheios a tudo, e com o único objetivo de servir ao Turk.

— Confio nos seus instintos, precisamos criar uma abertura para poder ir investigar

— Mas como vamos fazer para ir? Com esse monte de espectros, sair pode ser simplesmente matar a todos aqui. E não dá para ficarmos mais tempo aqui. Já estamos de novo ficando sem provisões, e ninguém de fora está vindo. Ban tá lá virando um zumbi, e se isso acontecer, não vai ser eu quem vou contê-lo.

— Se a sobrevivência de todos ficarem nas nossas costas, todos pereceremos... Talvez se agirmos rápido no Hospital... Precisamos arriscar, permanecer aqui é morte certa —  Werena efetua mais alguns disparos.

Usando mais uma flecha-rede, Tyler volta a olhar para Werena.

— Você disse que tem uma escola... não é?

—  O mapa indica que é para aquela direção —  ela aponta com a arma, que dispara contra uma sombra que se espremia pela janela.

— Se há pessoas capazes naquele lugar, poderíamos concentrar esforços num ponto único de defesa...

—  O prefeito poderia guiar a procissão se dermos cobertura. E talvez... — Werena se aproxima de Tyler e pousa a mão no seu rosto com um sorriso de despedida —  incendiar esse prefeitura. Vão, eu atrairei as sombras para que possam fugir... Encontro você no Hospital.

Ele toca a mão de Werena e a acaricia. Qualquer um poderia esperar uma insistência para que ambos fossem juntos. Mas o plano era bom e não poderia ser descartado.

— Irei ver se Ban está melhor. Se não estiver, darei fim à existência dele.

Juntando as tochas Werena experimenta arremessar algumas contra as sombras. Pegando agora uma espingarda para causar mais dano a curta distancia ela parte em sua empreitada. Usaria seu manto para tornar-se incorpórea e atravessar as defesas e chamar atenção, o que permitira a fuga dos sobreviventes. Assim que a atacassem ficaria incorpórea novamente para evitar ser atacada, pois não queria se tornar um zumbi. Assim que possível ela retornaria a prefeitura gritando para as sombras e atirando contra elas para chamar atenção.

— Eu estou aqui! Peguem-me se puder!

Empunhando uma tocha ela começa a atear fogo nas barricadas e tábuas que cobriam as janelas. Quando atacada ela defende-se com o escudo para poder continuar seu plano de começar um incêndio. E assim que o grupo de sobreviventes tomasse alguma distância se ocultaria novamente em seu manto e furtiva percorreria o caminho até o hospital.

Alguns esqueletos bloqueavam vielas e portas, e estes receberiam contusões surpresas do escudo de Werena que também disparava nos ombros e bacias buscando tirar a sustentação e diminuir o perigo dos esqueletos. Sempre que atacada ela usa o poder do artefato para que as criaturas a atravessem, chocando-se umas contra as outras. Coberta novamente pelo manto ela se esconde para recarregar, tomar fôlego e acalmar seu coração. "Pelas forças das icamiabas que me antecederam, não cairei em batalha, passarei o legado das amazonas adiante", olhando para a lua ela suplica por sua magia de volta.

Voltando a sua investigação, ela passa a ficar mais cuidadosa, permanecendo invisível, dentro do Hospital não entraria em combate, buscaria por rastros de magia, coletaria o máximo de informações possíveis e voltaria para próximo da entrada a espera de seus aliados.  "Venham logo... Esse lugar está me fazendo suar frio".

[OFF]

• Derrotar as Sombras que avançam para a Prefeitura, ND Difícil (14-18): Tyler, Ban, Werena e quem levar provisões para a Prefeitura podem escolher este objetivo.

♠ 1 + ♣ 3 + ♦ 1 + ♥ 3 + Manipulação (2 ♥ ) + Misticismo (2 JOK ) + Incorpóreo ( 2 JOK ) + Esforço (4) = 18

• Investigar o Hospital, ND Médio (10-14), passando pelos Esqueletos no caminho: Swanda, Tyler e quem um dos dois contar suas suspeitas podem escolher este objetivo.

♠ 1 + ♣ 3 + ♦ 1 + Misticismo (2 JOK ) + Incorpóreo ( 2 JOK ) + Invisibilidade (2  ♠  ) + Esforço (2 ) = 13

Esforço Restante ( 6 )
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Tyler Greymane

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MensagemAssunto: Re: Episódio 09 - O Pecado da Ganância   Episódio 09 - O Pecado da Ganância EmptyQui Fev 10, 2022 1:03 am

A preocupação de Tyler passava fortemente por tudo o que acontecia em seu redor. E a situação só parecia, mais e mais, piorar. Os espectros que zanzavam ao redor da prefeitura atrapalhavam a concentração do caçador, que sentia até mesmo algo o atormentando mais ainda.

Enquanto ajudava Werena a barrar a entrada daqueles seres, Tyler tinha a impressão de ter passado por algo semelhante. E ao mesmo tempo, voltava a ter algumas lembranças estranhas. Se via num ambiente totalmente diferente do que ele era habituado. Via duas pessoas, um homem e uma mulher, e via também duas crianças ao lado deles. Tinha a impressão... não, não poderia ter aquilo. O diálogo com Werena o puxou de volta para si.

Após combinar o plano com Werena, Tyler correu na direção do local onde Ban estava. Ele parecia ainda tentar resistir à infecção, e Tyler engolia em seco. Tinha receio do que poderia acontecer.

— Ei, dragão... — Tyler se aproximou, ainda mantendo uma distância segura. — É bom que resista a isso, ok? Temos um plano e precisamos que você esteja bem para tal... — o caçador se aproximou de uma pequena mesinha, vendo um facão prateado. Ainda podia ouvir Werena lutando. — Destrua esses espectros malditos junto de Werena, enquanto irei iniciar nossa fuga. Vamos nos concentrar na escola... — o avalônico pegou a faca, girando-a em suas mãos. — E eu ainda quero uma revanche daquela luta, hein?

Sorrindo, Tyler pôs-se a correr, mas arremessou ao chão a faca de prata que tinha pego. Havia sentido um estranho incômodo. E começava a se sentir estranho. O plano de sair da prefeitura era bom, claro... mas ele próprio não suportava mais ficar dentro daquele local fechado. Seus olhos já estavam passando rapidamente por tudo, e seu corpo estava mais agitado. O caçador sabia o que estava acontecendo: ele estava perdendo o controle de si mesmo. Precisava sair daquele local imediatamente. Correu até Antenor, explicando detalhadamente a ideia de fuga. Preparou rapidamente todos para partir, e então saiu na frente, colocando o arco na boca e escalando as fortificações.

Chegando num ponto mais próximo dos espectros, Tyler remove o arco da boca e parte para ação, disparando flechas de luz para enfraquecer as sombras, seguido por tiros de rede para que as sombras caíssem diante de seus pés, se engajando num combate físico, buscando fatiá-los usando sua faca de combate. Quando fosse atacado, rolaria para evitar as investidas. Não tinha plena certeza de como combatê-los, mas teria que fazê-lo da forma que fosse necessário. Isso, claro, também era uma distração. A ideia era permitir a fuga de todos até a escola.

Unindo vários espectros, Tyler faz um novo disparo, dessa vez de uma chuva de flechas, e parte para descer do ponto onde está, para então correr ao hospital. Aquilo não saía de sua cabeça, e não iria sossegar enquanto não investigasse.

Diante do hospital, vendo a horda de esqueletos que protegiam o local, Tyler arqueou a sobrancelha. O responsável só poderia estar ali dentro. Até onde sabia, não haviam sobreviventes no hospital. Não faria sentido tantos esqueletos ali se não estivessem, de fato, guardando algo muito importante. Guardando o químico, com certeza.

Cerrando os dentes como num rosnado, Tyler avançou contra os esqueletos, ajeitando as luvas em suas mãos e indo com tudo para esmagar crânios e derrubar ossos ao chão. Numa fúria latente, Tyler arremessava o máximo de seres ao chão que podia, puxando o arco e disparando flechas-rede para prender os esqueletos no chão, e pisá-los com suas botas, outrora arremessando alguns contra outros, criando pilhas de ossos retorcidos ao chão. A partir disso, conseguindo abrir caminho, iria investigar o hospital em busca de armas, possíveis áreas de fuga e objetos que pudesse usar.

• Derrotar as Sombras que avançam para a Prefeitura, ND Difícil (14-18)
Teste: 1 ♣ + Flecha de Luz 2 + ♦ 4 + Tiro 2 + Luta 2 + Sentidos Aguçados 1 + ♠ 3 + Chuva de Flechas 1 = 16 + Esforço 4 = 20 (Esforço restante: 10)

• Investigar o Hospital, ND Médio (10-14), passando pelos Esqueletos no caminho
Teste: ♠ 3 + ♦ 4 + Luta 2 + Flecha-Rede 1 + Tiro 2 + ♣ 1 = 13 - Fúria 1 = 12 + Esforço 2 = 14 (Esforço restante: 8)
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Madu Simba

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MensagemAssunto: Re: Episódio 09 - O Pecado da Ganância   Episódio 09 - O Pecado da Ganância EmptyQui Fev 10, 2022 2:18 am

Mais dias se passam com a bunda de Swanda em cima daquela motocicleta, a vampira ansiava por descobrir o que estava acontecendo. Seu senhoria havia lhe dado a informação sobre um químico chamado Hoffmeister, mas ainda assim era algo muito vago. A inventora vampiresca ainda estava intrigada com o que aquele gás estava fazendo e, quando chegou na cidade, ficou ainda mais interessada e assustada. Os zumbis haviam virado esqueletos ambulantes e nada mais fazia sentido.

Pensando que o único lugar que Hoffmeister poderia ter acesso à químicos sem levantar muitas suspeitas, Swanda se dirige até lá em sua moto, mas no caminho vê hordas de esqueletos assassinos que não ligavam para que tipo de carne estavam comendo. Antes de acelerar, pensou que tipo de monarkca nazista estava por trás daquilo.

A vampira então acelera sua moto fazendo o motor trabalhar soltando gritos de ferocidade. Ela planeja desviar dos esqueletos usando da sua destreza e do conhecimento que tinha sobre aquela máquina, se mantendo focada para manter o máximo de esqueletos no seu campo de visão e poder desviar deles. A horda de esqueletos realmente estava além das capacidades de Swanda, então ela tenta agarrar um dos esqueletos e hipnotizar aquela mente fraca e se infiltrar para espionar o Hospital.

•Investigar o Hospital, ND Médio (10-14), passando pelos Esqueletos no caminho: Swanda, Tyler e quem um dos dois contar suas suspeitas podem escolher este objetivo.

Inventora 1 ♠ + Maquinas 2 ♣ +Foco 2 ♣+ Destreza 1 ♠ + Físico 1 ♦ + Carisma 1 ♥ + Hipnose 1 ♥ + 5 esforço = 14 (Restante 3)
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Viktor Horvath

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MensagemAssunto: Re: Episódio 09 - O Pecado da Ganância   Episódio 09 - O Pecado da Ganância EmptyQui Fev 10, 2022 7:35 pm

Viktor se surpreendia cada vez mais com as coisas que estavam acontecendo nesses últimos
dias. Monstros atacando a cidade, Morto-vivos andando nas ruas, atacando os cidadãos
inocentes, crianças. Isso era muito mais do que o pobre sargento enfrentava nos dias de suas
patrulhas, mesmo nessa época do ano onde as termais era lotadas, a única coisa que ele
precisava se preocupar era com a briga de alguns bêbados e turistas um pouco mais
atrevidos. Mas nada se comparava a essa situação atual.

O homem tubarão, que em um dia normal seria visto como uma coisa absurda era o menor
dos problemas nesse momento. Quotar gostou dele e por isso não o vi como uma ameaça.
Ele veio com um papel escrito escola e eu mostrei a direção. Mesmo sendo um local seguro,
já se passou muito tempo. Tenho que pegar os mantimentos e voltar para lá. As pessoas da
cidade contam historias dos meus antepassados enfrentando demônios pra salvar a cidade,
se é verdade ou não, eu não sei. Mas esta na hora de eu enfrentar os meus.

Com uma sensação muito ruim, ele vai pegas algumas munições extras para a sua carabina
em sua casa, e parte imediatamente para a escola. O caminho da prefeitura pra sua casa já
havia sido feito dezenas vezes desde que foi promovido a Sargento, mas dessa vez parecia
que o caminho tinha aumentado em quilômetros, ele correu o mais rápido que pode,
ignorando tudo de estranho que ele via no caminho. Ele tinha que garantir a segurança das
crianças. No caminho levando as provisões, Viktor enfrenta os esqueletos do caminho. Como não sabe se terá outos monstros, ele tenta poupar munição com coronhadas. E assim vai até a escola.

Viktor sente um apreço enorme por todas aquelas crianças, mas seu coração estava
se preparando para atirar em quem quer que fosse para salvar as crianças, mesmo que fosse
outra criança, ou mesmo a Bettina, a quem ele tanto estima. E sua intuição está certa e chegando na escola ele vê o tubarão dando a senhora o seu descanso. Viktor fica aliviado por não ter sido ele a fazer isso.

Então para que as crianças não fiquem mais traumatizadas, o sargento irá levar todas para a área do refeitório e tentar tirar a atenção delas com a merenda e história dos seus antepassado.


Ação: Levar provisão para escola enfrentando esqueletos no caminho.
Tiro 2+ Sentidos Aguçados 1, ♣1+ ♠3+ Código de honra 1 + 2 Esforço: 10

Acalmar as crianças:
❤1+ Cód de Honra 1+ 4 esforço : 6
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Ban

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MensagemAssunto: Re: Episódio 09 - O Pecado da Ganância   Episódio 09 - O Pecado da Ganância EmptyQui Fev 10, 2022 8:40 pm

Ban trincava os dentes de dor, o monge estava acostumado a ferimentos comuns, mas aquelas bestas purulentas o haviam intoxicado com algo maligno, provavelmente magia negra.
O homem sentia seu corpo febril, sua visão rodava e calafrios o percorriam. Stephanie tinha sua cabeça entre as mãos e beijava sua face, sussurrando palavras de acalento, mas por vezes parecia para Ban que era Brenda que estava ali, sorrindo e o chamando de idiota ou mesmo seu mestre, com olhar sério e desaprovador.
Com um arquejo profundo, o Dragão despertou do torpor febril e sentou na escrivaninha, respirava fundo enquanto as feridas queimavam, não conseguia pensar com clareza, mas sabia que a luta não havia terminado.
Ele se levantou com certa dificuldade,  ouviu Stephanie reclamar e pedir para que continuasse deitado, mas com um aceno de sua mão a menina se calou, seu olhar era obstinado.
- Preciso ajudar meus amigos. Voltarei para você, fique tranquila. Pode ir cuidar dos outros.-
Ban então saiu de encontro aos outros guerreiros, era hora de cerrarem fileiras e enfrentar o perigo maior que se aproximava. Seus braços começaram a crepitar e faíscas de eletricidade pulavam, mostraria seu verdadeiro poder agora.
Os esqueletos adentravam a prefeitura aos montes, e o Dragão estava espumando de ódio, golpeava com socos poderosos e eletrificados, não sabia se isso causava mais dano a eles, mas não se importava muito. Explodia crânios com chutes, desmantelava-os com rasteiras e chegou até a partir um ao meio puxando sua coluna, sua velocidade aumentada pelo talismã o ajudava a escapar dos golpes de seus algozes.
Enquanto lutava, percebeu o incêndio que se iniciava na prefeitura, lembrou do fundo de sua mente do discurso de Tyler enquanto estava febril e rugiu para os que restavam ali.
-TODOS PARA A ESCOLA, AGORA!-
Desceu as escadas correndo e derrubou um esqueleto com uma voadora, abriu a porta com um chute e a manteve protegida enquanto os refugiados saíam, lançou o (golpe do BAN) em um grupo de esqueletos que se aproximava, depois escoltou os cidadãos até a escola.


• Resistir à infecção dos mortos-vivos, ND Fácil (6-10):
3  ♦   + 1  ♥   + 4 esforço = 8

• Derrotar as Sombras que avançam para a Prefeitura, ND Difícil (14-18):
3 ♠  + 1 ♣  + 3 ♦  + 1 Ataque Chi + 1 Chi Elemental + 2 Talismã do Relâmpago + 2 Luta + 6 esforço = 20
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Mick Fear

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MensagemAssunto: Re: Episódio 09 - O Pecado da Ganância   Episódio 09 - O Pecado da Ganância EmptyDom Fev 13, 2022 11:32 pm

Mick escuta toda a história da bruxa e finalmente fica sem palavras. Não havia desculpa plausível ainda para tentar explicar todos aqueles acontecimentos. Talvez todo aquele folclore e histórias de magia fossem reais. Mas se ele assumisse isso, também teria que assumir que perdera seu olho para um feitiço de Rasputin.

— Algumas vezes, Frank, um homem precisa assumir que não tem todas as respostas. Hoje vimos mortos-vivos, uma casa que anda e estamos a caminho de quebrar uma maldição... Não posso explicar tudo isso, mas a falta de respostas não pode nos impedir de continuar a missão. — Mick diz ao pupilo, no caminho para a cidade.

Quando chegam ao lugar devastado que um dia foi um povoado, agora coberto de lama e com espectros sombrios vagando pelas cidades, o trio fica assustado. Franklin treme sem esconder o medo das criaturas e o soldado cai no choro por sua cidade natal.

— Nós precisamos continuar. — Mick põe as mãos nos ombros de Franklin e fala alto o bastante para o soldado escutar — Não podemos deixar que o que aconteceu aqui se espalhe para outras cidades.

— Mas como? Como podemos passar por essas coisas?

— Não sou um expert em magia, como devem imaginar. Mas são sombras, certo? Não seria lógico combatê-los com luz? — Mick olha ao redor nas lojas e residências mais próximas, mas o único local que parece útil é uma loja de artigos festivos. — Fiquem aqui, vou ver se acho algo útil.

O espião tenta ir furtivamente até a loja e procura por sinalizadores, fogos de artifício ou quaisquer objetos úteis que pudesse usar como explosivo ou fonte de luz. Então volta para os companheiros que o esperavam.

— Soldados, talvez essa seja nossa última missão. Mas que nosso sacrifício não seja em vão. Vamos permitir que a ajuda chegue a essa cidade, custe o que custar. Frank, você pilota. Tente evitar os lugares onde a lama é funda enquanto for possível. Soldado, você e eu vamos tentar atrasar essas sombras.

Mick divide os artefatos luminosos com o soldado e se prepara para atirá-los nas sombras, esperando a luz pelo menos as atrase enquanto Franklin pilota o veículo na direção do Pokolsar. Se sobreviverem até chegar ao pantano, eles abandonam a moto assim que for inviável prosseguir o caminho com ela e tentam continuar furtivos até encontrar o local onde o menir deve ser colocado.

• Colocar o menir no Pokolsár, passando pelas Sombras, ND Difícil (14-18): Mick e quem mais ele pedir ajuda podem escolher este objetivo.

Mick: ♥ 1 + ♣ 2 + 2 ♥ (Manipulação) + 2 ♣ (Manha) + 2 ♣ (Tiro) - 2(Deficiencia e Maldição) +1 ♣ (Franklin) + 6 Esforço = 14
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MensagemAssunto: Re: Episódio 09 - O Pecado da Ganância   Episódio 09 - O Pecado da Ganância EmptySeg Fev 14, 2022 6:10 pm

[RESOLUÇÃO]
• Levar as provisões para a Escola, ND Médio (10-14)
Viktor x ND 14
♣ 1 + ♠ 3 + ♦ 2 + Tiro 2 + Código de honra 1 + 2 Esforço: 11.
Falha! Viktor não recebe XP. Esforço restante: 8.

Nick x ND 10
♠ 2 + ♦ 4  + Luta 2 + Esforço 6 = 14
Sucesso! Nick recebe 2 XP. Esforço restante: 6.

• Derrotar Bettina, a diretora zumbi, ND Fácil (06-10)
Nick x ND6
2 ♠ + 4 ♦ + Mordida 1 + Luta 2 + Esforço 1 = 10.
Sucesso! Nick recebe 1 XP. Esforço restante: 5.

• Acalmar as crianças, ND Inferior (02-06)
Viktor x ND 06
♥ 1 + Código de Honra 1 + 4 esforço = 6
Sucesso! Viktor recebe 1 XP. Esforço restante: 4.

• Resistir à infecção dos mortos-vivos, ND Fácil (6-10)
Ban x ND 10
3  ♦   + 1  ♥   + 4 esforço = 8
Falha! Ban não recebe XP. Esforço restante: 14.

• Derrotar as Sombras que avançam para a Prefeitura, ND Difícil (14-18)
Werena x ND 14
♠ 1 + ♣ 3 + ♦ 1 + Misticismo (2) + Incorpóreo (2) + Esforço (4) = 13
Falha! Werena não recebe XP. Esforço restante: 8.

Tyler x ND 18
1 ♣ + Flecha de Luz 2 + Tiro 2 + Sentidos Aguçados 1  + Chuva de Flechas 1 + Esforço 4 - 2 Atormentado = 9.
Falha! Tyler não recebe XP. Esforço restante: 10

Ban x ND 18
3 ♠  + 1 ♣  + 3 ♦  + 1 Ataque Chi + 1 Chi Elemental + 2 Talismã do Relâmpago + 2 Luta + 6 esforço = 19.
Sucesso! Ban recebe 2 XP. Esforço restante: 8


• Investigar o Hospital, ND Médio (10-14), passando pelos Esqueletos no caminho.
Werena x ND 11
♠ 1 + ♣ 3 + ♦ 1 + Misticismo (2) + Incorpóreo (2) + Invisibilidade (2) + Esforço (2) = 13
Sucesso! Werena recebe 2 XP. Esforço restante: 6.

Tyler x ND 14
♠ 3 + ♦ 4 + Luta 2 + Flecha-Rede 1 + Tiro 2 + ♣ 1 - Fúria 1 = 12 + Esforço 2 = 14
Sucesso! Tyler recebe 2 XP. Esforço restante: 8

Swanda x ND 14
Inventora 1 ♠ + Maquinas 2 ♣ +Foco 2 ♣+ Destreza 1 ♠ + Físico 1 ♦ + Carisma 1 ♥ + Hipnose 1 ♥ + 5 esforço = 14
Sucesso! Swanda recebe 2 XP. Esforço restante: 3

• Colocar o menir no Pokolsár, passando pelas Sombras, ND Difícil (14-18)
Mick x ND 18
♥ 1 + ♣ 2 + 2 ♥ (Manipulação) + 2 ♣ (Manha) + 2 ♣ (Tiro) - 2 (Deficiência e Maldição) +1 ♣ (Franklin) + 6 Esforço = 14
Falha! Mick não recebe XP. Esforço restante: 3.


[CONTINUAÇÃO]

Silvânia, 1917.

A tormenta macabra transformou Sfantu Greuceanu em uma extensão do Pântano do Diabo. A lama que a tempestade trouxe banhou todos os telhados e as ruas dando um ar de pesadelo ao cenário urbano. Viktor se surpreendia cada vez mais com as coisas que estavam acontecendo nesses últimos dias. Monstros atacando a cidade, mortos-vivos andando nas ruas, atacando os cidadãos inocentes, crianças. Isso era muito mais do que o pobre delegado enfrentava nos dias de suas patrulhas, mesmo nessa época do ano onde as termais eram lotadas, a única coisa que ele precisava se preocupar era com a briga de alguns bêbados e turistas um pouco mais atrevidos. Mas nada se comparava a essa situação atual. Os refugiados do mercado, além do medo do que aquela lama poderia causar, estavam receosos com a presença de Nick. Apesar de saberem que ele é aliado de Werena, a monstruosidade do tubarão humanóide não transmite confiança e afasta os cidadãos. Alguns deles sequer sabiam o que era um tubarão e um ser híbrido de homem e peixe, para eles, era um demônio. A única criatura do mercado que demonstrou alguma coragem e simpatia, mas mais ainda, curiosidade, foi Quotar, o cão parceiro do delegado Viktor Horvath. Conquistando a confiança do animal, Nick-Ahnor tem a oportunidade de se aproximar do policial e, usando uma vareta e desenhando no chão, ele tenta se comunicar. Desenhou uma prédio com crianças e apontava para ele, para em seguida apontar nas direções e expressar dúvida. Ele apontou para si mesmo e para Viktor e em seguida para o desenho da escola.

— Você quer que eu o leve à Escola?

Nick balançou a cabeça afirmativamente.

— Não sei quem é você, monstro, mas se ajudou os habitantes de Sfantu Greuceanu antes, darei o benefício da dúvida. Siga-me, eu levarei as provisões para lá. Vocês, nos acompanhem também.

O tubarão se abaixa e afaga a cabeça do cão, demonstrando a Viktor que é da confiança de Quotar. Embora Nick soubesse que ainda teria de voltar para a Prefeitura e ver como os outros sobreviventes estavam, ele sabia que Werena estava com eles e aquelas pessoas tinham alguma proteção em companhia da guerreira que ele admirava. E, pelo cheiro que podia sentir na amazona, no mínimo Tyler estava com ela e bem próximo por sinal. Desde o incidente pela posse da Coroa Atlante, a pouca paciência do submarino com o jeito pomposo, afetado, enfadonho e maçante do mercenário reduzira ainda mais. De fato, a melhor decisão seria seguir para a escola, resgatar os outros sobreviventes e para só depois reencontrar seus aliados.

Quotar gostou dele e por isso Viktor não o viu como uma ameaça. Comandando a “expedição” que levaria os sobreviventes do mercado e as provisões para a Escola, ele estava pensativo, pois, mesmo sendo um local seguro, já havia se passado muito tempo. Improvisou mochilas para cada sobrevivente levar o máximo de mantimentos consigo e ficou livre para protegê-los, assim como o tubarão. Com uma sensação muito ruim, ele parte imediatamente para a escola, à frente do grupo, pronto para atirar em qualquer ameaça, enquanto Nick-Ahnor e Quotar iam na retaguarda do grupo, também atentos aos mortos-vivos que se aproximavam.

O caminho do Mercado para a Escola casa já havia sido feito dezenas de vezes desde que Viktor foi promovido a Delegado, mas dessa vez parecia que o caminho tinha aumentado em quilômetros. Correndo o mais rápido que podiam e isso não era muito, devido ao volume de lama das ruas, ele ignorava tudo de estranho que via no caminho. Ele tinha que garantir a segurança das crianças. A pressa, no entanto, foi uma inimiga. Escondidos pela lama, esqueletos levantaram-se e agarraram as pernas de Viktor. Caído e sujo de lama, ele tentou se defender com coronhadas nos mortos-vivos, para não correr o risco de atingir o grupo de sobreviventes que estava tão próximo. Enquanto se engalfinhou pela lama, os sobreviventes tiveram tempo para correr para a Escola, ao menos eles estavam a salvo. A sorte de Viktor residiu em Quotar. O cão saltou sobre os esqueletos e, numa selvageria que o dono nunca tinha visto antes e o assustou, Quotar destroçou os ossos, desmantelando-os. Isso deu a chance de Viktor levantar-se e atirar nos esqueletos que se aproximavam, mas eram tantos e os sobreviventes já estavam muito próximos a Escola para gastar a pouca munição que tinha.

O responsável por liquidar os mortos-vivos foi Nick-Ahnor. O tubarão deu cobertura para o delegado e os sobreviventes chegaram a salvo na Escola.  O atlante sacou de suas costas a arma que improvisara com seus conhecimentos de sobrevivência. Com material que vinha acumulando das coisas que achava no pântano, manufaturou uma espécie de grande alabarda rústica e primitiva, com uma das pontas do bastão terminando em uma ponteira de lança e um disco de pedra irregular entalhado que servia como lâmina de machado de duas faces, e, na outra extremidade, uma pesada pedra mais bruta e maciça servia como maça entrelaçada, amarrada com cipó espinhado, e com o qual esmagava seus oponentes. Usando seu tamanho avantajado e a bruta arma improvisada, Nick enfrentou sozinho os esqueletos, partindo-os ao meio e os esmagando antes que se aproximassem demais. Ele praticamente limpou o caminho e livrou a cidade daqueles mortos-vivos. Seu olfato apurado indicou que havia algo errado naquelas criaturas, algo mais além do cheiro de morte com o qual estava tão habituado, provavelmente alguma obra de Turk.

Viktor e os sobreviventes finalmente chegaram aos muros da Escola. Eles abriram os pesados portões e deram espaço para o tubarão se refugiasse com eles. Quando Nick pensou que finalmente teria um descanso daquele inferno, deparou-se com mais um morto-vivo. Infelizmente, Bettina havia sucumbido e tentava atravessar as grades de uma sala para alcançar as crianças. Percebendo a selvageria nos olhos da mulher, o atlante deixou a arma de lado, tendo compaixão por aquela mulher e lhe dando uma morte rápida e menos indolor, simplesmente arrancando sua cabeça com uma mordida. As crianças pararam de chorar na hora, traumatizadas com o que acabaram de ver. Viktor sente um apreço enorme por todas aquelas crianças e ele as leva para o refeitório, na esperança de acalmá-las e tirar a atenção delas com a merenda e contando a história dos seus antepassados.

O delegado lhes contou sobre como o santo que deu nome à cidade havia enfrentado monstros semelhantes, mas que, assim como o herói, as crianças eram fortes e iriam sobreviver, que não há mal que não possam vencer e que poderiam confiar nele e nos seus aliados para conseguirem sobreviver àquele pesadelo. As crianças voltaram a si e o abraçaram, chorando muito e dizendo como estavam com medo. Aquilo partiu o coração de Viktor e Nick se sentiu mal por ter acabado com a diretora daquele jeito. O atlante procurou não ficar muito próximo delas, ao menos até que todas se recuperassem e preferiu se manter somente na companhia de Quotar. Embora nunca tivesse visto um cachorro antes, Nick sente um cheiro incômodo nele, como se ele fosse mais que apenas um animal. Quando Quotar percebeu o olhar confuso do tubarão, ele se afastou e foi ficar com as crianças.

Enquanto isso, na Prefeitura, o outro grupo de sobreviventes estava encurralado. Werena duvidava muito que conseguiriam resistir por mais dias se as coisas continuassem daquela forma, um acúmulo de infortúnios levaria a morte de todos. Quando os espectros sombrios cercam as janelas, a amazona observa o olhar desesperançoso dos poucos sobreviventes que mal tinham superado as novas baixas. Era preciso agir. Os disparos de Werena eram sua resposta ao medo. Precisava ver como as sombras responderiam às balas. Analisando aquelas sombras, Werena busca seus conhecimentos mágicos para lidar com a situação.

"Ancestrais, iluminem minha mente para lidar com essas sombras... Seu calor me protegerá, sua luz me guiará", repetindo a oração, ela sente uma fagulha interior.

— Pessoal! Não desistam! A provação é grande, mas a vitória será gloriosa! Acendam as tochas mais uma vez, o fogo deve afastá-los! Façamos algumas fogueiras e defendam-se!

Apesar de carregar entonação com toda a sua vontade e esperança para organizar os poucos sobreviventes, o coração de Werena batia acelerado e em dúvida. Ela se esforçava para manter-se de pé, invés de ceder ao pânico, precisava ser um exemplo de coragem a ser seguido. No meio da confusão ela busca por Tyler. A preocupação do caçador passava fortemente por tudo o que acontecia em seu redor. E a situação só parecia, mais e mais, piorar. Os espectros que zanzavam ao redor da prefeitura atrapalhavam a concentração do caçador, que sentia até mesmo algo o atormentando mais ainda.

Enquanto ajudava Werena a barrar a entrada daqueles seres, Tyler tinha a impressão de ter passado por algo semelhante. E ao mesmo tempo, voltava a ter algumas lembranças estranhas. Se via num ambiente totalmente diferente do que ele era habituado. Via duas pessoas, um homem e uma mulher, e via também duas crianças ao lado deles. Tinha a impressão... não, não poderia ter aquilo. O diálogo com Werena o puxou de volta para si.

— Tyler! Não vamos aguentar por muito tempo!

— É, eu sei bem. — Tyler olhava para os espectros voando na altura das janelas. — Mas o que me encuca é esse hospital, Werena... — ele se vira para a companheira. — Isso não me cheira bem

—  Cortar esse mal pela raiz poderia salvar nossas vidas, qual seu palpite?

— Você se lembra do que eu disse a todos? Turk estava agindo de formas muito estranhas. Todos os meus companheiros foram ressuscitados por terem sido mortos em algum momento. Eu fui o único que não passou por esse trauma, e eu vi o que aconteceu a eles e eles eram quase como zumbis! Completamente alheios a tudo, e com o único objetivo de servir ao Turk.

— Confio nos seus instintos, precisamos criar uma abertura para poder ir investigar

— Mas como vamos fazer para ir? Com esse monte de espectros, sair pode ser simplesmente matar a todos aqui. E não dá para ficarmos mais tempo aqui. Já estamos de novo ficando sem provisões, e ninguém de fora está vindo. Ban tá lá virando um zumbi, e se isso acontecer, não vai ser eu quem vou contê-lo.

— Se a sobrevivência de todos ficarem nas nossas costas, todos pereceremos. Talvez se agirmos rápido no Hospital. Precisamos arriscar, permanecer aqui é morte certa.

Usando mais uma flecha-rede, Tyler volta a olhar para Werena.

— Você disse que tem uma escola, não é?

—  O mapa indica que é para aquela direção —  ela aponta com a arma.

— Se há pessoas capazes naquele lugar, poderíamos concentrar esforços num ponto único de defesa.

—  O prefeito poderia guiar a procissão se dermos cobertura. E talvez — Werena se aproxima de Tyler e pousa a mão no seu rosto com um sorriso de despedida —  incendiar essa prefeitura. Vão, eu atrairei as sombras para que possam fugir. Encontro você no Hospital.

Ele toca a mão de Werena e a acaricia. Qualquer um poderia esperar uma insistência para que ambos fossem juntos. Mas o plano era bom e não poderia ser descartado.

— Irei ver se Ban está melhor. Se não estiver, darei fim à existência dele.

Tyler correu na direção do local onde Ban estava. Ele parecia ainda tentar resistir à infecção, e Tyler engolia em seco. Tinha receio do que poderia acontecer.

— Ei, dragão — Tyler se aproximou, ainda mantendo uma distância segura. — É bom que resista a isso, ok? Temos um plano e precisamos que você esteja bem para tal — o caçador se aproximou de uma pequena mesa, vendo um facão prateado. Ainda podia ouvir Werena lutando. — Destrua esses espectros malditos junto de Werena, enquanto irei iniciar nossa fuga. Vamos nos concentrar na escola — o avalônico pegou a faca, girando-a em suas mãos. — E eu ainda quero uma revanche daquela luta, hein?

Ban não respondeu. Em vez disso, trincava os dentes de dor. O monge estava acostumado a ferimentos comuns, mas aquelas bestas purulentas haviam-no intoxicado com algo maligno, provavelmente magia negra. O homem sentia seu corpo febril, sua visão rodava e calafrios o percorriam. Stephanie tinha sua cabeça entre as mãos e beijava sua face, sussurrando palavras de acalento, mas por vezes parecia para Ban que era Brenda que estava ali, sorrindo e o chamando de idiota ou mesmo seu mestre, com olhar sério e desaprovador. Tyler sentiu pena, mas teve esperanças de que ele melhorasse. Resolveu deixar os dois a sós e levou consigo a faca. Com um arquejo profundo, o Dragão despertou do torpor febril e sentou na escrivaninha, respirava fundo enquanto as feridas queimavam, não conseguia pensar com clareza, mas sabia que a luta não havia terminado. Ele se levantou com certa dificuldade,  ouviu Stephanie reclamar e pedir para que continuasse deitado, mas com um aceno de sua mão a menina se calou, seu olhar era obstinado.

— Preciso ajudar meus amigos. Voltarei para você, fique tranquila. Pode cuidar dos outros.

As palavras de Ban eram uma mentira. Ele sabia que não se recuperaria, mas não deixava sua tristeza transparecer. Quando Stephanie saiu, ele rasgou uma camisa. A mácula havia tomado quase metade de seu tórax. Não teria muito tempo pela frente. De qualquer forma, teria de ser útil uma última vez. O último golpe do último dragão. Ban saiu de encontro aos outros guerreiros, era hora de cerrarem fileiras e enfrentar o perigo maior que se aproximava. Seus braços começaram a crepitar e faíscas de eletricidade pulavam, mostraria seu verdadeiro poder de forma derradeira.

Juntando as tochas, Werena arremessou algumas contra as sombras. Pegando uma espingarda para chamar a atenção dos espectros, ela parte em sua empreitada. Usou seu manto para tornar-se incorpórea e atravessou as defesas para chamar atenção, permitindo a fuga dos sobreviventes. Os disparos não surtiram efeito como ela esperava, até que um pensamento passou por sua mente. Ela sabia que os espectros são criaturas físicas, embora translúcidos, mas eram invulneráveis a armas mundanas. Porém, tornando-se também incorpórea, poderia atingi-los, embora também pudesse ser atingida. Assim, ela começou a disparar e os tiros surtiram efeito. Feridos, os espectros avançaram sobre ela. Werena retornou à Prefeitura gritando para as sombras e atirando contra elas para chamar atenção.

— Eu estou aqui! Peguem-me se puderem!

Ela não tinha certeza se as chamas provocariam dano aos espectros, ao menos não as chamas físicas. Enquanto permanecesse incorpórea, tanto suas armas quando o fogo causavam ferimentos às sombras, chegando a destruir algumas delas. Sendo vista como uma ameaça, Werena tornou-se alvo primário dos espectros. Ela se defende com o escudo quando encurralada e atravessa as paredes da Prefeitura. Impedidas de entrar no lugar, as sombras rodeiam, procurando pelo foco do fogo da tocha carregada por Werena.

Sorrindo com as peripécias de Werena, Tyler pôs-se a correr, mas arremessou ao chão a faca de prata que tinha pego. Havia sentido um estranho incômodo. E começava a se sentir estranho. O plano de sair da prefeitura era bom, claro, mas ele próprio não suportava mais ficar dentro daquele local fechado. Seus olhos já estavam passando rapidamente por tudo, e seu corpo estava mais agitado. O caçador sabia o que estava acontecendo: ele estava perdendo o controle de si mesmo. Precisava sair daquele local imediatamente. Correu até Antenor, explicando detalhadamente a ideia de fuga. Preparou rapidamente todos para partir, e então saiu na frente, colocando o arco na boca e escalando as fortificações. Chegando num ponto mais próximo dos espectros, Tyler remove o arco da boca e parte para ação, disparando flechas de luz para enfraquecer as sombras, seguido por tiros de rede para que as sombras caíssem diante de seus pés. Quando foi se engajar num combate físico, usando sua faca de combate para feri-las, percebeu tarde demais que elas eram invulneráveis a ataques físicos. Sendo contra-atacado, ele rolou para evitar as investidas. A única forma de causar ferimentos nas sombra é com seu arco e, num combate corpo a corpo, manipular a arma própria para distância lhe dava desvantagem. O plano estava por um triz e Tyler correu o mais rápido que pode para ganhar distância. Um pequeno grupo de espectros se reuniu, dando a oportunidade de Tyler fazer um novo disparo, dessa vez de uma chuva de flechas, destruindo algumas no processo.

O plano era atrair a atenção dos espectros enquanto os sobreviventes da Prefeitura rumassem para a Escola, mas nem Werena e nem Tyler estavam dando cabo da quantidade de sombras sobrevoando o lugar. A procissão guiada por Gustovan e guarnecida por Antenor é um alvo fácil. Sem uma fonte de magia dentro do grupo, uma simples investida dos espectros dizimou dois terços da procissão. Os disparos de Antenor de nada adiantaram, tampouco a fé de Stephanie deu resultados. Até que, mesmo cambaleante, Ban saltou no meio do grupo. Os corpos dos sobreviventes que caíram vítimas dos ataques dos espectros logo se reergueram como zumbis.

O Dragão estava espumando de ódio, golpeava com socos poderosos e eletrificados, sendo a única e melhor forma de acabar com os espectros, fazendo com eles explodissem assim que golpeados. Se estivesse em sua melhor forma, Ban seria a arma mais formidável contra as sombras, mas, a cada novo golpe, percebia a resistência de seus membros. O dragão lutou como se sua vida dependesse destes golpes, mas ele sabe que aqueles eram seus últimos. Ban transformou-se no foco de atenção das sombras, que deixaram Werena e Tyler para trás. Um verdadeiro vórtice de silhuetas mortuárias rodopiava sobre o último dragão. Como se fosse um tufão dentro de uma tempestade, esparsos relâmpagos iluminavam o vórtice, de dentro. Os golpes de chi elemental, a fortificação deles com os poderes do Talismã do Relâmpago são um fim incrível para os últimos momentos de vida do Dragão Vermelho. A velocidade adquirida pelo artefato protege Ban dos ataques dos espectros, realmente, ele estava se saindo excepcionalmente bem. Enquanto lutava, percebeu que seus últimos momentos estavam no fim, lembrou do fundo de sua mente do discurso de Tyler enquanto estava febril e rugiu para os que restavam ali.

— TODOS PARA A ESCOLA, AGORA!

Concentrando todas as suas forças num derradeiro golpe, esperou que Gustovan, Shanya, Stephanie, Antenor, Werena e Tyler atravessassem os portões da Escola, sendo recepcionados por Viktor. Nick fez menção de ir ajudar o Dragão, mas Werena o conteve. Era tarde demais para Ban e o tubarão seria apenas mais uma baixa neste pesadelo. Gesticulando freneticamente os braços com a velocidade do Talismã, concentrando todo o chi elemental em suas mãos, Ban gritou uma última vez.

— ZUIHOU! YIDAO!! SHANDIAN!!!

Uma explosão foi detonada tendo Ban como seu ponto de impacto. Uma esfera luminesce, com eletricidade sobre a superfície nasceu e cresceu, englobando todos os espectros e os desintegrando no processo. Um barulho ensurdecedor e uma onda de choque atingiu a Escola, obrigando os sobreviventes a se abrigarem. Quando a luminosidade se extingiu, restava somente o corpo de Ban, que ficou alguns segundos de pé até cair de joelhos e por fim, ao chão. Este foi o último golpe do último dragão, o último relâmpago.

Embora Ban tivesse uma morte gloriosa, sacrificando-se por inocentes, seu corpo havia sido profanado e Werena achou melhor que todos fossem para dentro. Não sabia como a maldição reagiria com o monge, mas ter Ban como um inimigo não lhe agradava nenhum pouco. Ela é uma guerreira e se o corpo corrompido de Ban for erguido, deveria ser encarado como tal e não mais como um inimigo.

Os poucos sobreviventes de Sfantu Greuceanu reúnem-se na Escola. Os habitantes da cidade já estavam traumatizados com as mortes de familiares e amigos, mas era a vez dos estrangeiros repensarem seus atos. Werena olha para Tyler e Nick e pensa como ela foi a única que restou do grupo original dos Padrinhos da Criança Solar. O primeiro deles foi Za-Har ainda quando o grupo mal se reuniu, depois foi a vez de Kitok cair sob a fúria de Nick. Em ambos os casos, a raiz do problema estava no mago Turk. O terceiro baque foi o abandono de Yaset e a reclusão de Lahyla e Haermys. Agora, a morte de Ban. Werena pensa como todos aqueles próximos de si estão perecendo e isso a agoniza. Seus pensamentos são interrompidos por barulhos de motocicletas.

Depois de semanas, movimentações externas se aproximavam de Sfantu Greuceanu. A primeira delas é uma das residentes mais ilustres da cidade. Swanda havia partido assim que os primeiros infectados surgiram. Embora tenha ido em busca de ajuda com seu mestre Alexander em Vedunia, infelizmente retornou sozinha. Ela havia passado dias sobre a moto, evitando conflitos armados da guerra que assola o continente e percorrido mais de mil quilômetros entre os seus destinos. Apesar de sua viagem infrutífera, a vampira ansiava por descobrir o que estava acontecendo e seu senhorio havia lhe dado a informação sobre um químico chamado Hoffmeister, mas ainda assim era algo muito vago. A inventora vampiresca estava intrigada com o que aquele gás estava fazendo e, quando chegou na cidade, ficou ainda mais interessada e assustada. Os zumbis haviam virado esqueletos ambulantes e estes se transformado em aparições translúcidas. Ela se reteve momentos antes de entrar na cidade, tomando cautela com o que poderia encontrar. Qual foi sua surpresa ao ver parte de seu rebanho sendo resgatado por estrangeiros, mas o que mais a impressionou foi o asiático que liquidou praticamente sozinho com os vultos espectrais. Observando ainda de longe, com seus binóculos, viu que os sobreviventes estavam seguros na Escola, aqueles muros altos que impediam fugas de dentro também serviam para manter os mortos-vivos do lado de fora. Swanda achava engraçada esta expressão: “mortos-vivos”, se ao menos eles soubessem…

Deixando de divagar, a vampira analisa os locais em que o seu alvo poderia estar e o único lugar que Hoffmeister teria acesso a químicos sem levantar muitas suspeitas, Swanda se dirige até o hospital em sua moto. Precisaria passar pela Escola para chegar lá e quem sabe seria reconhecida pelo Prefeito Gustovan. Ela passa velozmente pelo prédio e o bonachão até se alegra por um instante, pensando que teria ajuda em seus problemas.

— Vejam! Ajuda está a caminho! Aquela é Swanda, ela tem contatos na capital e em Vedunia. É nossa protetora aqui e já nos ajudou muito com seus inventos. É um exemplo de cidadã greuciana, irá receber a chave da cidade em breve. Estaremos a salvo!

O motocicleta de Swanda passa direto até a Estância. A expressão de alegria do prefeito é desfeita, dando lugar a um misto de tristeza e decepção.

— Oh, não! Estamos arruinados e largados à própria sorte! Que lástima! Que lástima!

Swanda não tem dificuldades de chegar a seu destino, apesar do lamaçal que toma conta da cidade. O que ela não contava é que o Hospital está rodeado de esqueletos servindo de guardas para a fortaleza que o prédio se transformou. Se havia dúvida quanto a quem controlava estes cadáveres, agora não restava dúvidas. Resta saber se Petre Hoffmeister tinha realmente alguma ligação com todos estes acontecimentos.

A vampira acelerou sua moto fazendo o motor trabalhar soltando gritos de ferocidade. Hábil com o veículo, ela desviou dos esqueletos e atirou nos mortos-vivos mais ousados que chegaram próximos demais de sua máquina. A horda de esqueletos, porém, está além das capacidades de Swanda, e ela teria meios seguros de entrar no Hospital sem ser vista. Ela acelerou mais uma vez, usando sua força para passar por cima da horda e agarrando um esqueleto inteiro, levando-o para longe de seus comparsas.

— Eu não tenho certeza se isso dará certo, afinal, não deve sequer haver um cérebro aí dentro deste crânio vazio.

Swanda completa as órbitas vazias e sente que, embora não houvesse olhos na face esquelética, de alguma forma, uma alma controla aquele corpo de ossos, como se impedisse a psique de seguir adiante para o além da vida. Ela se conecta ao que quer que fosse aquilo e é tomada por uma angústia sem tamanho. Sentiu seus músculos apodrecerem e caírem. Ela sentia como se estivesse ela própria se transformando em esqueleto. A pior experiência que já teve em sua morte-vida, mas se conectou aquele resquício de alma e compreendeu como se comportava. O esqueleto agora tinha uma nova mestra e ele tinha uma nova missão. Não havia disfarce melhor. Era apenas um esqueleto voltando a assumir sua posição na horda.

Fora de Sfantu Greuceanu, nas regiões mais altas das Montanhas Sombrias, Mick escutou toda a história da bruxa e finalmente ficou sem palavras. Não havia desculpa plausível para ainda tentar explicar todos aqueles acontecimentos. Talvez todo aquele folclore e histórias de magia fossem reais, mas se ele assumisse isso, também teria que assumir que perdera seu olho para um feitiço de Rasputin.

— Algumas vezes, Frank, um homem precisa assumir que não tem todas as respostas. Hoje vimos mortos-vivos, uma casa que anda e estamos a caminho de quebrar uma maldição... Não posso explicar tudo isso, mas a falta de respostas não pode nos impedir de continuar a missão. — Mick diz ao pupilo, no caminho para a cidade.

— Sim, senhor. Não desejo explicações e nem me importo, na verdade. Apenas quero que tudo isso acabe logo e que a gente possa voltar a Londinum, tomar um chá de pêssego ao final da tarde.

— Quieto, Frank. O soldado pode escutar – Mick sussurrou repreendendo o jovem.

— Sim, senhor! Iremos realmente provar aquele goulash maravilhoso de Saray – Frank quis consertar a situação.

Quando o trio chega ao lugar devastado que um dia foi um povoado, agora coberto de lama e com espectros sombrios vagando pelas cidades, eles ficam assustados. Franklin treme sem esconder o medo das criaturas e Adrian cai no choro por sua cidade natal.

— Nós precisamos continuar. — Mick põe as mãos nos ombros de Franklin e fala alto o bastante para Adrian escutar — Não podemos deixar que o que aconteceu aqui se espalhe para outras cidades.

— Mas como? Como podemos passar por essas coisas?

— Não sou um versado em magia, como devem imaginar. Mas são sombras, certo? Não seria lógico combatê-los com luz? — Mick olha ao redor nas lojas e residências mais próximas, mas o único local que parece útil é uma loja de artigos festivos. — Fiquem aqui, vou ver se acho algo útil.

Furtivamente, o espião vai até a loja e vasculha por qualquer coisa que produzisse luz ou explodisse. Ele não encontra muitas coisas, apenas bombinhas para crianças, mas, por sorte, um carregamento de fogos para a festa do Rei Steven havia sido adiantado e estava ali há poucos dias. Eram várias caixas de fogos de artifícios que seriam usados na festa dali a dois meses. Mick não era remano, mas agradeceu ao santo e ao povo por comemorar o feriado. Carregando uma das caixas, voltou para os companheiros que o esperavam.

— Soldados, talvez essa seja nossa última missão, mas que nosso sacrifício não seja em vão. Vamos permitir que a ajuda chegue a essa cidade, custe o que custar. Frank, você pilota. Tente evitar os lugares onde a lama é funda enquanto for possível. Adrian, você e eu vamos tentar atrasar essas sombras.

Mick divide os artefatos luminosos com o soldado e se prepara para atirá-los nas sombras. Os locais, há muito tempo, acreditam que soltar fogos de artifícios espanta maus espíritos e Mick espera que a tradição esteja realmente certa. Se não, estaria em sérios apuros. Frank montou no veículo, Mick e Adrian dividiam o pouco espaço no sidecar com os fogos e apontavam para os espectros. Ele acelerou e a moto não saiu do lugar. O lamaçal que tomou conta das ruas e o peso do sidecar apenas fez com que a moto produzisse um barulho alto, chamando a atenção dos espectros. A hora de seres fantasmagóricos, translúcidos rodopiou no céu acima do trio. Adrian se desesperou e atirou os primeiros fogos, chamando a atenção do povo da Escola.

— Vejam lá! Olhe, Viktor! É Adrian, seu antigo parceiro! Ele foi buscar ajuda com outros dois soldados — Gustovan gritou entusiasmado.

— O que eles estão fazendo com os fogos de Sfantu Steven?

— Talvez tenham pensado como eu – Werena repousou a mão no ombro de Viktor — Mas estes seres apenas podem ser destruídos com magia.

— Será que Swanda não está a par de alguma coisa? Sei que ela é uma mulher da ciência, mas já a vi fazendo coisas estranhas que poderiam ser considerada magia, se eu acreditasse nisso – respondeu Viktor.

— Precisamos investigar o Hospital – disse Werena — Tyler, venha comigo. Nick, fique e ajude os soldados, tente trazê-los pra cá, não sei. Nós voltaremos logo.

Werena vestiu seu capuz, ocultando-se na frente de todos, para o espanto de Viktor e Gustovan. Quotar eriçou as orelhas, curioso com aquilo, continuava sentindo o cheiro do estrangeiro, embora não o visse mais. Tyler acompanhou de arco em punho, pronto para disparar caso Werena fosse percebida. Estranhamente, o cão resolveu acompanhar o mercenário, havia ficado próximo dele, farejando-o, desde que havia entrado na Escola.

A dupla e o cachorro chegaram à frente do Hospital. Diante do hospital, vendo a horda de esqueletos que protegiam o local, Tyler arqueou a sobrancelha. O responsável só poderia estar ali dentro. Até onde sabia, não havia sobreviventes no hospital. Não faria sentido tantos esqueletos ali se não estivessem, de fato, guardando algo muito importante. Guardando o químico, com certeza. Werena adiantou-se. Invisível, avançou cautelosamente sobre os esqueletos golpeando com contusões surpresas do escudo de Werena, ficando ora corpórea, ora incorpórea. Os mortos-vivos eram presas fáceis para a amazona, sua invisibilidade é a vantagem que mais conta na infiltração. O mesmo não podia ser dito de Tyler. Cerrando os dentes como num rosnado, o mercenário avançou contra os esqueletos, ajeitando as luvas em suas mãos e indo com tudo para esmagar crânios e derrubar ossos ao chão. Numa fúria latente, Tyler arremessava o máximo de seres ao chão que podia, puxando o arco e disparando flechas-rede para prender os esqueletos no chão, e pisá-los com suas botas, outrora arremessando alguns contra outros, criando pilhas de ossos retorcidos ao chão. Quotar acompanha o estrangeiro de perto, com uma selvageria animalesca muito similar ao que acontecia com Tyler. Os dois se entreolham e parecem até se reconhecer como companheiros de uma mesma espécie. A dupla só é contida quando, ao atacar o último dos esqueletos, ele põe as mãos para cima, num ato de rendição. Antes que Tyler pudesse atacar, Werena o interrompe.

— Preste atenção!

O esqueleto aponta para fora do Hospital. Por entre arbustos, a motociclista que havia passado pela Escola antes surge.

— Calma! Estou do lado de vocês.

Quotar rosna para ela. Swanda nunca entendeu porque aquele cão era arredio com ela desde que chegou à cidade, mas não tinha tempo para lidar com um animal louco naquele momento.

— Sou Swanda, moro em Sfantu Greuceanu há algum tempo. Se vocês tiveram oportunidade, o prefeito deve ter falado de mim. Eu vim investigar o hospital.

— Sim – Werena responde — Viktor também comentou sobre você e seus inventos. O esqueleto é mais um deles.

— Consegui construir mecanismos dentro dos ossos de um esqueleto que derrotei e o controlo à distância – Swanda mente. Não queria dizer como controla de fato a criatura aos estrangeiros e sua fama de inventora maluca vinha a calhar naquele momento — Com este pequeno aparato.

A vampira mostrou um amontoado de peças de um invento inacabado, mas que servia para convencer os dois de que falava a verdade. Para confundi-los mais ainda, começou a tagarelar termos técnicos e suas sucessivas tentativas anteriores.

— Tá! Tá! Não precisamos entrar em detalhes – disse Tyler — Mas você já conseguiu alguma resposta?

— Não, estava esperando o momento certo para levar o meu construto para dentro, quando vocês atacaram a horda. Não como você fez, rapaz, mas seu aparato ilusionista é realmente formidável, será útil para espiar lá dentro.

— Precisamos de um plano para isso – Werena assume o comando.

— Eu pude notar que os esqueletos levam corpos para dentro e voltam em número maior. Talvez, se seguirmos com a leva que entra, poderemos investigar. Você pode permanecer fora das vistas e eu lhe darei cobertura com o meu construto.

— Perfeito, talvez eu possa me servir de isca para ser levado até lá dentro – Completou Tyler.

— Apenas o cachorro não poderá seguir.

Tyler ajoelhou-se diante de Quotar e olhou fundo em seus olhos. Ele quase reconhecia aqueles olhos como humanos e sentiu um reconhecimento indescritível, uma sensação de pertencimento.

— Fique aqui, está bem? Ela é amiga. Nós voltaremos logo.

O trio deu prosseguimento ao plano. Tyler foi arrastado pelo esqueleto de Swanda para dentro do hospital, enquanto Werena acompanhava, invisível. Ela olhou para o céu. Não sabia qual fase da Lua era aquela, o céu enevoado não deixava entrar qualquer luz que parecia ser uma eterna Lua Nova.

"Pelas forças das icamiabas que me antecederam, não cairei em batalha, passarei o legado das amazonas adiante".

Era muito desconfortável para Tyler passar por aquilo, mas não tinham plano melhor. Ele cerrou os olhos para parecer desacordado, mas sentia a mão invisível de Werena em seus cabelos. O esqueleto o arrastou vagarosamente por corredores, logo sendo acompanhado por outros três, distribuindo-se um em cada membro. Até chegarem ao que deveria ser uma área de repouso ou um jardim. Dali, tinha-se uma visão privilegiada da cidade, uma vista que deveria ser bonita, não fosse o lamaçal que Sfantu Greuceanu se tornou.

Sentado num banco de frente ao Pântano do Diabo estava um homem. Aquele não era Petre Hoffmeister, Swanda chegou a cruzar com ele algumas vezes. Petre era louro, de pele clara e olhos claros, claramente de descendência teutônia. O senhor que está ali é totalmente diferente. Pele bronzeada, cabelo escuro, nariz adunco, feições tipicamente wárabes. Swanda não o conhecia, Werena também não. Tyler abriu os olhos e o reconheceu de imediato. Sua surpresa foi tanta que deixou escapar de seus lábios.

— Turk?

Werena nunca o tinha visto antes, mas sua fama o precedia. Swanda sequer ouviu falar daquele homem, mas sentiu que ele poderia ter relações com as Moroi da fronteira com o Império Warábico. Tyler reviu todas suas lembranças, de como foi convocado por aquele homem e como ele acabou com seu grupo de mercenários.

— Você? Por que eu não estou surpreso, cão solitário? Mas chegou tarde. O ritual está pronto e os sacrifícios foram feitos. Contemple!

Do jardim do Hospital, o lamaçal que cobriu a cidade de Sfantu Greuceanu começa a se movimentar como se ondas agitassem a lama. Uma enxurrada de lama, detritos e corpos de zumbi, esqueletos e espectros corre para o Pokolsár. A agitação aglomera tudo em um ponto só, alimentando um vórtice que, aos poucos, vai produzindo uma silhueta vagamente humanóide. O ritual de John Turk estava concluído. O espírito da Ganância finalmente havia conseguido um corpo que pudesse contê-lo, embora, na prática, tal corpo fosse formado por uma infinidade de corpos. Ganância não se contenta em se manifestar como um fantasma ou demônio ou tomar o controle de algum ser vivo. Ela se ergue em uma forma humanoide gigantesca, levando toda a estrutura do lugar junto. Um monstro composto de terra, corpos, detritos e outros objetos que se acumularam no fundo do Pântano do Diabo. Com a conclusão do ritual, finalmente o céu se revelou. A Lua Cheia iluminou o colosso como se ele estivesse num palco sob holofotes. Ganância não se contenta com os primeiros corpos sacrificados pelo ritual de Turk, o monstro está em busca de novos corpos. Ele urra para o céu, um urro que mais parecia o lamúrio da morte.

Todos aqueles que estavam nas ruas, como Franklin e Adrian, assim como o povo da Escola, como Nick, Viktor, Gustovan, Shanya, Stephanie, Antenor e as crianças, bem como aqueles que foram ao Hospital, como Tyler e Werena, sentem correr em seus corpos um arrepio frio de medo. Muitos dos sobreviventes mais afastados e corajosos, como Antenor e Shanya resistem ao lamento, mas Adrian, tão próximo do monstro, ficou paralisado de medo. Mick não entendeu o que aconteceu, mas viu que Franklin está com mais medo que o normal e sente, de alguma forma, o menir de Muma Padurii o protege da aura, mas não só isso, ele entende que sua missão não era simplesmente colocar o menir no Pokolsár, mas usá-lo para conter a monstruosidade.

O Cemitério-Vivo usou um de seus membros superiores para acertar o pobre soldado, que foi absorvido pelo corpo gigantesco do monstro. Não estava morto de fato, mas em coma e servindo de combustível para Ganância. O colosso se sacia momentaneamente, mas logo se volta contra os soldados restantes.

Embora os vivos tenham sentido o frio da morte, Swanda já sentiu isso antes. O lamúrio não só não fez efeito com ela, como a fortaleceu. Quotar, a seu lado, olhou a vampira se fortalecendo e correu. O cão atravessou o pátio que o separava do Hospital e adentrou o prédio. O cachorro percorreu os corredores até chegar a Werena e a Tyler. Ele parecia louco e parou de frente ao mercenário.

— A maldição ancestral! Era disso que se tratava todo este tempo! Você tem o sangue dos lobos, Tyler! Nós somos imunes – disse o cachorro, transformando-se num lobisomem — Você também será, se aceitar a nossa Maldição!



[OBJETIVOS]
• Resistir ao lamento da morte, ND Inferior (2-6): obrigatório para todos, com exceção de Swanda, Tyler (se aceitar a proposta de Quotar) e Mick (ou quem tiver o menir). Devem resistir com Carisma.
• Tyler pode aceitar a transformação em Lobisomem, gastando 10 XP.
• Swanda tem um Bônus Profano de +2 em seus testes.
• Mick (ou quem estiver com o menir) tem um Bônus de +2 em seus testes.
• Destruir o Cemitério-Vivo, ND Extremo (23+).
• Derrotar Turk, ND Superior (18-22).
• Derrotar a Horda de Mortos-Vivos que o Cemitério-Vivo irá produzir após vencido, ND Fácil (6-10) para Zumbis, ND Médio (10-14) para Esqueletos e ND Difícil (14-18) para Sombras.
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MensagemAssunto: Re: Episódio 09 - O Pecado da Ganância   Episódio 09 - O Pecado da Ganância EmptySex Fev 18, 2022 9:31 pm

Ao ouvir aquele urro grotesco o atlante se pudesse urrava de volta como um desafio mas dada sua deficiência o tubarão apenas rosna e vendo a criatura se levantar com os corpos Nick se adianta e tocando os ombros de Vicktor e de Mick e com a rústica alabarda em mãos o tubarão meneia com a cabeça torcendo para que a dupla entenda e siga para um ataque em conjunto avançando contra a pilha de mortos.

"Vamos precisar abrir caminho para a moto" Ao ouvir aquelas palavras o tubarão esboça um sorriso como se fosse tudo que gostaria de ouvir entao percebe na moto de Mick explosivos e combustivel que poderia ser usado para queimar o monstro.

Ao ouvir  seu companheiro de batalha gritar: "Soldados, ataquem comigo!" o tubarão se apressa e toma a frente até chegar próximo do cemitério vivo e então parte sua alabarda rústica ao meio para usar como equipamento de escalada e começa a atacar tal criatura tentando chegar até sua cabeça para despejar fogo e explodi-la de dentro pra fora fazendo-a engolir os explosivos ou cavando um de seus olhos para plantar a bomba em sua cabeça

Resistir ao lamento da morte -> ♥ 1 + Esforço 2 = 3
Destruir o Cemitério-Vivo, ND Extremo (23+). -> ♦ 5 + Mordida 1 + Luta 2 + Esforço 3 = 11


Última edição por nickahnor em Seg Fev 21, 2022 7:38 pm, editado 3 vez(es)
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